Por Jerdivan Nóbrega Araujo
"Bar de
Maria de Biró,
Zuca fabricando móveis
Zuza realizando bingos,
seu Lau fabricando lamparinas,
Bicho no cambista, crediário nas Lojas Paulistas.
Zé do Bigodão a Rua Estreita de saudades ilumina"
Zé do Bigodão era eletricista da prefeitura de Pombal em tempo integral. Morava na rua José Rufino, por trás da casa de Seu Valério (mais acima um pouquinho). Ele era o cara mais abusado que eu já conheci.
Logo que foram
instaladas as lâmpadas fluorescentes nas principias ruas de Pombal, era ele o
responsável a sair de rua em rua com um grande vara nas maos, de mais de três
de comprimento, com a qual acionava a chave que ligava as lâmpadas, voltando a
fazer o contrário logo que amanhecia o dia.
Quando eu digo
que Zé do Bigodão era eletricista em tempo integral, é por que eu nunca o vi
sem que ele estivesse com suas ferramentas de trabalho em um cinto de mil
utilidades em sua cintura.
Mas também,
além de abusado pra cacete , Zé do Bigodão era um exibicionista. Quando ele
estava em cima de um poste fazia de tudo para chamar a atenção.
Era também um
grande assobiador: andava pelas ruas da cidade sempre assobiando uma canção, e
quando do alto dos postes que passava alguém ele gostava de assobiar para
chamar a atenção para si.
Acho que ele
esperava as que pessoas se aglomerassem ao pé do poste para poder acionar o
acendimento das lâmpadas.
Zé do Bigodão
casou já com idade bem avançada e era extremamente ciumento. Acredito que não
deixou filhos.
Certa vez Zé
do Bigodão passou em um “beco” que liga a José Avelino com a José Rufino entre
a casa de Seu Valdemar Severo e as duas casas da SAOB, e viu uma mulher casada(
dona Juvina) conversando com um homem que não era seu marido. Na manhã seguinte
ele pegou um pincel e com tinta vermelha fez ali a seguinte pichação “BECO DO
BOI”.
Esse era Zé do
Bigodão.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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