Por Junior
Almeida
Júnior Almeida, Lili e...
Maria Gracinda Basílio nasceu em 24 do mês de São João de 1914 na então vila de Serrinha do Catimbau, município de Garanhuns Pernambuco, hoje município emancipado de Paranatama. Branca, como é chamada desde que se entende de gente, casou-se com José Francisco Basílio, o Zé Basílio.
Em 19 do mês
de Santana de 1935, estava em sua residência onde funcionava também uma pequena
bodega no Sítio Azevém daquele município, quando por volta das 10 horas da
noite bateram violentamente em sua porta.
Era Lampião e
seus cabras, acompanhados de mais algumas pessoas feitas reféns. A casa modesta
da família foi tomada por cangaceiros e duas mulheres dos cabras, segundo o
processo do caso, Maria Bonita e Maria Ema. Os sicários reviraram tudo em busca
de dinheiro e objetos de valor. As mulheres também não ficaram atrás, pois deram
uns apertos na dona da casa, Dona Branca, na época uma jovem senhora de 21 anos
de idade.
Enquanto parte
do bando saqueavam a casa da família, alguns componentes do bando foram a uma
casa vizinha, que era do sogro de Dona Branca, onde estupraram duas moças,
essas irmãs de Zé Basílio e cunhadas de Branca. A súcia saiu da casa da Família
Basílio os deixando arrasados financeiramente e emocionalmente, indo pro sítio
Queimada do André, onde assassinaram um homem e surraram o seu genro.
Depois desse
rastro de depredações e morte, Lampião e seu bando seguiram para a Vila de
Serrinha, onde houve resistência armada. No tiroteio de Serrinha do Catimbau,
Maria Bonita foi baleada duas vezes, tiros esses que fez a rainha do cangaço
passasse por sério apertos, beirando a morte, fato que só aconteceria três anos
depois em Angicos.
Maria Ema
também foi ferida, e o cachorro do bando de nome "dourado" foi morto
por vários tiros. Quem tirou a sorte grande de achar o animal "lavou a
égua", pois o bicho tinha uma coleira toda enfeitada de moedas de ouro.
Hoje, dia 21 de
fevereiro de 2017, com Dona Branca prestes a completar 103 anos de vida, mais
uma vez a visitamos, e por incrível que pareça, a centenária mulher nunca
contou uma história diferente das que tinha nos contado antes. Muitas
vezes´afirmamos coisas que já ouvimos dela, sendo de maneira diferente, e ela
energicamente nos corrige, demonstrando assim a sua lucidez. Maria Gracinda, a
Dona Branca, uma das poucas vítimas e testemunhas vivas dos tempos do cangaço.
História do Brasil.
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