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terça-feira, 18 de abril de 2017

O MAR E O SEU TESOURO NA VISÃO DE UMA POETISA MAIS QUE ESPECIAL

Por José Romero Araújo Cardoso

O mar despertou e desperta fascínio em poetas e poetisas em todas as partes do planeta há tempos imemoriais. No Brasil, exemplos como Cecília Meirelles e Zila Mamede evidenciaram o êxtase exercido pela liberdade proporcionada pelo mar na poesia e na vida de brilhantes cultivadoras da arte de expor amiúde os segredos do espírito humano.
          
Para a poetisa paraibana radicada no Estado Rio Grande do Norte, o mar significou também grilhões eternos, pois Zila faleceu no mar que tanto amou, cuja paixão fora ao limite supremo de doar-se integralmente ao misterioso elemento pertencente ao planeta Terra.

Martha Cristina Maria
          
Poetisa de raros dotes, especialíssima na expressão do termo, Martha Cristina Maia, pedagoga, professora que ama a arte que professa, a profissão que abraçou, poetisa que expõe sem temor todos os sentimentos, vítima da poliomelite, provavelmente ainda no ventre materno,  convive com o mar desde tenra idade, tendo em vista o vínculo familiar na vizinha cidade de Icapuí (Estado do Ceará), onde tios e parentes próximos dedicavam-se à pesca da lagosta e à coleta de algas marinhas a fim de transformar em delícias, como gelatina.


Em trabalho que assinala a importância da autentica literatura popular nordestina em seu universo poético, por título “O MAR E SEU TESOURO”, Martha Cristina afirma que há no mar um lindo tesouro e que vive buscando alguém para amar, cuja personificação é em um corpo moreno que comporta o bem e o mau, ou seja, desejo e veneno, os quais amalgamam as delícias do mar.
          
A poetisa evidencia contradições inequívocas, pois no mesmo instante que enfatiza amor com ternura, destaca o receio de não querer atrever-se a penetrar nesse mar, fomentando a imperfeição do amor que julgava perfeito.
          
A poetisa esboça conflitos íntimos em seus versos, os quais são partes indissociáveis do próprio espírito humano, querendo intercalar desejo com a beleza do mar que faz parte de sua própria existência, pois é notável e extraordinário o fascínio pelos mistérios e segredos que o mar resguarda.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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