Foto do acervo do escritor João de Sousa Lima - www.istoe.com.br
Lampião
inspirou muita literatura, mas não foi a origem da palavra cangaço. No século
XIX, ela já designava bandoleiros nordestinos que carregavam o rifle deitado
sobre os ombros, lembrando a canga, arreio de madeira que vai sobre o pescoço
dos bois, e o nome pegou. Canga, cangaço, cangaceiro.
Arte - www.onordeste.com
O pernambucano
Cabeleira, nascido em 1751, foi o primeiro a virar mito. Acabou enforcado.
Lucas da Feira
Lucas da Feira, de 1807, também foi executado, mas antes viajou ao Rio para
estar com
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D. Pedro II,
que desejava conhecê-lo. Depois vieram Jesuíno Brilhante, Meia Noite, Antonio
Silvino e Sinhô Pereira.
Sinhô Pereira sentado e seu primo Luiz Padre
Foi no bando deste último que Virgulino Ferreira da
Silva ingressou, aos 24 anos.
Filho de um
pequeno proprietário rural, o rapaz sabia ler e era hábil artesão em couro. Mas
entortou sua biografia em l915, quando acusou um empregado do vizinho José
Saturnino de roubar uns bodes.
José Saturnino - inimigo nº. 1 de Lampião
A rixa entre
as famílias durou anos. Em 1919, Virgulino e dois irmãos, Livino e Antônio,
caíram no crime. Matavam gado do inimigo e assaltavam.
No encalço dos
três irmãos, a polícia prendeu um quarto, o inocente João.
João Ferreira dos Santos - http://portaldocangaco.blogspot.com.br
O pai, José
Ferreira, fugiu. No caminho, hospedou-se na casa de um amigo, onde foi morto
pela polícia. Virgulino, diz a lenda, jurou: "De hoje em diante vou matar
até morrer".
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"DE HOJE EM DIANTE VOU MATAR ATÉ MORRER!". Pois é caro MENDES, foi mesmo "o começo de uma carreira de horrores", como você se expressa na matéria postada.
ResponderExcluirAcredito que se não houvessem as encrencas sem solução entre as famílias SATURNINO e FERREIRA, hoje os historiadores não teriam o trabalho de mergulharem de cabeça em pesquisas, muitas vezes estafantes.
Os episódios do furto dos bodes e do chocalho se fossem conciliados, que deu início a fatos graves como é o caso da morte do Velho Zé Ferreira, não teríamos UM LAMPIÃO, e sim, continuaria, creio eu, UM VIRGOLINO almocreve e um artista no artesanato do couro, o que ele fazia na adolescência. Note que, após sua morte, praticamente o cangaço foi extinto. Reconhecemos que outros cangaceiros existiram antes dele, mas eram grupos que não tinham o mesmo potencial do chamado "capitão" Virgolino. O Cabeleira não mais existia; Lucas da Feira também não; De igual forma, Jesuíno Brilhante; Antonio Silvino estava num comportamento exemplar na prisão; Sinhô Pereira já havia abandonado a vida cangaceira. Assim, tudo sobrou para Virgolino, onde tudo poderia ter encerrado com Sinhô Pereira.
Abraços,
Antonio José de Oliveira - Serrinha-Ba.