Por Geziel Moura
Nas últimas semanas, circularam notícias sobre a "Meca e
Medina" dos que cultuam o cangaço, isto é, o coito de Angico, falou-se de
encontros religiosos, expedições para estudos "etnográficos" e
infelizmente, do desaparecimento de monumentos, em homenagens póstumas ao
combatente da polícia alagoana.
Não desejo entrar, no cerne da questão do desaparecimento do
monumento, cujo tema foi amplamente debatido nos grupos de estudos, porém
fiquei a pensar, como se produziu a cultura de reverenciar, os mortos daquele lugar? Quem foi o primeiro? Qual era o
contexto para este movimento?
Assim, sem muito esforço, encontrei não só o autor primevo das cruzes, como a foto do momento de seu tributo. Refiro-me a João Ferreira, único irmão de Lampião, que não seguiu no cangaço, e que ao aceitar o convite do jornalista Luciano Carneiro, da Revista O Cruzeiro, em 1953, voltou ao palco do combate, depois de 37 anos.
É possível flagrar na foto abaixo (Revista O Cruzeiro 26.09.53,) a cruz e o ramalhete toscos e improvisados naquele ambiente, e principalmente o movimento furtivo, do irmão de Virgolino, sem muita ostentação, mas que simbolizaram a dor e o respeito, de um irmão para com o outro, independente da vida que o chefe cangaceiro escolhera, o sangue falou mais alto ali.
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