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terça-feira, 18 de abril de 2017

DIA 21, ÀS 16 HORAS, NA PRAÇA DO CORDEL DA BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ

Por Stélio Torquato Lima

Dia 21, às 16 horas, na Praça do Cordel da Bienal Internacional do Livro do Ceará, a Cordelaria Flor da Serra fará o lançamento da Coleção "Contos de fada em Cordel". De autoria de Stélio Torquato Lima, a caixa contém 10 folhetos com a versão poética dos principais contos de fada. O Gato de Botas é um deles.

O Gato de Botas é um conto de fadas de autoria do escritor francês Charles Perrault (1628-1703), sendo incluída no livro Contos da Mamãe Gansa (1697). O Gato de Botas é considerado um dos contos mais antigos, e pode variar muito em cada lugar que é contado. Em outras versões, o Gato de Botas era um cavaleiro enfeitiçado que precisaria trazer fortuna a um humano e assim tornar-se homem novamente. Folcloristas indicam que em versões ainda mais remotas, o gato de Botas era retratado como um escravo que deveria conceder a mão da princesa para seu amo, e assim poder se libertar das correntes (aqui representadas pelas botas). Há ainda uma outra versão antiga contada pelos negros em que o protagonista não é um gato de botas, mas um macaco flautista que fazia feitos heroicos como retribuição ao Doutor Botelho (equivalente ao aqui chamado Marquês de Carabás), que o teria libertado da vida na selva. Na contemporaneidade, o personagem Gato de Botas ficou bastante conhecido por ter tido participação em seis dos sete filmes da franquia Shrek.

Leia, a seguir, as estrofes iniciais desse cordel e para ler a obra completa, compre seu exemplar com o autor ou na banca da Cordelaria Flor da Serra, na Praça do Cordel ou ainda pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091.


Era uma vez um moleiro 
Que muito doente estava.
Sabendo que morreria,
Aos três filhos declarava:
“O que hão de herdar vocês
Conto agora para os três.
Não fiquem de cara brava!”

“Para o meu filho mais velho, 
Deixarei o meu moinho.
Ao segundo, vou deixar
O meu ativo burrinho.
Pro caçula, deixarei
Um animal que muito amei:
O meu singelo gatinho.”

Como queria o moleiro,
A divisão se cumpriu.
O mais velho dos três filhos,
Ficou alegre, pois viu
Que, com o seu moinho, iria
Ganhar uma grande quantia,
E por isso ele sorriu.

Gostou o filho do meio
Do burrinho que ganhou,
Pois com lucros já sonhava,
Como ele calculou:
“Com dois barris no animal,
Vendo água ao pessoal.
Ganhar boa soma eu vou.”

Contestes com o que ganharam,
Do irmão foram zombar.
O mais velho, disse logo:
“Esse aí só teve azar!
Herdar um gato? É pra rir,
Pois nada irá conseguir
Com esse bicho lucrar.”

E o segundo, igualmente,
Caçoou de imediato
Do irmão que era mais novo,
O qual só herdara um gato:
“Mas quem sabe algum fulano
Venha pagar pro bichano 
Ir correr atrás de um rato.”

Sem jamais perder a linha,
Tudo o caçula escutou.
Após a morte do pai,
A sua terra deixou.
Seguindo reto na estrada,
Foi pra longe o camarada
Com o gato que ele herdou.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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