Por Fabio Campos
A noite do dia
10 de setembro deste ano, tivemos a oportunidade de assistir no auditório da
prefeitura daqui de Santana, palestra sobre o cangaço. Proferida pelo renomado
Inácio Loyola, ex-prefeito de Piranhas. A meu ver, uma das pessoas que mais
entende deste tema por estas paragens. Quando nos foi dada, tivemos a
oportunidade de tirar algumas dúvidas e desmistificar alguns conceitos
arraigados sobre o cangaço. Foi esclarecido, por exemplo, que aquela famosa
foto das cabeças dos cangaceiros decapitadas e expostas nos degraus de uma
pequena escadaria, não se trata da igrejinha de Nossa Senhora Assunção na praça
da Bandeira, como muitos supunham.E sim, o registro ocorreu numa igreja lá de
Piranhas. Quando expostas aqui em Santana, como publicou a revista "O Cruzeiro"
à época, as cabeças estavam dentro de latas de querosene.
Conta minha
mãe que lá pelos idos de 1932, quando ela contava apenas com seis anos de
idade, seu pai, Tomaz Doroteu, meu avô, foi sequestrado por Lampião e seu
bando. Embora tenha conseguido escapar deles, nas proximidades de Olho D'agua
das Flores mesmo, num lugar pelo nome de Gavião. Em outra investida dos
cangaceiros àquela localidade, saquearam a casa de um senhor chamado Esaú, no
povoado Pedrão. Ali fizeram miséria.
Na então vila
de Olho D'agua, incendiaram a casa de uma senhora chamada Engrácia. O bando já
sabia quem tinha o que lhes interessava: armas e dinheiro. Dona Engrácia coitada,
ficou tão nervosa quando se viu diante de Lampião que gaguejou um pedido de
clemência, errando patente e apelido do chefe do cangaço:
- Valei-me
tenente Lampiscão!
E ele. Apenas
arrancou-lhe os brincos e corrigiu-lhe dizendo que era capitão Virgulino
Ferreira o Lampião. E pra que ela nunca mais esquecesse mandou dar-lhe uma
pisa de urtiga. Depois foram embora dali.
Fabio Campos
11/11/2009
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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