O Pior dos Erros Médicos
Por José Cícero
...E o doutor sumo – especialista
pleno de sua arrogância
adentrou o quarto.
Vestido em seu impecável jaleco branco.
Tinha a aparência dos anjos para o moribundo.
Um lenitivo. Um refrigério...
Certamente a última esperança que lhe prendia a vida.
E de cabotino durão, com sede de ouro para todo o resto
pensava o esculápio em sua conta bancária.
- Preciso ganhar dinheiro!
E assim, envergou seu bisturi ligeiro
na direção do paciente desfalecido.
Decúbito dorsal.
Riscou a geografia daquele corpo inerte sobre a maca fria.
Seguira sem pestanejar seu padrão gregário.
Na mais pura e desumana das intenções.
Mais uma vitória da cruel mesmice
sobre a boa prática da caridade alheia.
Faltava ao médico acreditar na vida
pelo ângulo verdadeiro.
Porém a esperança dos otimistas
Esperava piamente, por seu gesto digno.
Pela fina Lâmina afiada do monetarista.
Uma incisão. Um corte longitudinal.
Sangue sobre o lençol igualzinho o dele.
Lâmina tênue do instrumental.
Deslizando sobre a carne viva do paciente
como ele próprio, organicamente calmo,
cheio de paciência e de pecado.
Enfim, rasgou-se a pele do tecido humano.
Faca de Hipócrates de Cós
adentrando a carne fraca da pobre alma.
Um Paracelso pós-moderno.
Às avessas.
Neo-açougueiro insensível.
Louco por cobre e por dinheiro.
Mas de repente,
Não mais que de repente.
Ele parou no meio do caminho.
Pensou por um instante decisivo.
- Preciso ganhar dinheiro!
O corte aberto como um buraco negro
sobre o corpo do seu paciente desfalecido.
Mas, 'no meio do caminho tinha uma pedra'.
Quando soube que o moribundo não tinha posses.
Apenas não sabia o tal doutor,
que todo conhecimento a Deus pertence.
Que toda ciência emana dos céus.
Contudo, muito mais doente
que o moribundo homem que ele cortava
estava o cristianismo mundano com aquilo.
Ignominioso fato.
Mas, mesmo abortando o cirúrgico ato
o tal médico anticristão do mundo
continuará riscando para sempre,
como um castigo explícito
com seu bisturi monetário
sobre a sua própria carne
ainda mais patológica e claudicante,
os limites contraditórios
daquele seu ato triste e falho.
Mas que não fora o primeiro.
Quiçá em sua própria face
cheia de pus, pecados e micróbios...
O médico ainda assim seguirá cortando
o tecido frágil do imponderável mistério.
Naquele instante - teve um estalo: sonhara ser político.
Pensou ele:
- Isso é mágico. Quem não tem dinheiro paga com o voto.
E em dívida com seu humanismo sedentário
Decerto, além, noutro plano.
Pagará em dobro ele próprio, o maior dos preços.
Pelo seu lamentável procedimento.
Assim como todos(que como ele) não operaram a feitura do bem
no tempo devido aos pobres.
Não elegendo a caridade como o farol da vida eterna.
Todos os que optaram pelo monumental contra-senso
entre o ético e o científico.
A vida e o dinheiro.
Uma contradição perante o seu compromisso ético.
E a operação ainda segue a sua lógica tosca e fria:
Onde quem pode pagar – Vive.
E quem não pode, à míngua – Morre.
Pobres médicos, estes, que mesmo doentes
ainda não se deram conta
que no além-fronteira da vida não há moeda,
malgrado todo o dinheiro que juntaram
talvez não encontrem sequer quem os operarem
dos grandes males que acumularam.
pleno de sua arrogância
adentrou o quarto.
Vestido em seu impecável jaleco branco.
Tinha a aparência dos anjos para o moribundo.
Um lenitivo. Um refrigério...
Certamente a última esperança que lhe prendia a vida.
E de cabotino durão, com sede de ouro para todo o resto
pensava o esculápio em sua conta bancária.
- Preciso ganhar dinheiro!
E assim, envergou seu bisturi ligeiro
na direção do paciente desfalecido.
Decúbito dorsal.
Riscou a geografia daquele corpo inerte sobre a maca fria.
Seguira sem pestanejar seu padrão gregário.
Na mais pura e desumana das intenções.
Mais uma vitória da cruel mesmice
sobre a boa prática da caridade alheia.
Faltava ao médico acreditar na vida
pelo ângulo verdadeiro.
Porém a esperança dos otimistas
Esperava piamente, por seu gesto digno.
Pela fina Lâmina afiada do monetarista.
Uma incisão. Um corte longitudinal.
Sangue sobre o lençol igualzinho o dele.
Lâmina tênue do instrumental.
Deslizando sobre a carne viva do paciente
como ele próprio, organicamente calmo,
cheio de paciência e de pecado.
Enfim, rasgou-se a pele do tecido humano.
Faca de Hipócrates de Cós
adentrando a carne fraca da pobre alma.
Um Paracelso pós-moderno.
Às avessas.
Neo-açougueiro insensível.
Louco por cobre e por dinheiro.
Mas de repente,
Não mais que de repente.
Ele parou no meio do caminho.
Pensou por um instante decisivo.
- Preciso ganhar dinheiro!
O corte aberto como um buraco negro
sobre o corpo do seu paciente desfalecido.
Mas, 'no meio do caminho tinha uma pedra'.
Quando soube que o moribundo não tinha posses.
Apenas não sabia o tal doutor,
que todo conhecimento a Deus pertence.
Que toda ciência emana dos céus.
Contudo, muito mais doente
que o moribundo homem que ele cortava
estava o cristianismo mundano com aquilo.
Ignominioso fato.
Mas, mesmo abortando o cirúrgico ato
o tal médico anticristão do mundo
continuará riscando para sempre,
como um castigo explícito
com seu bisturi monetário
sobre a sua própria carne
ainda mais patológica e claudicante,
os limites contraditórios
daquele seu ato triste e falho.
Mas que não fora o primeiro.
Quiçá em sua própria face
cheia de pus, pecados e micróbios...
O médico ainda assim seguirá cortando
o tecido frágil do imponderável mistério.
Naquele instante - teve um estalo: sonhara ser político.
Pensou ele:
- Isso é mágico. Quem não tem dinheiro paga com o voto.
E em dívida com seu humanismo sedentário
Decerto, além, noutro plano.
Pagará em dobro ele próprio, o maior dos preços.
Pelo seu lamentável procedimento.
Assim como todos(que como ele) não operaram a feitura do bem
no tempo devido aos pobres.
Não elegendo a caridade como o farol da vida eterna.
Todos os que optaram pelo monumental contra-senso
entre o ético e o científico.
A vida e o dinheiro.
Uma contradição perante o seu compromisso ético.
E a operação ainda segue a sua lógica tosca e fria:
Onde quem pode pagar – Vive.
E quem não pode, à míngua – Morre.
Pobres médicos, estes, que mesmo doentes
ainda não se deram conta
que no além-fronteira da vida não há moeda,
malgrado todo o dinheiro que juntaram
talvez não encontrem sequer quem os operarem
dos grandes males que acumularam.
Por José Cícero - In Poemas Inéditos(2011) D.R
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