Por Noádia Costa
"O
sertanejo é antes de tudo um forte"
(Euclides da Cunha).
Foi com esta
linda frase que define bem o perfil do povo nordestino que decidi iniciar essa postagem,
pois dona Maria José foi uma nordestina forte e de fibra. Na ousada empreitada
rumo a Mossoró Rio Grande do Norte Lampião fez várias invasões a sítios e
fazendas e alguns reféns. Dona Maria José terminou se tornando refém do rei do
Cangaço.
Maria José Lopes era esposa de José Lopes de Oliveira, proprietário da
Fazenda Aroeira localizada no município de Luís Gomes , Rio Grande do Norte.
Enquanto supervisionava as obras de um açude seu José é surpreendido pelos
cangaceiros e levado a conversar com Lampião. Como seu José era muito idoso,
Lampião decide por levar como refém a esposa dona Maria José que tinha 63 anos
de idade. Fixou um valor de 40 contos de réis que não foi pago por seu esposo
que era bastante avarento. Assim começou o sofrimento dessa idosa nas mãos dos
cangaceiros.
Antes de irem embora os cangaceiros promoveram uma verdadeira
baderna na residência do casal de idosos. Quebraram móveis, objetos, comeram
rapaduras, queijos, tomaram cachaça e ainda comeram a comida dos trabalhadores do
açude. Deixando um verdadeiro rastro de destruição. Além de presenciar a
destruição de sua residência dona Maria José foi levada como refém na garupa de
um cavalo. A senhora passou 16 dias nas mãos dos cangaceiros. Seu sequestro
ocorreu no dia 10 de Junho de 1927. Durante o período que esteve com os
cangaceiros passou por diversos perrengues e situações de perigo.
No dia do
ataque à cidade de Mossoró os reféns estavam escondidos no saco, subúrbio da
cidade vigiados por alguns facínoras. Após o ataque frustrado à Mossoró os
bandoleiros se retiram rumo ao Ceará. Nesse percurso, dona Maria José participa
da famosa foto do bando em Limoeiro do Norte. Passa diversas privações como
ficar em esconderijos sem água, sem comida, além de perseguições e combates com
as volantes.
Lampião percebe que estava muito complicado continuar mantendo os reféns. Compreendeu que já estavam longe da residência dos mesmos o que tornava difícil receber o dinheiro do resgate. Decide então deixar os reféns irem embora.
Assim terminou a saga de dona Maria José que mesmo em idade avançada precisou
ser muito forte para suportar toda essa situação de adversidade. Só confirmando
a força do povo nordestino. Sempre lutando e sobrevivendo mesmo em meio a dor
e o sofrimento. Provando que na vida nunca podemos desistir , temos que lutar
diariamente. Assim dona Maria José retornou para sua família.
Lampião percebe que estava muito complicado continuar mantendo os reféns. Compreendeu que já estavam longe da residência dos mesmos o que tornava difícil receber o dinheiro do resgate. Decide então deixar os reféns irem embora.
O cangaceiro Massilon Leite
O terrível cangaceiro Massilon queria a morte dos reféns. Mais depois
de 16 dias juntos os cangaceiros Ezequiel e Virgínio já haviam criado afeição
por dona Maria José.
Por trás de Lampião está o Ezequiel seu irmão, e à direita sentado está seu ex-cunhado Virgínio Fortunato da Silva
Dona Maria José e seu Gurgel se despediram de Lampião e
foram libertados. Sendo levados por Sabino Gomes e outros 4 cangaceiros num
trecho da Fazenda Felicidade. Apesar de cruéis os cangaceiros tiveram um ato de
bondade. Sabino deu um pedaço de queijo e dinheiro para a viagem. E orientou
sobre a existência de uma casa onde os moradores lhe ensinariam o caminho.
Noádia Costa
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