SOBRE "FEIRA DE MANGAIO":

 Jessier Quirino / Artur Anderson

Algumas pessoas dizem que na música "Feira de Mangaio" Sivuca não fala da feira de Itabaiana Paraíba, e sim da feira de Sousa, no alto sertão Paraíbano. Mas isso não procede, como podemos ver na foto, o Poeta Jessier Quirino, prova que é sim sobre a feira de Itabaiana e mostra a foto de uma das personagens que Sivuca fala na música dona "Zefa de Porcina".

Artur Anderson

-- Segundo os mais velhos, a feira de Itabaiana era de dar engarrafamento de balaio e fruta no mei da canela. A música Feira de Mangaio do mestre Sivuca (1930-2006) trata do assunto com traquejo e gosto. Os últimos versos são:

“Mas é que tem um Sanfoneiro no canto da rua

Fazendo floreio pra gente dançar
Tem Zefa de Porcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar.”

Pois bem, segue abaixo o instantâneo de uma das personagens dessa música:

É Dona Zefa de Porcina, rendeira de fama bem aquilatada dentro e fora de Itabaiana, moradora do distrito de Campo Grande (margem direita do Rio Paraíba), território dos Dias de Oliveira, onde o menino Sivuca, bem dizer no leme da chupeta deu os primeiros acordes.

Numa cena bonita feito um sorvete de cinco bolas, da esquerda pra direita: Dona Babí, com um par de sandálias pedindo marcha; Dona Zefa de Porcina, de preto, bilros na almofada e as sandálias aliviadas; e depois o trio: Zezé, Corina e Rosa de Seu Eufrásio.

Tirante Dona Porcina, as outras tem o penteado bandé, característico das rendeiras e já imagino o som percussivo dos bilros batendo um no outro com a destreza de um Naná Vasconcelos.

Hoje, pouco se renda, pouco se abóia e é matuto acometido de música ruim e cartão de celular. 

(Jessier Quirino)

Feira de Mangaio - Itabaiana/PB. Década de 40 do século XX. Cortesia: Artur Anderson

Feira de Mangaio - Itabaiana/PB. Ano: 1986 Cortesia: Artur Anderson

Artur Anderson

Jessier Quirino

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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