Publicado em 10/09/2013 por Rostand Medeiros
Fonte – G1 – Autor – Waldson Costa, do G1 Alagoas – O jornalista viajou a convite da Secretaria de Estado do Turismo.
Grota de
Angico, local onde o grupo de Lampião foi emboscado, é marcado por uma cruz e
placa com o nome dos cangaceiros mortos (Foto: Waldson Costa/G1)
Passeio tem
navegação de catamarã pelo rio e trilha pela caatinga. Roteiro expõe aos
visitantes belezas naturais e históricas do Nordeste.
Na Rota do
Cangaço, em Alagoas, a história do bando de Lampião e Maria Bonita é contado
por guias vestidos de cangaceiros, que conduzem os visitantes até a Grota de
Angico, local que foi ponto do massacre que deu fim ao mais famoso clã de
cangaceiros do país.
A reportagem
do G1 apresenta um roteiro turístico que começa em Piranhas, cidade histórica
de Alagoas tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional.
Capela é um
dos atrativos no trajeto pelo rio até o povoado de Entremontes (Foto: Waldson
Costa/G1)
Segue pela
Rota do Cangaço, percorrendo a trilha que a volante militar fez em busca do
bando de Lampião e Maria Bonita, até a Grota do Angico, onde parte do grupo foi
morto, para depois desvendar parte das belezas dos Cânions do São Francisco e
um pouco da arte e dos sabores do Sertão.
Prainha no São
Francisco é um dos atrativos do Cangaço Eco Park para quem deseja relaxar após
a trilha (Foto: Waldson Costa/G1)
O ponto
de partida para esta aventura é o cais de Piranhas. Lá, o visitante
embarca em um dos catamarãs que seguem em navegação pelas águas do Rio São
Francisco até o município de Poço Redondo, em Sergipe. O percurso é feito ao
som do típico forró nordestino e das histórias e ‘causos’ do cangaço relatados
pelos guias.
A navegação
pelo rio dura em média 30 minutos, tempo suficiente para o visitante contemplar
a exuberância do ‘Velho Chico’ e todo o cenário proporcionado pelos morros de
paredões rochosos cobertos pela vegetação da caatinga. Entre um trecho e outro,
o cotidiano dos ribeirinhos é revelado entre o vai e vem das pequenas
embarcações que circulam com famílias ou pescadores que tiram o sustento
do rio.
Vestido com
roupas do cangaço, Francisco Rodrigues, recebe grupo em receptivo localizado na
praia da Forquilha (Foto: Waldson Costa/G1)
Duas empresas
de turismo receptivo oferecem o passeio em Piranhas. Uma delas é operada
pelos familiares de Pedro Durval de Cândido, homem que dava suporte a Lampião
na época do cangaço, mas que entregou o clã para a volante alagoana após ser
torturado. Historiadores contam que os policiais desconfiaram da grande
quantidade de mantimentos comprados em uma mercearia daquele município por
Pedro Cândido. Ele foi capturado e forçado a dizer o local onde o bando se
escondia.
Após atracar o
catamarã na praia da Forquilha, o visitante chega a um local com estrutura
rústica, porém agradável, com restaurante e lojinha, que contextualiza o
cenário da caatinga. Deste ponto até a Grota de Angico são aproximadamente 700
metros por uma trilha estreita com vegetação bem preservada.
Grupo segue
por trilha na vegetação de caatinga até a Grota do Angico (Foto: Waldson
Costa/G1)
No trajeto, há
pontos para descanso e muitos relatos sobre o que ocorreu no dia 27 de julho de
1938, data em que 13 cangaceiros do bando foram emboscados, mortos e
decapitados. “Esta trilha que é feita hoje pelos turistas é exatamente a mesma
que a volante fez na época para chegar até o bando de Lampião. Mantivemos a
originalidade em cada passo do percurso para recontar a história”, diz
Francisco Rodrigues, que é sobrinho-neto de Pedro Cândido.
Após a trilha,
o visitante permanece no restaurante Angicos onde pode desfrutar do banho no
Rio São Francisco e das iguarias bem peculiares do Sertão, como a farofa
cangaceira, geleia de xique-xique (cactos), doce de coroa do frade e da bala de
doce de leite, conhecida como a ‘bala que matou Lampião’.
Grota de Angico, local onde o grupo de Lampião foi emboscado, é marcado por uma cruz e placa com o nome dos cangaceiros mortos (Foto: Waldson Costa/G1)
Com proposta
similar, o Cangaço Eco Parque, que também possui estrutura às margens do São
Francisco, tem restaurante, tendas para relaxamento, ampla área livre para
apresentações culturais e banho de rio, além do passeio de catamarã e da trilha
até a Grota do Angico, em um trajeto mais longo, de aproximadamente 1,5 km,
expande o roteiro com uma parada no povoado de Entremontes, distrito de
Piranhas.
O sucesso de
Entremontes, além do charme dos casarios históricos, se dá por conta da
habilidade das mulheres que transformam linhas em bordados de redendê e
ponto-cruz.
Na Grota de
Angico, grupo ouve explicação de guia sobre as emboscadas feitas contra o bando
de Lampião (Foto: Waldson Costa/G1)
Arte e
tradição que chamaram a atenção de estilistas nacionais e internacionais, e que
compôs até mesmo o enxoval do Papa Francisco, quando ele esteve no Brasil.
Custos
As duas
empresas que operam o passeio, que oferece acessibilidade para crianças, jovens,
adultos e até idosos, cobram valor tabelado de R$ 50 por pessoa. No restaurante
Angico, o valor inclui a navegação pelo rio, ficando como opcional a trilha,
onde é cobrada uma taxa de R$ 5 que é destinada ao guia. No local, que oferece
almoço, também opcional, o tempo de permanência é de aproximadamente 3 horas.
Cais do
povoado de Entremontes possui uma bela vista para o rio São Francisco (Foto:
Waldson Costa/G1)
Já no restaurante
Eco Park, o passeio de barco é estendido até o povoado de Entremontes, com
parada de 20 minutos para visitação e compra de artesanato. No receptivo, o
almoço também é opcional. Já a trilha até a Grota do Angico, com percurso maior
e que não é considerado o trajeto oficial dos livros de história, é gratuita. O
tempo de permanência também é de aproximadamente 3 horas.
Fonte – G1 –
Autor – Waldson Costa, do G1 Alagoas – O jornalista viajou a convite da
Secretaria de Estado do Turismo.
Extraído do blog Tok de Histórias do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.wordpress.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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