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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O começo de uma carreira de horrores

Foto do acervo do escritor João de Sousa Lima - www.istoe.com.br

Lampião inspirou muita literatura, mas não foi a origem da palavra cangaço. No século XIX, ela já designava bandoleiros nordestinos que carregavam o rifle deitado sobre os ombros, lembrando a canga, arreio de madeira que vai sobre o pescoço dos bois, e o nome pegou. Canga, cangaço, cangaceiro.

Arte - www.onordeste.com

O pernambucano Cabeleira, nascido em 1751, foi o primeiro a virar mito. Acabou enforcado. 

Lucas da Feira

Lucas da Feira, de 1807, também foi executado, mas antes viajou ao Rio para estar com 

D. Pedro II - www.portalsaofrancisco.com.br

D. Pedro II, que desejava conhecê-lo. Depois vieram Jesuíno Brilhante, Meia Noite, Antonio Silvino e Sinhô Pereira. 

Sinhô Pereira sentado e seu primo Luiz Padre

Foi no bando deste último que Virgulino Ferreira da Silva ingressou, aos 24 anos.

Filho de um pequeno proprietário rural, o rapaz sabia ler e era hábil artesão em couro. Mas entortou sua biografia em l915, quando acusou um empregado do vizinho José Saturnino de roubar uns bodes.

José Saturnino - inimigo nº. 1 de Lampião

rixa entre as famílias durou anos. Em 1919, Virgulino e dois irmãos, Livino e Antônio, caíram no crime. Matavam gado do inimigo e assaltavam.

No encalço dos três irmãos, a polícia prendeu um quarto, o inocente João. 

João Ferreira dos Santos - http://portaldocangaco.blogspot.com.br

O pai, José Ferreira, fugiu. No caminho, hospedou-se na casa de um amigo, onde foi morto pela polícia. Virgulino, diz a lenda, jurou: "De hoje em diante vou matar até morrer".

http://www.portalsaofrancisco.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo21:59:00

    "DE HOJE EM DIANTE VOU MATAR ATÉ MORRER!". Pois é caro MENDES, foi mesmo "o começo de uma carreira de horrores", como você se expressa na matéria postada.
    Acredito que se não houvessem as encrencas sem solução entre as famílias SATURNINO e FERREIRA, hoje os historiadores não teriam o trabalho de mergulharem de cabeça em pesquisas, muitas vezes estafantes.
    Os episódios do furto dos bodes e do chocalho se fossem conciliados, que deu início a fatos graves como é o caso da morte do Velho Zé Ferreira, não teríamos UM LAMPIÃO, e sim, continuaria, creio eu, UM VIRGOLINO almocreve e um artista no artesanato do couro, o que ele fazia na adolescência. Note que, após sua morte, praticamente o cangaço foi extinto. Reconhecemos que outros cangaceiros existiram antes dele, mas eram grupos que não tinham o mesmo potencial do chamado "capitão" Virgolino. O Cabeleira não mais existia; Lucas da Feira também não; De igual forma, Jesuíno Brilhante; Antonio Silvino estava num comportamento exemplar na prisão; Sinhô Pereira já havia abandonado a vida cangaceira. Assim, tudo sobrou para Virgolino, onde tudo poderia ter encerrado com Sinhô Pereira.
    Abraços,
    Antonio José de Oliveira - Serrinha-Ba.

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