Seguidores

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

OS CAMINHOS DA CIÊNCIA

Por Tomislav Femenick

Os primeiros estudos sobre o que mais tarde viria a ser ciência (do latim scientia, æ = æ = conhecimento, saber, erudição; do grego επιστήμη) foram desenvolvidos pelos filósofos, notadamente por aqueles que se dedicavam à filosofia da natureza ou filosofia natural, ramificação da filosofia que trata da matéria e da vida; uma cosmovisão racional da natureza, enfocando suas propriedades e os fenômenos relacionados com a existência, usando o pensamento como instrumento interpretativo, em contraposição aos dogmas e às opiniões não comprovados. É, pois, uma abordagem do mundo físico, e seus três reinos: animal, vegetal e mineral.

A história aponta os gregos e os chineses como os precursores desses estudos. Os gregos – principalmente Leucipo de Mileto (460-380 a.C.) e Demócrito de Abdera (cerca de 460-370 a.C.) – desenvolveram a teoria de que todas as matérias, em seus diferentes estados físicos (sólidos, líquido e gasosos), são compostas por átomos (do grego ἄτομος, indivisível), materiais cujas propriedades elementares seriam: forma, tamanho, impenetrabilidade e movimento. Essas partículas se moveriam continuamente no vácuo e suas alterações de estado seriam resultado de mudanças de combinações dos átomos que a compõem. A opinião predominante entre os pensadores gregos era que as matérias eram compostas apenas de terra, água, fogo e ar, em seus estados de quente e frio, seco e úmido. Por sua vez, os chineses da antiguidade nunca desenvolveram uma teoria atômica. Adotavam a ideia dos cinco elementos básicos, dos cinco princípios ativos: terra, água, fogo, metal e madeira. Terra, água e fogo, em comum com os gregos. Essa teoria foi sistematizada pelo filósofo, historiador, político, naturalista, geógrafo e astrólogo Zou Yan, ou Tsou Yen (305-240 a.C.), tido como o fundador de todo o pensamento científico chinês (DURANT, 1995). Das especulações teoréticas, os estudos gregos e chineses migraram para o campo do empírico, para o uso prático dos conhecimentos obtidos pelas discussões das indagações filosóficas.

Na Grécia, enquanto as pesquisas abrangeram a matemática e a lógica, as descobertas foram do relógio de água, às máquinas com força motriz hidráulica ou de ar comprimido. No campo das ciências naturais, as pesquisas se expandiram pela astronomia, geografia, zoologia, botânica e medicina e vários outros setores. O caminho em direção à ciência foi aberto principalmente nas cidades jônicas – em Mileto, Samos e Éfeso –, onde “inventaram a pesquisa pura, e sua jovem ambição assumiu como tarefa a explicação unitarista do real”(PETIT, 1989). Cinco pensadores gregos deram a base para a separação em o “raciocínio simplesmente lógico” e o “raciocínio lógico ordenado”. Primeiro foi Tales de Mileto (624-548 a.C.), que exclui os deuses na sua visão da origem da natureza. Pitágoras (580-507 a.C.) concebeu que a relação matemática como base da natureza das coisas. Parmênides (515-540 a.C.), foi o criador da lógica formal, alicerçada no “princípio de identidade, ou da não-contradição, segundo o qual o ser é e o não-ser não é”. Demócrito (460-370 a.C.) com sua teoria sobre a constituição da matéria. Por último, Aristóteles (384-322 a.C.) pelo rigor de seus estudos sistematizados sobre a física, a mecânica e a matemática. “Com esses […] filósofos gregos surgiram, em forma embrionária, os conceitos essenciais do pensamento científico” (PERRY, 1985).

A China antiga, cujos estudos teóricos e conceituais foram menos relevantes e voltados mais a conceituações morais (confucionismo, taoismo etc.), voltou sua atenção para a exploração do mundo natural. Como exemplo, as pesquisas no campo da física e da química resultaram na invenção da pólvora, do balão de ar quente e da bússola magnética; os estudos sobre mecânica levam à construção da besta [i] e do sismógrafo; na medicina, testaram o tratamento da malária. Estudaram e fizeram aplicação prática com elementos de engenharia hidráulica, botânica e astronomia (FEMENICK, 2003).

Na antiguidade, outros povos também enveredaram nos estudos das ciências.  Na Mesopotâmia e no Egito houve importantes estudos no campo da engenharia de construção, medicina, matemática e astronomia.

1.   CIÊNCIA NÃO É FILOSOFIA

O desenvolvimento da filosofia da natureza resultou na criação de padrões metodológicos próprios e, consequentemente, em sua separação da filosofia. Hoje, a filosofia (do grego φιλοσοφία; φίλος = amigo + σοφία = sabedoria) é explicada como uma forma de pensar que busca a sabedoria pela compreensão dos fenômenos que envolvem o ser e a natureza; a realidade em si. Procura a razão através da crítica para chegar às respostas das indagações levantadas pela própria filosofia. Assim entendida, é uma expressão racional do conhecimento humano, cujo papel é decisivo na formulação de premissas e conceitos que norteiam a formação do pensamento e da lógica construída pelo homem, inclusive no terreno das ciências.

Já a ciência é uma área do saber, onde os estudos são direcionados para determinados objetos ou fenômenos. Estes são agrupados segundo determinadas normas que regem seu comportamento, obedecendo a uma metodologia própria. A primeira grande premissa científica é a de que os “fenômenos científicos”, quando acontecidos nas mesmas condições, se repetem com os mesmo resultados. Em outras palavras: a percepção cientifica da realidade é diferente da percepção que a filosofia faz da mesma realidade.

Cervo e Bervian (1983) confirmam essa posição, ao dizem que:

O conhecimento filosófico distingue-se do científico pelo objeto de investigação e pelo método. O objeto das ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois, sendo de ordem material e física, são por isso suscetíveis de experimentação (método científico = experimental). O objeto da filosofia é constituído de realidades mediatas, não perceptíveis pelos sentidos e que, por serem de ordens suprassensíveis,ultrapassam a experiência (método racional). A ordem natural do procedimento é, sem dúvida, partir dos dados materiais e sensíveis (ciência) para se elevar aos dados de ordem metempírica [ii], não sensíveis, razão última da existência dos entes em geral (filosofia). Parte-se do concreto material para o concreto supramaterial, do particular ao universal. Na acepção clássica, a filosofia era considerada a ciência das coisas por suas causas supremas. Modernamente, prefere-se falar em filosofar. O filosofar é um interrogar, é um contínuo a si e à realidade. A filosofia não é algo feito, acabado. A filosofia é uma busca constante do sentido, de justificação, de possibilidades, de interpretação a respeito de tudo aquilo que envolve o homem e sobre o próprio homem em sua existência concreta.
A ciência moderna está, pois, estruturada em observações continuadas e na obtenção de resultados idênticos. Foi Francis Bacon (1973) o iniciador dessa nova ciência, quando propôs a sua formalização e metodização, com base na observação dos fenômenos.

2.   CIÊNCIA NÃO É TECNOLOGIA

Nem sempre é perfeitamente entendida a diferenciação ente ciência e tecnologia (do grego τεχνολογια; τεχνη = ofício + λογια = estudo). Como já foi dito, ciência é o estudo formal e metodologicamente organizado de alguns fenômenos, visando identificar suas causas e efeitos. Por sua vez, a tecnologia é a maneira de como se aplicar os conhecimentos obtidos pela ciência em favor do ser humano, atendendo os requisitos de possibilidade de uso, utilidade, rentabilidade e segurança.

Por isso é que até os anos quarenta e cinquenta do século passado, alguns pensadores (principalmente norte-americanos) consideravam a tecnologia como sendo “ciência aplicada”. Porém a tecnologia é tão somente uma forma de processos, métodos e instrumentos de atividade profissional. É a forma como se elabora qualquer ofício, qualquer tarefa (SINGER, 1971; MARCUSE, 1999). Além do mais, nem sempre resulta de estudos da ciência. A tecnologia pode derivar de hábitos e tradições comunitários, do meio ambiente, de imposição legal etc.

Outra falácia ligada à tecnologia é que ela representa modernidade, avanço tecnológico e até mesmo científico. Há tecnologia atrasada, consoante com o seu tempo e avançada. Há a tecnologia de pesca com vara de bambu, cordão, anzol e isca natural; com vara de fibra de plástica, molinete, linha der náilon, anzol multiface e iscas artificiais; de pesca de rede de arremesso ou de arrastão; com navios equipados com sonar etc. Todas são tecnologias; umas arcaicas e outras avançadas.

Pode-se resumir dizendo que, não obstante o desenvolvimento tecnológico faça uso de observação de alguns fatos, ele não presume uma teorização consciente de qualquer fenômeno envolvido. Assim, tecnologia não é ciência, pois lhe faltam três pressupostos base: a consciência do evento, sua compreensão e explicação.

3.   O QUE É CIÊNCIA

Resumidamente, pode-se dizer que a ciência é o resultado da procura do entendimento da natureza e do comportamento do ser humano, busca essa sustentada no ceticismo e tendo como base metodologias concretas, objetivas e apropriadas para cada caso e em cada circunstância. Sua finalidade é utilizar os conhecimentos obtidos para explicar e controlar a natureza, em proveito do homem. Diferentemente da filosofia, que usa a argumentação, a ciência faz uso de experimentos para comparar suas abstrações com a realidade. Seus instrumentais predominantes são a demonstração e a comprovação, sustentáculos do valor de seus enunciados, predicativos e teorias. Segundo Pareto (1984): “É sempre o fenômeno concreto que decide se uma teoria deve ser aceita ou rejeitada. Não há, não pode haver, outro critério sobre a verdade de uma teoria que não seja sua concordância mais ou menos perfeita com os fenômenos concretos”.

Por isso é que as demonstrações científicas têm que ser completas, de forma que ofereçam uma compreensão total do assunto tratado. Esse estado das demonstrações somente pode ser obtido por experimentos levados a efeito em laboratório (para as ciências naturais) ou por comprovações de campo (para as ciências humanas), em que os fenômenos são analisados e explicados com a abordagem de suas origens (causas) e resultados (efeitos). Só assim as demonstrações científicas assumirem o caráter de aplicação geral.

3.1   Digressão histórica

Atualmente a ciência – talvez a expressão as ciências seja a melhor para ser empregada neste contexto – busca responder “como” as coisas funcionam, porém até o século XV ela procurava explicar o “porquê” das coisas, isso em razão de que estava atrelada a elementos estranhos à sua natureza, tais como mitos, superstições e, destacadamente, dogmas religiosos. Somente quando se voltou ao estudo de fatos observáveis e passíveis de serem descritos e mensurados, quando as bases das teorias e conceitos se tornaram claras, lógicas e sem interpretações ambíguas, é que a ciência trilhou o caminho do conhecimento adquirido pela reflexão ou pela experiência. Essa evolução aconteceu lentamente, em período dos mais obscuros da história, a Idade Média [iii]. Foi no Renascimento [iv] que os estudos sobre a natureza ganharam força, baseados na observação, na lógica e na compreensão das leis que regem o seu funcionamento. Paralelamente, no mesmo período começaram a surgir os questionamentos dos dogmas religiosos e das “verdades estabelecidas”.

Assim, apesar dos entreves religiosos e da própria cosmovisão do homem medieval, não se pode pensar que não tenha havido desenvolvimento no modo de se fazer ciência durante toda a Idade Média. Colin Ronan (2001) afirma que:

O tardio movimento científico medieval concentrou-se na ciência física (…). Foi um trabalho que deveria ter continuidade nos séculos seguintes, na época que veio a se chamar de Renascença e no período que é muitas vezes denominado de Revolução Científica. E é nas ciências físicas que vemos mais claramente a emergência da ciência moderna, baseada, em grande parte, nas atitudes inquiridoras dos sábios do fim da Idade Média.

Essa “revolução científica” aconteceu entre os séculos XVI e XVIII, impulsionada por vários fatores, entre eles o novo modo de pensar nascido no Renascimento, a imprensa, a reforma protestante, as descobertas de novas terras pelos navegadores ibéricos e até pela própria alquimia, a pseudociência medieval. A forma de se fazer ciência que vigora no tempo presente teve outro impulso no século XVII, durante o movimento conhecido como o Iluminismo [v] e mesmo por alguns pensadores pré-iluministas, entre eles Copérnico (1473-1543), por sua teoria heliocêntrica do sistema solar; Francis Bacon (1561-1626), pelo seu método para estudar os fenômenos naturais; Galileu Galilei (1564-1642), por seus estudos sobre movimentos, pêndulo e inércia; e René Descartes (1596-1650), por seus trabalhos sobre filosofia, ciências, álgebra e geometria (KUHN, 1978; ANDERY et al, 1988).

O avanço das ciências em geral, registrado nos séculos XIX e XX, consolidou o racionalismo cientifico, dando-o a consistência com que se apresenta nos dias de hoje.

3.2   Os Livros e as Ciências

Um fator foi primordial nessa progressão, os livros. Até o século XV todo o saber da humanidade era armazenado em cópias manuscritas, reproduzidas uma a uma e restritas a um público muito limitado. Na Idade Média foram os mosteiros católicos que trouxeram a si a responsabilidade de copistas e de guardiães do conhecimento, num mundo em que predominavam reis e cortesãos guerreiros rudes e analfabetos. Poucos – inclusive alguns mercadores – fugiam à regra. Isso tudo começou a mudar com o advento da imprensa, dos tipos móveis e da prensa gráfica, a invenção do alemão Johannes Gutenberg, em 1439. Primeiro foi a Bíblia, depois livros sobre todos os assuntos, editados e espalhados pela Europa e de lá seguiram os caminhos “nunca dantes navegados” pelos homens e pelo saber.

Os livros transformaram o mundo. Sedimentaram padrões linguísticos (o dialeto londrino tornou-se a língua da Inglaterra e o dialeto da Toscana tornou-se a língua oficial da Itália), foram responsáveis pela solidificação do conceito nacional dos povos e, principalmente, foram uma das causas da reforma protestante e da contrarreforma católica. No campo específico da economia, havia os Almanaques que divulgavam informações sobre agricultura, “aritmética comercial”, preços de mercadorias, leis mercantis e de navegação, rotas marítimas, tabelas uniformes de cálculos, padrões de medidas, construção de navios etc. Um dos livros que teve maior repercussão foi o Summa de arithmetica, geometria proportioni et propornalità (Súmula de aritmética, geometria, proporção e proporcionalidade), do frei Luca Pacioli, o criador da contabilidade moderna. Livros didáticos sobre medicina, arquitetura, astronomia, navegação, geologia, química, metalurgia, tecelagem já eram comuns no século XVI (BURKE e ORNSTEIN, 1998). Paralelamente o número de escolas e de universidades cresceu exponencialmente.

O resultado dessa ampla divulgação de conhecimento foi a alteração do modo de pensar dos homens, pois a leitura força a concentração do pensamento, induz ao raciocínio e o raciocínio leva à análise, à critica e à busca de provas. Foi dessa inter-relação de circunstâncias que nasceram as ideias de Copérnico, Kepler, Galileu Galilei e de vários outros pensadores. Foi o livro o fato gerador do Iluminismo. A leitura e a escrita são, pois, atos racionais, capazes de revolucionar as ciências, economia, a política, a sociedade e até mesmo a fé.

4.   CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS

A classificação ou divisão das ciências se dá tão somente para atender uma questão sistêmica. Todavia, nas suas formulações as ciências geralmente usam, em grau maior ou menor, instrumentos e premissas das outras ciências. A classificação tem por objetivo apenas estabelecer terrenos de atuação.

A primeira – e principal – segmentação das ciências as divide em:

Ciências formais, que estabelecem o instrumental necessário para o procedimento das outras ciências. Entre elas estão a matemática, a lógica e a teorética, além das formulações teóricas sobre estatística, linguística, informações, computação etc.

Ciências empíricas ou factuais, que estudam os fenômenos da realidade e se subdivide em ciências naturais e ciências sociais. As primeiras, as ciências naturais, estudam o universo e as matérias, reunindo a astronomia, a geografia a física, a química, a biologia etc. Já as ciências sociais se dedicam ao estudo do comportamento do homem, quer como individuo ou como componente da sociedade. Esse segmento inclui a antropologia, a história, a linguística, ciências políticas, geografia humana, comunicação, psicologia, sociologia, economia etc.

Outro tipo de classificação leva em conta a motivação dos estudos de cada uma das ciências e as divide em:

Ciências Puras (Fundamentais; Básica), que têm por objetivo tão somente a fundamentação do saber, o “saber pelo conhecimento”. Buscam compreender os elementos da natureza e suas leis. Elas se desenvolvem nos laboratórios e nos campos da pesquisa.

Ciências Aplicadas, que estudam as maneiras possíveis para aplicar o conhecimento obtido pelas ciências puras, em beneficiar o homem. Seu campo de ação é a prática utilitária, o desenvolvimento tecnológico.

Esse último tipo de enquadramento das ciências vem sendo bastante contestado, visto que a linha que separa os dois segmentos é bastante tênue e esgarçada. Essa é uma afirmação de Freire-Maia (1992):

Antigamente, chamava-se de ciência pura a que não tivesse preocupações e nem possibilidades previsíveis de aplicação (por exemplo, sistemática de abelhas, comportamento sexual de drosófilas [vi], astronomia lunar, etc.). Por outro lado, ciência aplicada era a que diretamente se voltava para a solução de problemas práticos e, como tal, apresentava uma perspectiva próxima de aplicação (por exemplo, a química das sulfas ou dos antibióticos, a física dos meios de propulsão, a tecnologia da extração de minérios radioativos, etc.). Hoje, a ciência é vista por outro ângulo. Como várias pesquisas da antiga “ciência pura” acabaram tendo aplicação e outras tantas da chamada “ciência aplicada” terminaram não produzindo os frutos esperados, prefere-se, em geral, dizer ciência básica e aplicações da ciência […]. Não há, pois, dois tipos de ciência – um “puro” e outro “aplicado”. O que há é ciência e aplicações da ciência. O que há pesquisa básica (que pode gerar aplicações) e a pesquisa tecnológica (que diretamente visa a essas aplicações).

Por sua vez, Pierre Thuillier (1975) argumenta que:

Se puede, no obstante, distinguir dos maneras de utilizar la investigación fundamental: “después”, tratando de encontrar una aplicación a un descubrimiento ya hecho, u “organizando sistemáticamente” las investigaciones con la intención de resolver un problema preciso (o tanteando posibilidadesentrevistas vagamente). Esta segunda categoría ha tomado un cierto auge. Las relaciones que existen entre algunas investigaciones “fundamentales” y las objetivos militares están descritas, a veces, con una gran precisión en los documentos oficiales. En 1961, un texto indicaba metódicamente, en varias columnas, los problemas que justificaban las investigaciones emprendidas y las resultados que se esperaban. De esta forma, la “investigación fundamental sobre los rayos infrarrojos” debe permitir conocer mejor las “emisiones infrarrojas de los reactores de los aviones”, lo que debe desembocar en un “detectar de infrarrojos destinado a un misil” [vii].

Por mais que se dividam em grupos e classes, as ciências sempre são multidisciplinares e interdependentes entre si. O desenvolvimento de qualquer uma delas implica no uso de ferramentais desenvolvidos por outras. Essa é uma das essências do modo de se fazer ciência.
Referências:

[i]   Besta, balestra ou balesta é um arco de flechas acoplado horizontalmente a um suporte de madeira, o que lhe dá a aparencia de uma espingarda. É acionado por um pino ou gatilho.
[ii] Metempírica: que está além dos limites da experiência possível.
[iii] Os historiadores dividem a Idade Média em dois granes períodos: A Alta Idade Média(ou Antiguidade Tardia), que vai do século V ao X, e a Baixa Idade Média, que vai do século XI ao século XV. Por sua vez, a Baixa Idade Média é subdividida em dois outros períodos: Idade Média Plena, compreendendo o tempo que vai do século XI ao XII, e a Idade Média Tardia, que engloba os séculos XIV e XV.
[iv] O Renascimento (ou Renascença) foi um período de transformações da vida cultural da Europa, que vai, aproximadamente, do fim do século XIII até meados do século XVIII, marcado pela redescoberta da cultura da Antiguidade clássica.
[v]   Iluminismo (ou Era da Razão) foi um movimento intelectual europeu do século XVIII, que defendia o primado da razão, sobre o poder do Estado e das religiões.
[vi] Drosófila é a designação de alguns insetos, inclusive as moscas das frutas.
[vii]    Tradução livre: É possível, no entanto, distinguir duas formas de utilizar a pesquisa fundamental: “depois” de tentar encontrar uma aplicação para uma descoberta já feita, ou “organizando sistematicamente” as pesquisa com a intenção de resolver um problema já determinado (ou sondando possibilidades entrevistas vagamente). Esta segunda categoria tem tido uma predominancia. As relações que existem entre algums pesquisa “fundamental” e objetivos militares são descritos, por vezes, com grande precisão nos documentos oficiais. Em 1961, um texto indicava metodicamente, em várias colunas, os problemas que justificam a pesquisa realizada e os resultados esperados. Assim, a “investigação fundamental sobre os raios infravermelhos” deve permitir uma melhor compreensão das “emissões de infravermelho dos reatores dos aviões a jato”, o que deve levar a um “detector de infravermelhos destinados a um míssil”.


TOMISLAV FEMENICK

Tomislav R. Femenick
Mestre em Economia, pela PUC-SP, com extensão de Sociologia e História; pós-graduado em Economia Aplicada para Executivos, pela FGV-SP e bacharel em Ciências Contábeis, pela Universidade Cidade de São Paulo.
É sócio e diretor principal da Femenick & Associados Auditoria e Consultoria S/C Ltda, empresa nacional de auditoria, perícia e consultoria, fundada em 1987 e foi diretor adjunto (assistente da diretoria) da Soteconti Auditores, Campiglia & Cia e da Revisora Nacional/Deloit, empresas nacionais de auditoria. Foi sócio e diretor da Technoway, empresa de organização de eventos e editora; diretor superintendente das Empresas Mayrton Monteleone, revendedoras Mercedes Bens e Massey Fergunson, em São Paulo e Goiás; gerente de divisão do Banco Geral do Comércio S/A; diretor adjunto da Cia. Real Brasileira de Seguros; assistente da diretoria do Banco Cidade S/A; titular do Serpes Serviço de Promoções e Pesquisas, de Mossoró-RN, empresa jornalística, instituto de pesquisas e de elaboração de projetos econômicos, além de funcionário do Banco do Nordeste do Brasil S/A.
Na capital paulista foi professor titular dos Centros Universitários UNIBERO, UNIFMU, FIAM-FAAM e Belas Artes, nas áreas de Economia, Contabilidade, Administração, Câmbio, Comércio Exterior, Finanças, Orçamentos, Mercado de Capitais, Custos, Auditoria e Perícia Contábil, além de Coordenador Acadêmico do curso de Hotelaria, do UNIFMU, e orientador de Estágios e Monografias, do UNIBERO. Foi professor visitante na PUC-SP, UNICID, Faculdades Paulo Eiró e Faculdade Santa Rita de Cássia. Atualmente é professor da FACEN-Faculdade de Ciências Empresariais e Estudos Costeiros de Natal e da Faculdade União Americana e professor visitante da UnP-Universidade Potiguar e da FAL-Faculdade de Natal.
É escritor, com mais de 40 obras publicadas, entre livros e monografias. Como jornalista, atuou em vários jornais do país. Atualmente é colaborador dos jornais Tribuna do Norte e O Jornal de Hoje, de Natal, e da Gazeta do Oeste e de O Mossoroense, de Mossoró – RN.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário