PAISAGEM DE POMBAL
Por Anísio Medeiros
Por
que você meu Pombal
Se
veste toda de seda
Deixando,
pois, sem vereda
Seu
filho assim com saudade?
Prá
que imitar as cidades
Com
essa Tal de evolução
Se
eu trago Pombal antigo
Dentro
do meu coração.
O
Pombal da velha guarda
do
bar Junqueira, pois não
De
Pedro Estevão, tio Nane
João
Espalha, Zé Romão.
Pombal,
Severino Moça
Pombal,
José Carisé
Maria
Buxim e Raqué
João
Terto e Serapião.
Pombal
feira que ronca
Com
a poeira do feijão
Da
chegada de Bertoldo
Com
seu comboio de carvão.
Pombal,
Luiz Capuchu
com
seu cabaré sombrio
Os
matutos do navio
querendo
agasaiá.
Pombal,
Chica do Padre
Pombal,
Jogo do bicho
Com
Doutor do mestre Chico
buscado
sem ter alarde.
Pombal,
cachaça gostosa
Pombal,
Severino rosa
Zezinho
Santana na prosa
E
Zé de Júlia imitar
Pombal,
música e poesia
Pombal,
Cromaço e Torquato.
Pombal,
Morena do Mato
Acompanhando
Rosário.
Pombal,
velho vigário
O
Padre Valeriano
Pombal,
Antônio Toscano
Do
mais antigo Cenário.
Pombal
do Riacho do Bode
Do
alto de Dona Neca
De
Antônio de Benta , Bideca
E
Bocage com seu bigode.
Pombal
Zé Rufina
Com
sua banca de brôa
Negociando
à tôa
Ao
lado de Josefina.
Pombal
da catirinas
De
Santa de Marculina
Zefa
Piranha e Bilino
E
Zé de Véi na canoa
Pombal
Dozin na cabaça
Fugindo
da arruaça
No
rio cheio ele passa
Pro
lado do Araçá.
Pombal
de Cristiano
Que
da feira leva a chave
Poeta
curtidor de couro
Poeta
que tem sua nave.
Só
ele por mim poderia
Falar
de perto à Pombal
Prá
ninguém levar a mal
Esta
minha opinião.
Essa
tal de evolução
Acaba
com o belo na vida
Pois
a vida bem vivida
Foi
em Pombal meu sertão.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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