Por Valdir José Nogueira de Moura
“Os olhos de Padre Kehrle se avivam, brilham por detrás das lentes grossas dos seus óculos. Agora conta como contribuiu para que Lampião assumisse a chefia de todo o bando.
“Em Vila Bela, onde já era vigário, fui procurado por Agnelo Carvalho, que me pediu para convencer o chefão dos Pereiras a deixar o grupo, terminando assim a luta.
Um dia, indo para Belmonte e passando na várzea da Carnaúba, perto de Bom Nome, ouvi o tocar de uma sanfona. Aproximei-me e encontrei uns cangaceiros que, largando as armas, me tomaram a bênção.
Durante horas conversei com Sebastião Pereira, o chefe de todos. Prometi-lhe uma carta de recomendação de Padre Cícero e até uma determinada quantia de dinheiro. Finalmente convenci-o a abandonar a luta. Dias depois ele rumou para Goiás. Foi então que Lampião assumiu a chefia de todo o bando”.
Assim relatou o Padre José Kehrle numa reportagem publicada na revista “Manchete” no ano de 1972.
Homem extraordinário, culto e carismático, proveniente de família Judia, nascido na Alemanha em 19/05/1891, José Kehrle chegou ao Brasil no dia 1/11/1909, ordenando-se em 14/03/1914 como religioso no Mosteiro de São Bento, Olinda.
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=rXqUzJZveEM
Veterinário, o mesmo veio para estas terras a fim de fazer estudos para seu doutorado em doenças tropicais, resolvendo aqui optar pela vida religiosa. Quando vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, em Vila Bela, conheceu Virgulino Ferreira, o Lampião ainda no começo de sua vida como cangaceiro, sendo inclusive seu conselheiro e confessor.
Padre José Kehrle Assumiu a Paróquia de São José do Belmonte no dia 21 de fevereiro de 1922. Durante o seu paroquiato aconteceu a “Hecatombe de outubro de 1922”.
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