Por: José
Mendes Pereira
Ah, se os
tempos voltassem para vivermos novamente aquelas façanhas, que de vez por outra
nós as aprontávamos! Principalmente você, que não deixava ninguém quieto.
Sentirmos o cheiro do leite que bebíamos todas as manhãs fornecido pelo programa do governo “Aliança para o Progresso”. Comermos aquele queijo de cor alaranjada; não tenho plena certeza, mas me parece que o seu nome era queijo do reino.
Sentirmos o cheiro do leite que bebíamos todas as manhãs fornecido pelo programa do governo “Aliança para o Progresso”. Comermos aquele queijo de cor alaranjada; não tenho plena certeza, mas me parece que o seu nome era queijo do reino.
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Almoçarmos
belas comidas feitas pela cozinheira Beatriz Melo, que em matéria de cozinhar,
era a melhor daquela instituição. Mas em contra partida, tínhamos um
jantar muito fraco, sopa feita de caldo de feijão, sem nenhum gosto de
carne, que até hoje, quando eu vejo sopa, não me sai da lembrança daqueles
tempos.
À noite, ao
chegarmos das nossas escolas, cada um recebia um pão com um taco de rapadura.
Alguns deles não queriam, porque já haviam merendado fora. Mas aquele que
merendava fora, era patrocinado pelos pais ou pelos parentes.
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Fugirmos da
presença da vice-diretora, em busca de um lugar seguro para fumarmos. Vício que
ela mesma era dependente, e até hoje, tenho notícias que ainda fuma. Mesmo ela
sendo fumante, combatia fortemente aos internos que também eram viciados.
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Permanecermos
nas calçadas da escola, após o jantar, vendo as lindas meninas passeando pelas
ruas dos antigos igapós, nas imediações dos Pereiros. Também para recebermos
ligações de várias mocinhas que viviam nos rodeando, como se nós fôssemos
artistas. Coisas de meninas novas.
Lembro que
duas vezes por semana, nós dois, saíamos em uma bicicleta cargueira, até a
Ilha de Santa Luzia, à Rua General Péricles, na Mercearia do Zé Maia
(cunhado da vice-diretora), para apanharmos uma porção de bananas para a escola,
e ao retornarmos, em vez de seguirmos para a instituição, ficávamos
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a barragens
Jerônimo Rosado, e ali, nós comíamos bananas em abundância, e jogávamos as
cascas sobre a água, só para vermos elas passando de um lado para outro através do deslizar das águas.
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O nosso medo
era que ao chegarmos à escola, as bananas fossem contadas pelas empregadas ou
pela vice-diretora. Mas felizmente isto nunca foi feito, apenas nós temíamos. E
os assaltos às bananas continuavam. Mas tudo que nós fazíamos jamais nos
ridicularizou, apenas praticávamos coisas de adolescentes.
Nos dias de
hoje, tudo é diferente. Ninguém confia em ninguém. São poucos que praticam
certas desordens, e abandonam ao se tornarem adultos.
Aquela escola era nossa, e que todos os internos de qualquer instituição educacional praticam as mesmas desordens. Mas o bom é que não as leve para sua vida adulta.
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
Fonte:
http://minhasimpleshistorias.blogspot.com
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