Por: Manoel Severo
Maranduba em foto de Afrânio Cisne
O ano era 1932 e o Mês era janeiro, aqui na fazenda Maranduba, em Poço Redondo ocorria um dos mais espetaculares combates do cangaço lampiônico. As vitórias registradas em Serra Grande, em 1926, e tempos depois em Serrote Preto, voltaram como pesadelo na mente dos comandantes que vivenciaram essa batalhas homéricas contra o rei do cangaço. Entre esses estavam muitos Nazarenos e um de seus grandes: Manoel Neto.
O Nazareno Manoel Neto
O Tenente Manoel Neto, um dos mais destacados militares de Pernambuco, que dedicou toda sua vida ao combate ao cangaceirismo e a Lampião, bravo homem da força de Nazaré, afirmava "que nunca tinha visto tanta bala como viu ali”. Outro depoimento da época sobre a grandiosidade do combate da Maranduba nos traz que , “uma coisa que foi muito comentada e com curiosidade, foi que no local em que aconteceu o fogo de Maranduba, durante vários anos, das árvores e dos matos rasteiros não ficaram folhas. Tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas”.
Lívio, Afrânio e Múcio, em Maranduba
Senhor Adriano, Manoel Severo e a Cruz dos Nazarenos, em Maranduba
O combate se deu perto do meio dia e se estendeu até o sol se por, os cangaceiros estavam se preparando para comer e as pias iriam fornecer a água necessária para os próximos caminhos. As volantes no encalço se aproximaram pela caatinga da Maranduba, e cometendo os mesmos erros de combates anteriores, acabaram envolvidos por várias linhas de tiros, engenhosamente armada por Lampião e seus cangaceiros. Ao final dentre os muitos que tombaram sem vida, constavam 4 homens de Nazaré: Hercílio de Souza Nogueira e seu irmão Adalgiso de Souza Nogueira (primos dos irmãos Flor), João Cavalcanti de Albuquerque (tio de Neco Gregório) e Antônio Benedito da Silva (irmão por parte de mãe de Lulu Nogueira, filho de Odilon Flor). Momento marcante da visita em Maranduba foi encontrar a Cruz que marca o local onde foram sepultados os Nazarenos e seus companheiros de farda.
Manoel Severo
Cariri Cangaço
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