Por: Carlos Eduardo
Este é um comentário de Carlos Eduardo sobre o artigo do cineasta e pesquisador do cangaço:
Aderbal Nogueira
Muito bom nosso amigo Aderbal trazer esses depoimentos valiosos, matéria prima para os que gostam de dissecar a história de Lampião e seu grupo.
Chamou minha atenção o trecho em que Sila diz que as pessoas diziam para ela sentir orgulho por ter sido mulher de cangaceiro. Sua resposta é: “Orgulho de que? Isso é um absurdo! Tudo que nós vivemos naquela vida...” Todos que falam neste vídeo demonstram seu arrependimento pelos erros do passado. Sila erra quando diz que ela não é parte da história do Brasil. É parte sim. Iinfelizmente parte do lado feio da história, mas que também merece ser estudada e nunca escondida ou censurada. Assim como ela não sentia orgulho por ter sido cangaceira, também não sentia vergonha por reconhecer seus erros e ter adotado uma vida com dignidade.
Acho que os depoimentos de Sila não devem ser tomados como totalmente confiáveis. A história da lanterna e o furo na tampa da bebida, contada por seu marido Zé Sereno, parecem ser uma forma de valorizar a participação deles. São muitas as contradições da ex-cangaceira, algumas compreensíveis, outras aparentemente intencionais. Porém, seu comportamento não é muito diferente da maioria dos que testemunharam os acontecimentos.
Existia amor entre os casais no grupo de Lampião? Difícil responder essa pergunta. O que imagino é que muitas mulheres devem ter sofrido da Síndrome de Estocolmo e passaram a ter um sentimento que misturava afeto e medo.
O Cariri Cangaço nunca dorme, sempre aparece uma novidade para os cangaceirólogos pensarem à respeito. Essa parceria GECC/ Cariri Cangaço está dando o que pensar.
C Eduardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário