Estas foram as respostas do capitão Lampião ao médico de Crato Dr. Octacílio Macedo
Perguntado a respeito de número de seus combates e de suas vítimas disse:
- Não posso dizer ao certo o número de combates em que já estive envolvido. Calculo, porém, que já tomei parte em mais de duzentos. Também não posso informar com segurança o número de vítimas que tombaram sob a pontaria adestrada e certeira de meu rifle. Entretanto, lembro-me perfeitamente que, além dos civis, já matei três oficiais de polícia, sendo um de Pernambuco e dois da Paraíba. Sargentos, cabos e soldados, é possível guardar na memória o número dos que foram levados para o outro mundo.
Perguntado se estava rico:
- Tudo quanto tenho adquirido na minha vida de bandoleiro mal tem chegado para as vultuosas despesas do meu pessoal - aquisição de armas, convindo notar que muito tenho gasto, também, com a distribuição de esmolas aos necessitados.
Perguntado como manter o grupo:
- Consigo meios para manter meu grupo pedindo recursos aos ricos e tomando à força aos usuários que miseravelmente se negam de prestar-me auxílio.
Perguntado sobre Padre Cícero, Lampião foi bem específico:
- Sempre respeitei e continuo a respeitar o Estado do Ceará, porque aqui não tenho inimigos, nunca me fizeram o mal, e além disso é o Estado do Padre Cícero.
Considerado pelos romeiros o santo do Nordeste
Como deve saber, tenho a maior veneração por esse santo sacerdote, porque é o protetor dos humildes e infelizes, e sobretudo porque há muitos anos protege minhas irmãs, que moram nesta cidade. Tem sido para elas um verdadeiro pai. Convém dizer que eu ainda não conhecia pessoalmente o padre Cícero, pois esta é a primeira vez que venho a Juazeiro.
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