Há exatos 129
anos atrás, um golpe de estado liderado por setores do exército apoiados por
uma camada da elite insatisfeita com o Império, derrubou a Monarquia no Brasil
e Proclamou a República. Naquela época, o Império já havia degradado quase toda
a sua sustentação política, mesmo assim, a aprovação do imperador ainda era
grande por parte da população.
O imperador
estava em Petrópolis quando soube dos acontecimentos daquele 15 de novembro de
1889 e foi levado ao Rio de Janeiro. O desejo de Dom Pedro II era permanecer no
Brasil, mas acabou sendo banido com toda a família real. Além do banimento, o
governo republicano confiscou e leiloou muitos dos bens da família imperial. Em
1890, treze leilões de bens da Casa Imperial foram realizados.
No dia 7 de
dezembro, o navio que os levou para o exílio chegou em Lisboa, porém a chegada
da família imperial coincidiu com as cerimônias de ascensão do rei D. Carlos I,
e logo o governo português informou Pedro que a presença de um soberano deposto
não era bem vinda na capital naquele momento. Humilhados pela recepção, o
imperador e a imperatriz foram para a cidade do Porto enquanto que Isabel e
seus filhos partiram para a Espanha.
A MORTE DA
IMPERATRIZ E DO IMPERADOR
No dia 24 de
dezembro de 1889, véspera de Natal, a imperatriz e o imperador receberam a
notícia oficial informando que estavam proibidos de retornar ao Brasil. A
"notícia aniquilou a vontade de viver de D. Teresa Cristina". Pedro
escreveu em seu diário no dia 28 de dezembro: "Ouvindo a Imperatriz
queixar-se fui ver o que é. Está com frio e dor nas costas; mas não tem
febre". A respiração de Teresa Cristina ficou cada vez mais pesada
enquanto o dia passava. Após uma falha no seu sistema respiratório que a levou
a uma parada cardiorrespiratória, a imperatriz veio a falecer às 14h daquele
mesmo dia.
Em seu leito
de morte, ela disse a Baronesa de Japurá, cunhada do Marquês de Tamandaré:
"Maria Isabel, não morro de doença. Morro de dor e de desgosto". Suas
últimas palavras foram: "Sinto a ausência de minha filha e de meus netos.
Não posso abençoar pela última vez. Brasil, terra linda ... não posso lá voltar"
As ruas do
Porto ficaram lotadas de pessoas que se reuniram para assistir a procissão
fúnebre. O corpo de Teresa Cristina foi carregado até a Igreja de São Vicente
de Fora perto de Lisboa e enterrado no Panteão dos Braganças, de acordo com o
pedido de Pedro. A morte da imperatriz também trouxe grande comoção ao Brasil.
Após a morte
da esposa, Dom Pedro II se estabeleceu em Paris. Seus últimos dois anos de vida
foram solitários e melancólicos, vivendo em hotéis modestos com quase nenhum
recurso, ajudado financeiramente pelo seu amigo Conde de Alves Machado e
escrevendo em seu diário sobre sonhos em que lhe era permitido retornar ao
Brasil.
Pedro morreu
em 5 de dezembro de 1891, em razão de uma pneumonia. Suas últimas palavras
foram: "Deus que me conceda esses últimos desejos, paz e prosperidade para
o Brasil." Enquanto preparavam seu corpo, um pacote lacrado foi encontrado
no quarto com uma mensagem escrita pelo próprio imperador: "É terra de meu
país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha
pátria". O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras
foi colocada dentro do caixão. A princesa Isabel desejava que fosse feita uma
cerimônia fúnebre discreta para o pai, porém acabou aceitando o convite do
governo Francês que pretendia realizar um funeral de Estado para o imperador.
Milhares de personalidades compareceram, incluindo diversos membros da nobreza
europeia. Apesar das tentativas do governo brasileiro em abafar as notícias
sobre a morte do imperador, missas solenes ocorreram por todo o país, seguidas
de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime
monárquico.
Os restos
mortais do imperador e da imperatriz foram repatriados para o Brasil em 1921.
Ambos receberam um local de descanso final na Catedral de S. Pedro de
Alcântara, Petrópolis, em 1939, com uma cerimônia que contou com a presença do
presidente Getúlio Vargas.
A foto abaixo
mostra o corpo de Dom Pedro II em seu leito de morte. O livro embaixo do
travesseiro sob a sua cabeça simboliza que, "mesmo após a morte, sua mente
descansa sobre conhecimento".
https://www.facebook.com/426337287820819/photos/a.427714047683143/588090771645469/?type=3&theater&ifg=1
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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