Por Geraldo Maia do Nascimento
O
padre Luís Ferreira da Cunha Mota foi o prefeito que mais tempo passou na
administração do Município de Mossoró. Foram nove anos e três meses. A 16 de
janeiro de 1936 foi nomeado pelo Dr. Rafael Fernandes para exercer o cargo de
Prefeito do Município de Mossoró, permanecendo nessas funções até o começo de
novembro do mesmo ano, quando foi convocado, na qualidade de 2º suplente, para
ocupar a cadeira de Deputado na Assembleia Legislativa Estadual. Voltou a
Mossoró e reassumiu a Prefeitura no dia 23 de dezembro do mesmo ano. Vitorioso
nas eleições realizadas a 16 de março de 1937 (1.486 votos), tomou posse como
Prefeito constitucional, a 7 de setembro do mesmo ano. Em virtude do golpe de
10 de novembro e implantação do “Estado Novo”, foi confirmado no cargo de
Prefeito de Mossoró, por ato do Interventor Federal Dr. Rafael Fernandes, de 16
de dezembro de 1937, prestando compromisso legal de posse, perante o Dr. Juiz
de Direito da Comarca, a 30 do mesmo mês e ano. A 5 de abril de 1945 renunciou
definitivamente ao cargo e afastou-se da política.
Como
gestor, procurou implantar melhoramentos tais que proporcionaram a cidade uma
aparência moderna e alegre, com implantação de jardins nas praças Vigário
Antônio Joaquim, da Independência, Rafael Fernandes e Ulrick Graf; remodelou os
jardins das praças da Redenção e Rodolfo Fernandes.
Nessa última, no centro do
jardim, por volta dos anos 40, ergueu um majestoso pavilhão de cimento armado,
de aspectos modernista, que chamou de Pavilhão Vitória, numa homenagem à
vitória das nações aliadas sobre a Alemanha de Hitler. O Pavilhão tinha sobre o
teto um simbólico V, de concreto, com mais ou menos um metro de altura. Tinha
formato circular, sendo composto por duas salas fechadas e uma área aberta. Destinava-se
a servir como bar, sorveteria e café. O seu primeiro arrendatário foi o senhor
Severino Rodrigues, de Pernambuco, que na instalação tratou de implantar
algumas modernidades como a geladeira. O Pavilhão Vitória oferecia serviços de
bebidas geladas, café, doces e lanches, possuindo ainda seções de confeitaria e
charutaria. Os outros arrendatários foram Antônio Jerônimo de Queiroz (mais
conhecido por Seutônio), Jeremias Gurgel e Francisco Leonardo Nogueira (Chico
Leonardo), dentre outros.
Foi
por vários anos um agradável ponto de encontro de amigos para os bate-papos
sobre qualquer assunto. Era o point da cidade. Todos os que se dirigiam ao
cinema Pax para ver um filme ou retornavam de uma sessão cinematográfica ali
reservavam algum tempo para um gostoso papo, sempre regado a um gostoso
cafezinho.
Ao
seu redor, pela manhã e a tarde, ficavam os engraxates, alguns bem tradicionais
na cidade, com clientela fixa, numa época que era comum o uso de paletó e
gravata, principalmente o branco, que amenizava o calor sem perder o estilo. Os
sapatos, portanto, tinham que estar sempre polidos.
Na
década de 60, em nome do progresso e da modernidade, demoliram o Pavilhão
Vitória. O grande fotógrafo Manuelito Pereira legou para o futuro a imagem que
ilustra este texto. Foi só o que restou de um recanto da cidade que marcou
época e que ainda é lembrado por muitos que o frequentaram.
Todos
os direitos reservados
É
permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio decomunicação,
eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.
Fonte:
http://www.blogdogemaia.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
É pena Professor Geraldo Maia, essa obra dos anos 40 ter sido demolida. Pela foto era um ambiente agradável. Mas, enfim o progresso tem os seus prós e os seus contras.
ResponderExcluirAbraços,
Antonio Oliveira - Serrinha