Do acervo do pesquisador do cangaço Geraldo Júnior
Leiam essa
história...
Após ter sido
capturado em uma fazenda do município da cidade pernambucana de Águas Belas, o
Coronel João Nunes, então oficial na reserva, embora para os cangaceiros
continuasse a ser o mesmo homem que chefiara a Policia de Pernambuco e que os
perseguira tenazmente. A fúria de Virgulino, que o conduziu prisioneiro por
alguns quilômetros, estava prestes a desabar sobre o militar por não ter
recebido a quantia de quinze mil Réis exigida pelo seu resgate quando um
bandoleiro intercedeu por sua vida, declarando que lhe devia um grande favor.
Mas o que
pesou certamente na decisão do chefe dos bandoleiros para dar a liberdade ao
prisioneiro foi a sua consciência de que aquele homem em suas mãos não era um
anônimo nem insignificante, mas um prisioneiro muito importante; se o
liquidasse, amargaria as consequências desse ato e atrairianovamente a
perseguição das forças pernambucanas certamente com maior apoio das
autoridades. Mesmo que tivesse optado pelo seu extermínio, teria guardado de
João Nunes a imagem de um homem corajoso que não se deixou dominar pelo temor
da morte iminente e que se mostrou altivo diante das ameaças sofridas.
Ao ser
interpelado, naquela ocasião, se não se arrependia de ter combatido os
cangaceiros, respondeu-lhes que não, pois havia cumprido o seu dever e se tudo
começasse de novo, tornaria a fazê-lo do mesmo modo, pois era antes de tudo, um
Soldado.
Fonte: Livro
“O CANTO DA ACAUÔ de Marilourdes Ferraz
Foto: Acervo
do Professor Antonio
Vilela (Garanhuns/PE)
Transcrição:
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)
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