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segunda-feira, 24 de julho de 2017

OS EUA JAMAIS DUVIDARAM DA GENIALIDADE DE SANTOS DUMONT

Por Luiz Serra (prof. de Literatura brasileira)

HÁ 80 ANOS (23/07), FALECIA O INVENTOR DO AVIÃO: ALBERTO SANTOS DUMONT.

Perseguiu documentalmente “o sonho de fazer o ser humano voar”.

Antes houve experiências de asas que tragicamente saltavam ou subiam e caíam no estilingue, com Lillenthal, Adler e Wright.

Em 1910, os Wright finalmente voaram, isto é, alçaram voo controlado e pousaram, à semelhança dos voos de Dumont, de quatro anos antes…Mas os EUA não gostaram de Santos no episódio de St. Louis, veja abaixo.

Multidão a comprovar o original feito (comandos de dirigibilidade em voo) para a humanidade em Paris, evento que se repetiria no Campo de Bagatelle.

Santos Dumont criou o formato aerodinâmico como subsiste a aviação que conhecemos…. O mais … é o costume nosso do “complexo de vira-latas, como dizia Nelson Rodrigues, no achar que tudo de fora (do estrangeiro) é melhor!.. Vejamos…
Rememorando eventos antecedentes à comoção nacional após o 23 de julho de 1906.

Companhia constante de Santos Dumont com Yolanda Penteado, socialité paulista.

Depois do histórico voo com o 14 Bis, em 1906, Santos Dumont entrou num período de depressão. O sucesso com os aeroplanos parecia não mais animá-lo. Ele acusava os amigos de o terem abandonado, e dizia a todos que estava sem dinheiro. Aconselhavam-no a patentear seus inventos. Proposta imediatamente recusada. Eram seus presentes para a humanidade, dizia. “Prefiro terminar num asilo de pobres a cobrar o privilégio de copiar meus experimentos aéreos.”

Santos Dumont jamais voou com seus dirigíveis em suas inúmeras visitas aos Estados Unidos.

Decolagem ousada, as primeiras que se tinham conhecimento, impressionaram público e julgadores aos olhos do mundo!

Em 1904, estava tudo certo para ele voar na Feira Mundial de St. Louis mas, poucas semanas antes do evento, o balão de seu dirigível No 7 apareceu misteriosamente rasgado.

Havia tempo para o conserto e os organizadores se propuseram a cobrir os custos. Mas Santos Dumont afirmou não confiar na mão de obra da América e preferiu voltar à França. Indignados, os americanos publicaram uma versão de que o próprio brasileiro maquinara a destruição de seu balão.

Santos tinha em mente sua ideia futurista, a começar com o simulador do avião como tal a humanidade se desfrutou.

A argumentação dos americanos baseava-se numa controvertida teoria: o governo japonês teria prometido dar um milhão de dólares a Santos Dumont caso ele, após demonstrar a eficiência do No 7, vencendo o prêmio em St. Louis, concedesse essa aeronave e mais outras duas para que o exército do Japão atacasse os russos. Só que um agente de Moscou também teria oferecido 200 mil dólares para o aviador romper o contrato com os japoneses. Inseguro se conseguiria vencer em St. Louis, Santos Dumont teria aceitado a proposta russa e cortado seu balão em pedaços. O brasileiro declarou que sua dignidade não lhe permitia comentar suspeita tão ignóbil.

Em 4 de janeiro de 1910, sofreu um acidente sério com o Demoiselle, seu avião de uso pessoal. Foi a última vez que pilotou uma aeronave.

Sua saúde piorou. Passou a ter visão dupla e fortes crises de vertigem. Alguns médicos diagnosticaram que Santos Dumont, aos 36 anos, sofria de esclerose múltipla. Outros atribuíram os sintomas a problemas psíquicos.

Fermin e Voisin, amigos e admiradores de Santos Dumont, fabricantes de aeronaves, pioneiros, seguindo o modelo do mestre genial.

O aviador passou a maior parte dos anos da guerra no Brasil. Projetou em Petrópolis (RJ) uma casa de arquitetura bastante avançada para a época, chamada de “Encantada”. Mas Santos Dumont nunca parou por muito tempo num só lugar. Revezava-se entre Petrópolis e clínicas de repouso na França e na Suíça.

Num de seus retornos ao Brasil, em 1928, um hidroavião batizado com seu nome explodiu enquanto voava para saudar a sua chegada na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. As 12 pessoas a bordo morreram no acidente, visto de perto por Santos Dumont, que observava tudo de pé no convés.

Era costume dos parisienses verem o Demoiselle a voar por lagas extensões de Paris.

O episódio só agravou a saúde mental do aviador. Viveu em uma casa de repouso na Suíça.

Em 1931, um sobrinho chamado Jorge retirou-o da casa de repouso na Europa e trouxe-o de volta ao Brasil.

No ano seguinte, irrompeu a guerra em São Paulo com emprego de aeronaves. A Revolução Constitucionalista, que colocou paulistas e as tropas federais em campos opostos. Os médicos sugeriram que Santos Dumont deixasse a cidade de São Paulo e fosse morar num lugar mais tranquilo. O sobrinho zeloso o levou para um hotel no Guarujá. Todas as manhãs, o sobrinho acordava mais cedo e escondia os jornais na tentativa de ocultar do tio doente as notícias do conflito.

No dia 23 de julho de 1932, os dois estavam no saguão quando irrompeu uma explosão, um avião bombardeara um alvo próximo. O aviador mandou o sobrinho levar um recado ao maître d'hôtel e tomou o elevador de volta ao quarto. Hóspedes que estavam próximos revelaram que ainda o ouviram falar: “Nunca pensei que minha invenção fosse causar derramamento de sangue entre irmãos”.

Simples, a máquina de voar, Demoiselle, com o pioneirismo dos comandos, à semelhança dos mecanismos que se fixaram na aviação mundial.

O sobrinho Jorge, que sempre temia deixar o tio sozinho, voltou para o quarto e o encontrou pendurado com o pescoço amarrado a duas gravatas presas ao gancho da porta do banheiro. O mais genial dos brasileiros, Santos Dumont, aos 59 anos de idade, estava morto.

Processo de embalsamento, para a transferência do corpo à então capital, o Rio de Janeiro. Aguardaram a guerra findar, após seis meses de conflito intenso. E a presença da multidão que foi se despedir do brasileiro ilustre para a humanidade.

Dentre as tantas curiosidades do inventor do avião, uma delas não se sabia amiúde: a mãe de Santos Dumont, Francisca Dumont, também cometera suicídio em Portugal, onde morava junto das filhas. As circunstâncias são desconhecidas, já que a família fez parecer que ela morrera de causas naturais.

Consultas: Scientific American, Aeroclube de France.

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