Por Julio
Campestre
Só como ilustração, já que o nosso blog não dispõe da foto do poeta Júlio Campestre - https://biliz.wordpress.com/2008/02/10/musa/
- Desenho feito a mão com lápis e finalizado com textura no Photoshop. Design gráfico em Balneário
Camboriú.
Com as cores
azuis da aquarela
Vou pintar de
magia toda a tela
E quem sabe
buscar o seu sorriso
Vejo o mar a
soprar sua procela
A tanger pra
distante a caravela
Empurrando
aos degraus do paraíso!
Minha musa tão
bela lusitana
Transformando
em castelo essa cabana
Para os braços
de um Tejo abençoar
As estrelas
dançando em caravana
Feito velas
pra noite tão insana
Para por mais
um brilho no luar!
Andorinhas que
encantam seresteiros
Catedrais
centenárias e mosteiros
Quando os
bondes trafegam por seus trilhos
Que saudades
dos fados pioneiros
Nas memórias
de velhos cancioneiros
Bela terra que
preza por seus filhos!
Avenidas,
vielas, cemitérios
Oceanos que
guardam seus mistérios
Pra quem sabe
espalhar aos quatro ventos
Fantasias
febris e vitupérios
Pelas celas de
tantos monastérios
Pra manchar
todos esses monumentos!
Toda tarde
adentrar pinacotecas
Nos teatros,
jornais, bibliotecas
Ler Florbela,
Camões e ler Pessoa
Lá nas praças,
os pombos, bicicletas,
As vovós
que chamam suas netas
Vira um mar de
mistura essa Lisboa!
Os comboios
transitam solidão
Desembarcam as
malas na estação
Pra trazer na
bagagem nostalgia
Quando Deus
nos estende a sua mão
Inspirando as
estrofes da canção
Do casulo sai
nossa poesia!
Vem dar cores,
pequena, à minha lira
Para o
vate que só por ti delira
Para um dia
voltar a te abraçar
O desejo por
ti ninguém me tira
Mesmo vendo
nos teus olhos a mentira
Eu não deixo
jamais de te adorar!
Para sermos
felizes basta a vida
Uma brisa no
rosto distraída
E a conversa
de toda a gataria
A viola no
peito ressentida
Faz lembrar
que a saudade nos convida
Para a taça do
vinho que inebria!
Júlio
Campestre
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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