Por Clerisvaldo B.
Chagas, 27 de julho de 2016 - Crônica 1.552
Aqui em
Maceió, amigo, só se fala em roubos e assaltos. Assaltam-se ônibus
interestaduais, intermunicipais e vans que fazem os mesmos trajetos. Assaltam
na Serraria, no Jacintinho, na Jatiúca, aqui não se escolhem bairros. Ninguém
mais quer trabalhar. Ganhar dinheiro com o suor do trabalho honesto virou piada
de mau gosto no Brasil. Ora, se os exemplos vêm de cima, como extirpar esse
câncer que se apoderou da pátria. Os engravatados do poder levam o dinheiro do
país inteiro e ainda dão um golpe “fia da puta” na democracia. Os acordos dos
ladrões paralisam as operações de guerra contra eles e, os brasileiros, quando
muito protestam nas ruas e mais nada. O silêncio volta a dominar o Brasil, mas
os golpistas continuam no poder. Afinal aqui não é a Turquia, não é mesmo,
camarada?
Se os
poderosos dão o exemplo maior da mão grande, o que podemos esperar na saída de
casa, nas ruas, nos transportes públicos? Os pedidos a Deus nunca foram tão
usados nesse país que clama por Justiça e fim dos assaltos que viraram praga. É
o pé de chinelo drogado matando inocentes, sem piedade nenhuma. É um rapar de
direitos do cidadão comum como hospitais, escolas e liberdade, cujo fim não
poderá ser bom. Invade-se escritório médico, residência, restaurantes, o diabo!
O homem do povo anda atordoado, saindo com medo, sem arma, sem canivete, sem um
“berro bom” porque se não a polícia toma. E quando não é a polícia é o bandido.
Se a verba for pequena, o rato das grotas leva. Caso seja muito, já fica nos
bolsos dos mandatários, com raras exceções.
Católicos
apostólicos romanos, não acreditamos mais nesse modelo frouxo que se instalou
no país da mão por cima e mãos nos bolsos. Mas quem faz as leis são eles. Os
mesmos que assaltam as leis.
Os homens
perderam a vergonha, camarada. Comeram-na com farinha como dizia Lampião. E
como o povo brasileiro é muito rezador, talvez esteja aguardando que Jesus
esgote toda a paciência que acumula. Mesmo assim, é como diz a personagem
Encarnação da novela o Velho Chico: “Espero que quando Deus acabar com tudo,
deixe a minha família por derradeiro”. Acho que os ratos de cima e os de baixo
acreditam piamente nisso ou se consideram ladrões imortais.
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