Por José Romero
Araújo Cardoso
O mar despertou e desperta fascínio em poetas e poetisas em todas as partes do
planeta há tempos imemoriais. No Brasil, exemplos como Cecília Meirelles e Zila
Mamede evidenciaram o êxtase exercido pela liberdade proporcionada pelo mar na
poesia e na vida de brilhantes cultivadoras da arte de expor amiúde os segredos
do espírito humano.
Para a poetisa paraibana radicada no Estado Rio Grande do Norte, o mar
significou também grilhões eternos, pois Zila faleceu no mar que tanto amou,
cuja paixão fora ao limite supremo de doar-se integralmente ao misterioso
elemento pertencente ao planeta Terra.
Martha Cristina Maria
Poetisa de raros dotes, especialíssima na expressão do termo, Martha Cristina Maia, pedagoga, professora que ama a arte que professa, a profissão que abraçou, poetisa que expõe sem temor todos os sentimentos, vítima da poliomelite, provavelmente ainda no ventre materno, convive com o mar desde tenra idade, tendo em vista o vínculo familiar na vizinha cidade de Icapuí (Estado do Ceará), onde tios e parentes próximos dedicavam-se à pesca da lagosta e à coleta de algas marinhas a fim de transformar em delícias, como gelatina.
Em trabalho que assinala a importância da autentica literatura popular
nordestina em seu universo poético, por título “O MAR E SEU TESOURO”, Martha
Cristina afirma que há no mar um lindo tesouro e que vive buscando alguém para
amar, cuja personificação é em um corpo moreno que comporta o bem e o mau, ou
seja, desejo e veneno, os quais amalgamam as delícias do mar.
A poetisa evidencia contradições inequívocas, pois no mesmo instante que
enfatiza amor com ternura, destaca o receio de não querer atrever-se a penetrar
nesse mar, fomentando a imperfeição do amor que julgava perfeito.
A poetisa esboça conflitos íntimos em seus versos, os quais são partes
indissociáveis do próprio espírito humano, querendo intercalar desejo com a
beleza do mar que faz parte de sua própria existência, pois é notável e
extraordinário o fascínio pelos mistérios e segredos que o mar resguarda.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário