Por: Jerdivan Nóbrega
Araujo
Festa do
Rosário de Pombal / década de 1970
Monga: a
mulher que vira Macaca” e a presepada de João Beiradeiro, (João Sem Medo)
“A moça que
vira Macaca”, “Monga: a mulher que vira Macaca ou King Kong”, eram as
denominações para a atração que por muito tempo assombrou nossas noites de
sono, e que hoje, com tanto terror no mundo, não mais assusta nem criança.
Antes de abrir os portões o locutor fazia o clima:
-Se você tem
problemas de coração… não entre: se entrar não nos responsabilizaremos pela sua
segurança.
-Se você mora só… não entre: se entrar vá dormir na casa dos seus pais.
-Se por acaso as grades se romperem permaneçam em seus lugares.
Uma vez
adentrando o galpão de zinco o locutor ainda tinha uma última informação:
– O tratador
de Monga informar que a história que Monga se soltou e matou um espectador na
última cidade é mentira, mas, recomendamos não se aproximar das grades para que
isso “não se repita nessa cidade”.
Iniciado o
espetáculo as luzes se apagavam, e na escuridão era um calma Monga, calma Monga
calma Monga, granidos e a gritaria além, de batidos nas paredes de zinco.
Numa dessas
apresentações um rapaz entrou em desespero, gritando que queria sair, nada de
abrirem as portas: o pânico foi geral. Quase que quebram tudo por dentro da
barraca de Monga.
Por fim,
abriram a única porta de saída, encerrando o espetáculo. O terror foi tanto que
metade dos espectadores saiu dali, no mínimo mijado de tanto medo.
No dia
seguinte descobriram que o rapaz que tinha provocado o terror no Barracão de
Monga fora o João Beiradeiro, (João Sem Medo), e que a presepada, era apenas
mais uma das muitas que ele aprontava na Festa do Rosário ou nas ruas de
Pombal.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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