Por: Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 884
DESCONFIANÇA
Entre as
coisas sérias do mundo, para o brasileiro, está a seleção de futebol.
Entretanto, continuamos descontentes, desconfiados, incrédulos. Ninguém apostou
no Brasil. Aposta sim, em relação a uma goleada no Iraque ou em outro país mais
fraco do que ele. É desconhecido o sistema do técnico Mano Menezes ou da CBF de
somente jogar com frango abatido. Tanto tempo treinando a seleção, Mano não
define o passo do baile e continua “filotando”. A torcida irritada sem a
definição que aguardava, não espera muito disso que está aí. Não falamos da
qualidade dos jogadores, pois o que é de melhor, está às mãos do treinador.
Fora a Argentina, fica esse círculo vicioso de jogos com equipes sem expressão
que apenas ganha tempo para o técnico. Dois anos de experiência! Parece até
pesquisa de laboratório que sempre passa dos dez. Nada definido. Inúmeros
torcedores não se interessam mais em saber dia e hora dos jogos da seleção. É o
nosso orgulho brasileiro fugindo pela janela, sem crédito, sem nenhuma garantia
do que se vê. Os 6 x 0 sobre o Iraque nada representa. Um jogo amistoso, um treino
fora de casa que não devolve a confiança.
Kaká
e Oscar. Foto: (AFP).
A seriedade falada
acima representa a alma do povo brasileiro, daí ser motivo de mais esse
trabalho. Todos dão opinião sobre nomes e posições de jogadores, mas tudo
indica que o problema da seleção não é esse. Se os melhores estão ali, o que
fazer com eles? É essa a grande pergunta da atualidade. “Quem apanha de
bêbedo, apanha de um bêbedo; quem bate em bêbedo bateu em um bêbedo”, duas
coisas sem méritos nenhum. 6 x 0 no Iraque não dá nem para suspirar. E a Copa
das Confederações se aproxima, enquanto nós vamos marretando os fraquinhos. Não
bastasse isso, a Rede Globo ainda contribui com o falatório enjoado de Galvão
Bueno que não deixa ninguém assistir o jogo. O homem parece que “bebeu
água de chocalho”, como afirmamos no Sertão. Quer ser mais estrela de que
os jogadores. Ainda bem que temos a competência ímpar do comentarista de
arbitragem, Arnaldo, muitas vezes ironizado pelo primeiro.
Quantos amistosos
ainda teremos que fazer? Brasil, 6 x 0, riso amarelado do torcedor, tudo com
antes. Japão vem aí. Continua a DESCONFIANÇA.
Autobiografia do autor:
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual
Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de
Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
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