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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Existia amor no Cangaço ?

Por: João de Sousa Lima
Ex-Cangaceira Durvinha e João de Sousa Lima
Ouvindo uma das entrevistas da cangaceira Dadá realizada pelo escritor Antônio Amaury, a cangaceira fala sobre Corisco, do ódio que a princípio sentiu dele pelo estupro, porém diz que depois foi se enamorando do cangaceiro, do seu carinho para com ela, do seu tratamento cordial. Dadá foi aprendendo a conviver com o homem que no começo sentiu rancor e por ele depois se apaixonou, no depoimento ela diz que Corisco foi o grande amor dela, que ela mesmo estando casada com outro, sonhava sempre com o cangaceiro, nos sonhos sentia cheiro de flores, sonhava com os longos cachos dos cabelos do amado, Corisco deixou em seu coração um amor que jamais foi esquecido.
A cangaceira Durvinha foi apaixonada por Virgínio, com ele seguiu para o cangaço com a penas 15 anos de idade e viveu um grande amor. Durvinha morreu dizendo, mesmo estando na presença de seu companheiro moreno, que Virgínio foi um grande amor em sua vida. Quando estive com Durvinha pela primeira vez;  passei 30 dias a seu lado; convivi no seu dia a dia e pude confirmar que ela dedicou um grande amor a Virginio e por ele foi muita amada, ela me confidenciou também que sempre sonhava com o famoso cangaceiro.
Durvinha ao lado de seu grande amor: Virgínio
Em um depoimento deixado por Sila ela falou que nunca foi amada no cangaço, porém esse foi um depoimento isolado e os depoimentos isolados não dão créditos para afirmativas históricas que possam se pensar como definitivas, ou seja, não se pode mudar o curso da história apenas por um depoimento, ele tem que fazer parte do contexto, ser analisado, pensado, discutido, porém nunca tomado como um sentimento definitivo generalizando um fenômeno que foi tão diversificado e ao mesmo tempo tão distinto.
No cangaço houve amor sim e posso provar através dos inúmeros depoimentos que tenho gravados, palavras de mulheres que conviveram e viveram as dores e os amores do cangaço!!!
João de Sousa Lima
Paulo Afonso-BA
Sócio da SBEC, ALPA e UNEHSH
Conselheiro Cariri Cangaço

Um comentário:

  1. Anônimo22:10:00

    Foi sequestrada e estuprada, que tipo de amor é esse ?

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