Por José Bezerra Lima Irmão
NO DIA EM QUE IA RETORNAR AO PAJEÚ, 15 DE AGOSTO DE 1922, LAMPIâO FOI PROCURAR UM HOMEM CHAMADO MANOEL CIPRIANO, QUE TINHA SIDO QUEM INFORMOU À POLÍCIA ONDE ESTAVA SEU PAI, JOSE FERREIRA, E QUE ERA, PORTANTO, UM DOS RESPONSÁVEIS POR SUA MORTE. ENCONTROU-O NA FAZENDA LOGRADOURO, QUANDO ELE ESTAVA CHEGANDO EM CASA, VINDO DA FEIRA DE ÁGUA BRANCA, EM COMPANHIA DO SEU VIZINHO CHICO DE ELVIRA.
LAMPIÃO
PERGUNTOU OS NOMES. AO IDENTIFICAR MANOEL CIPRIANO, MANDOU QUE O HOMEM
DESMONTASSE E ENTREGASSE O DINHEIRO QUE TIVESSE. CIPRIANO, PERCEBENDO QUE IA
MORRER, PASSOU A PEDIR MISERICÓRDIA, IMPLORANDO QUE NÃO O MATASSE, POIS
PRECISAVA CUIDAR DOS FILHOS. LAMPIÃO ROSNOU BAIXO, ESCANDINDO AS SÍLABAS:
- Entao
foi voçe quem diche pra puliça onde meu pai tava, num foi? E fez isso pra quê,
num foi pra qui a puliça matasse ele? Apois agora voçe mi paga, seu fi da
peste!
DITADA A
SENTENÇA, RECUOU UM POUCO E DEU TRÉS TIROS NO HOMEM. ANTONIO E LEVINO TAMBEM ATIRARAM.
LIQUÍDADO
CIPRIANO, LAMPIÃO VOLTOU-SE PRA CHICO DE ELVIRA.
SENTIU ENTÃO
UM CHEIRO HORRÍVEL, E NÃO ERA CHEIRO DE PÓLVORA E NEM DE SANGUE. O CANGACEIRO
MEIA NOITE FOI QUEM DESCOBRIU A ORIGEM, E AVISOU A LAMPIAO:
- Nego
véio, o home ta todo cagado.
LAMPIAO SISUDO
DISSE A CHICO DE ELVIRA:
- Vá
simbora desgraçado, vá logo, vá correno, antes que eu mande limpá o seu rabo
com cansanção".
VIRGULINO
SEGUIU DALI PARA CASA DE MANOEL CIPRIANO E SAQUEOU-A. UM FILHO DO INDITOSO
HOMEM ESTAVA EM CASA, MAS NAO FOI MOLESTADO:
(FONTE,
PESQUISADOR E ESCRITOR JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO. "LAMPIAO A RAPOSA DAS DAS
CAATINGAS", PAG. 114).
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