A Revolução
Praieira, também denominada como Insurreição Praieira, Revolta
Praieira ou simplesmente Praieira, foi um movimento de caráter liberal e federalista que
eclodiu, durante o Segundo Reinado, na província de Pernambuco, no Brasil, entre 1848 e 1850.
A última das
revoltas provinciais, está ligada às lutas político-partidárias que marcaram o Período Regencial e o início do Segundo
Reinado. Sua derrota representou uma demonstração de força do governo de D. Pedro II (1840-1889).
REVOLUÇÃO
PORPETICA:
-1875- apoio
dos liberais
Reivindicava
as suas glorias, seus propôs, assim ficou conhecido como revolução porpetica de
forma global, inscreveu-se no contexto das revoluções liberais, socialistas e nacionalistas que
varreram a Europa neste
período do século XIX, incluindo a Revolução de 1848 na França que
promoveu a extinção do absolutismo no país.
Em nível local
foi influenciada pelas ideias liberais dos que se queixavam da falta de
autonomia provincial, sendo marcada pelo repúdio à monarquia,
com manifestações a favor da independência política, da república e
por um reformismo radical.
Com fundo
social, econômico e político, contou com a participação das camadas menos
favorecidas da Província de Pernambuco, oprimidas pela
grande concentração fundiária nas mãos de poucos proprietários. Como exemplo,
uma quadra popular à época, refere à poderosa família Cavalcanti:
"Quem
viver em Pernambuco
não há de
estar enganado:
Que, ou há de
ser Cavalcanti,
ou há de ser
cavalgado." (Quadra popular)
Ainda como
fundo socioeconômico, registra-se a histórica rivalidade com os portugueses,
que dominavam o comérciona província. Em síntese, as principais causas da
Rebelião Praieira foram:[1]
o predomínio
do latifúndio;
a dependência
e marginalização do pequeno agricultor;
o
encarecimento dos gêneros de primeira necessidade;
o papel
monopolizador dos comerciantes portugueses;
o êxodo rural;
a crise da
economia pernambucana.
A luta[editar | editar código-fonte]
A revolta teve
como causa imediata a destituição, por D. Pedro II, do Presidente da Província Antônio
Pinto Chicorro da Gama (1800-1887), representante dos liberais.
Durante quatro anos à frente do poder, Chicorro da Gama combatera o poder local
dos gabirus, grupos mais poderosos da aristocracia latifundiária e
mercantil, ligados ao Partido Conservador.
A substituição
deste liberal pelo ex regente Araújo Lima, extremamente conservador, foi o
estopim para o início da revolução, que já acumulava insatisfação com a
política imperial e dificuldades devido ao declínio da economia açucareira.
Os rebeldes
queriam formar uma nova Constituinte para alterar a Constituição brasileira de 1824,
visando a efetiva liberdade de imprensa (uma vez que esta
estava limitada, extinguindo artigos que ferissem a família real ou a moral e
os bons costumes), a extinção do poder
moderador e do cargo vitalício de senador, voto
livre e universal, garantia de trabalho, além da nacionalização do comércio
varejista que estava nas mãos dos portugueses
Em abril de
1848, os setores radicais do Partido Liberal pernambucano – reunidos em torno
do jornal Diário Novo, na Rua da Praia, no Recife, e
conhecidos como praieiros – condenaram a destituição de Chichorro da Gama,
interpretando esse gesto como mais uma arbitrariedade imperial.
A revolta
contra o novo governo da Província eclodiu em Olinda, a 7 de
novembro de 1848, sob a liderança do general José Inácio de Abreu e Lima, do Capitão
de Artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira, do
Tenente Coronel da Guarda Nacional Bernardo José da Câmara, futuro Barão de
Palmares, do deputado liberal Joaquim Nunes Machado e
do militante da ala radical do Partido Liberal, Antônio Borges da Fonseca. O presidente
nomeado da Província, Herculano Ferreira Pena, foi afastado e o
movimento espalhou rapidamente por toda a Zona da
Mata de Pernambuco.
A sua primeira
batalha foi travada no povoado de Maricota (atual cidade de Abreu e
Lima).
Em 1 de
janeiro de 1849, os revoltosos lançaram o seu programa, um documento que
denominaram Manifesto ao Mundo, de conteúdo, em sua maior
parte, social liberal
(voto universal, liberdade de expressão, garantia de trabalho, separação dos
poderes, direitos individuais na esfera jurídica) [2],
supostamente escrito por Borges da Fonseca, um jornalista. O manifesto
defendia:
o voto livre e
universal do povo brasileiro;
a plena e
absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa (liberdade de imprensa);
o trabalho,
como garantia da vida para o cidadão brasileiro;
o comércio a
retalho só para os cidadãos brasileiros;
a inteira e
efetiva independência dos poderes constituídos;
a extinção do Poder
Moderador e do direito de agraciar;
o elemento
federal na nova organização
a completa
reforma do Poder Judiciário, de forma a assegurar as
garantias dos direitos individuais dos cidadãos;
a extinção da
lei do juro convencional;
a extinção do
sistema de recrutamento militar então vigente.
Apesar do
caráter liberal da revolução, os revoltosos não cogitavam a abolição da
escravidão.
Depois de
receber a adesão da população urbana que vivia em extrema pobreza, pequenos
arrendatários, boiadeiros, mascates e negros libertos, os praieiros marcharam
sobre o Recife em fevereiro de 1849 com quase 2.500 combatentes, mas foram
rechaçados. Marcharam em três Divisões, uma comandada por João Inácio de
Ribeiro Roma, a segunda por Bernardo Câmara e a terceira era comandada por
Pedro Ivo Veloso da Silveira.
A repressão[editar | editar código-fonte]
A província
foi pacificada por Manuel Vieira Tosta, indicado como novo
presidente, auxiliado pelo Brigadeiro José Joaquim Coelho, novo Comandante das
Armas. As forças rebeldes foram derrotadas nos combates de Água Preta e de
Igaraçu.
Os líderes do
movimento pertencentes à classe dominante, foram detidos e julgados apenas em
28 de novembro de 1851, quando os ânimos na província já tinham serenado,
ocasião em que o governo imperial pôde lhes conceder anistia.
Voltaram, assim, a ocupar os seus cargos públicos e a comandar os seus
engenhos.
Por outro
lado, os rebeldes das camadas sociais menos privilegiadas - rendeiros,
trabalhadores e outros - não tiveram direito a julgamento e, ou sofreram
recrutamento forçado ou foram anistiados por intervenção de seus superiores
para retornarem ao trabalho, exceto aqueles que foram sumariamente fuzilados durante
e logo após os combates.
Consequências[editar | editar código-fonte]
Com o fim da Praieira,
no início de 1850, iniciou-se outra parte do Segundo Reinado, um período de
tranquilidade política, fruto do parlamentarismo e
da política de conciliação implantados por D. Pedro II, e da prosperidade
trazida pelo café.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Praieira
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