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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A BALAIADA FOI UMA REVOLTA OCORRIDA NO MARANHÃO ENTRE OS ANOS DE 1838 E 1841.


Antecedentes[editar | editar código-fonte]

No Maranhão havia dois partidos, os liberais (chamados de bem-te-vis, por causa do seu jornal, chamado O Bem-te-vi) e os conservadores (cabanos, por analogia com os cabanos do Pará, Pernambuco e Alagoas). [1]

A revolta dos balaios[editar | editar código-fonte]

Memorial da Balaiada em Caxias, no Maranhão.

A revolta tomou o nome de Balaiada porque Balaio era o apelido de um de seus principais líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira. Ele era um fabricante de balaios, e fora vítima da violência policial, que havia violentado uma de suas filhas, sem que houvesse punição nenhuma.

A principal causa da revolta foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes, o Cara Preta[2], acusado pelo subprefeito da Vila da Manga [1] (atual Nina Rodrigues)[carece de fontes], José Egito, um cabano. No dia 13 de dezembro de 1838, Raimundo Gomes, com nove outros homens, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e libertou-o, reforçando seu grupo com os prisioneiros soltos e vinte e dois soldados encarregados da segurança policial da Vila.[1]

Raimundo Gomes conseguiu o apoio de Lívio Pedro MouraMulunguetaManuel Francisco dos Anjos Ferreira e do Balaio, o que deu nome ao movimento.[1]

Os revoltosos, após destruir e saquear fazendas e vilas, investiram contra a Vila de Caxias, que, sob a liderança civil de João Paulo Dias e do capitão militar Ricardo Leão Sabino, conseguiram resistir, inclusive com o apoio de mulheres, a quarenta e seis dias sob o cerco do bando de Raimundo Gomes.[1]

Quando não havia mais como defender a vila, o capitão Sabino simulou haver aderido à revolta, mas disparou um canhão, causando pânico entre os balaios, o que permitiu que a vila fosse evacuada. Esta vitória animou o partido dos Bem-te-vi, que enviou emissários à capital São Luiz, pedindo a rendição ao presidente do Maranhão.[1]

Os balaios, porém, eram desorganizados, sem unidade de comando, e perderam um de seus líderes, o Balaio, que foi atingido por um projétil atirado de seu próprio bando e morreu de gangrena.[1]

A repressão[editar | editar código-fonte]

Vestígios arquitetônicos no Memorial da Balaiada.

Para combatê-los a Regência enviou ao Maranhão, como Presidente e Comandante das Armas da Província o coronel Luís Alves de Lima e Silva, que tinha experiência militar por ter lutado na Guerra de Independência e na Guerra da Cisplatina, de 1825 a 1828. Ele recebeu o comando de todas as tropas em operação no Maranhão, Piauí e Ceará, e assumiu o comando em7 de fevereiro de 1840.[1]

A Balaiada (1838).

Lima e Silva criou a Divisão Pacificadora, dividindo em três colunas, comandadas por Sérgio de Oliveira, que ocupou as comarcas de Caxias e Pastos Bons, João Thomaz Henrique, que atuou em Vargem Grande e Brejo, e Souza Pinto Magalhães, que ocupou a Vila Icatu e as margens do rio Mearim.[1]

A estratégia dos revoltosos era de guerrilha rural, atacando só os pontos fracos da defesa do governo; a resposta estratégica foi manter suficientemente guarnecidas todas as vilas e cidades importantes para os revoltosos. Destes pontos fixos, Lima e Silva combateu a Balaiada, usando muitas vezes o cerco contra grupos de rebeldes.[1]

Os balaios ainda tiveram o apoio de três mil escravos, que fugiram das fazendas, se aquilombaram e depois ficaram sob a liderança do negro Cosme Bento das Chagas.[1]

Em 23 de agosto de 1840, quando foi proclamada a maioridade do imperador Dom Pedro II, Lima e Silva anunciou aos maranhenses a quase extinção da guerra civil.[1]

Lima e Silva receberia, mais tarde, o título de Barão de Caxias por esta campanha.[3]

Referências
Ir para cima↑ Arruda, José Jobson de A.; Piletti, Nelson TODA A HISTÓRIA: História Geral e História do Brasil 5ª edição 1996, ISBN 8508052022
Ir para cima↑ Artigo sobre o tema do cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais, Renato Cancian - UOL Educação, em 31 de julho de 2005.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
MIRANDA,A. Balaios e Bem-te-vis: a guerrilha sertaneja (2a. ed.). Teresina: Instituto Dom Barreto, 2002.
JANOTTI, Maria e Lourdes Mônaco. A Balaiada. São Paulo: Brasiliense, 1987. 74p. il.
OTÁVIO, Bigode Janeiro: Imprensa Nacional, 1942.
OTÁVIO, Rodrigs". São Paulo: Siciliano, 2001. 75p. ISBN 8526708694

SANTOS, Maria Villela. A Balaiada e a insurreição de escravos no Maranhão. São Paulo: Ática, 1983. 145p.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Balaiada

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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