Por João Filho de Paula Pessoa
Em 1917, Sinhô Pereira e seu primo/irmão Luiz Padre, com seu bando, percorriam
os sertões de Pernambuco a procura do assassino do Cel. Padre Pereira, pai de
Luiz Padre, para vingar a sua morte, ocorrida covardemente anos antes em uma
tocaia, quando este, já idoso, caminhava a cavalo, sozinho e inesperadamente
foi atingindo por tiro sorrateiro, covarde e mortal, sem nenhuma chance de
defesa, fuga ou luta. Ao pistoleiro, que matava covardemente, sem combate e de
forma traiçoeira, não era atribuído nenhum respeito ou consideração, era
considerado uma escória do sertão, sendo-lhe destinado a mesma ojeriza e
repulsa que se tinha ao ladrão de bode, o mais odioso e menosprezado dos
bandidos. Ao saberem onde, provavelmente, estaria o assassino, numa casa de uma
fazenda isolada, Sinhô Pereira se disfarçou de romeiro, foi até a casa, pediu
água e constatou que alí estava sim o assassino procurado, de nome Luiz França,
e retornou ao grupo para preparar o ataque. Luiz Padre ao ouvir a confirmação,
mesmo sendo de noite, seguiu alucinadamente ao confronto do assassino de seu
pai, arrobou a porta da casa e entrou atirando muito, acertou alguns tiros em
sua vítima que ainda conseguiu fugir gravemente ferido e se escondeu nos matos,
mas foi encontrado pela manhã, próximo à casa e preso pelo bando, momento em
que, covardemente, confessou o crime com detalhes e o nome do mandante da morte
como sendo José Nogueira, um inimigo da família, após isto foi posto de pernas
para cima e golpeado no anus por um punhal longo que cortou suas vísceras até o
seu intestino pelo cangaceiro Sereno, após foi apunhalado inúmeras vezes por
Luiz Padre, que liberou ali sua angústia e sua fúria, tendo assim concretizado
sua vingança pela morte de seu pai, motivo que o fez entrar no Cangaço. José
Nogueira foi morto nove anos depois, em 1926, por Antônio Ferreira, irmão de
Lampião.
João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 04/05/2020.
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