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domingo, 11 de abril de 2021

ANTÔNIO MARROCOS E LAMPIÃO.

 Por Luís Bento

Antônio Marrocos de Carvalho que era cobrador de Imposto de Renda Estadual no Distrito de Macapá ( JATI ), foi surpreendido, certa noite, pela visita de Lampião, levado à sua casa (foto) por Manuel Pereira da Silva - Né Pereira, que exercia o cargo de Sub-Delegado daquele Distrito. ( Como é sabido, Lampião era ligado à família Pereira por forte amizade. )

Marrocos Anselmo Pereira meu primo avô Antônio Marrocos de Carvalho.

Fiel à tradição sertaneja e por ser parente e amigo de Né Pereira, Marrocos recebeu a visita com bastante cordialidade.

A partir de então, tendo fracassado em duas emboscadas contra Marrocos, no caminho de Jardim, os seus adversários políticos denunciaram-no ao Chefe de Polícia como Coiteiro de Lampião, razão pela qual ele passou a ser fortemente perseguido.

Virgulino Ferreira da Silva - Lampião.

Meses depois, novamente à meia-noite, Né Pereira bateu a porta de Marrocos. Ao abri-la, verificou a presença de Virgulino. Sem convidá-los a entrar, Marrocos explicou-lhes o que lhe vinha correndo. A seguir, dirigindo-se a Lampião sugeriu-lhe que, embora contasse com sua atenção, não voltasse a visitá-lo, a fim de confirmar as acusações que lhe estavam sendo feitas pelos chefes situacionistas de Jardim.

( Casa ) onde morou Marrocos, Rua Sabino Pereira - JATI - Ce.

Em resposta, Lampião pediu-lhe que telegrafasse ao Chefe de Polícia comunicando que ele, naquela noite, passava em Macapá com destino ao Cariri. Tal sugestão foi ratificada na manhã do dia seguinte, quando Marrocos, dirigindo-se a Brejo dos Santos, de onde enviaria o despacho. Apesar de todo isso, quando o Tenente José Bezerra chegou a Macapá, foi direto à casa de Antônio Marrocos e sugeriu-lhe que, para desmentir as acusações de que estava sendo alvo, deveria unir-se à sua tropa em perseguição ao bando de Lampião.

Manuel Pereira da Silva, Né Pereira. Sub-Delegado do então Macapá, hoje JATI-Ce.

Logo de início, alegando tratar-se de uma calúnia já desmentida, Marrocos recusou a sugestão. Mas, após prolongada polêmica, para não demostrar covardia, ele resolveu incorporar-se à volante, o que resultaria no seu fuzilamento pelas costas.

O assassinato de Marrocos a exemplo de tantos outros, caracterizam-se a época sombrio do apogeu a era do Coronelismo.

Fonte- Separata da Revista Itaytera

" Otacílio Ancelmo " Pág 184 - 185.

LUÍS BENTO

JATI 06/03/2021

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