Seguidores

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O CANGACEIRO E O MENINO DO ENGENHO.

 Por  João Filho de Paula Pessoa

Em Abril de 1908, Antônio Silvino, com sua horda, visitou o Engenho Corredor na Paraíba, tendo pré avisado de sua visita iminente. Ao chegar ao Engenho foi recebido na porta pelo proprietário, o Cel. José Lins Cavalcanti de Albuquerque, que o saldou e ofertou um farto banquete à todos do bando, já providenciado com antecedência diante do pré-aviso da visita. Durante esta ceia houve uma respeitosa e cortês prosa entre o Coronel e Antônio Silvino, que contou um pouco de sua saga e apresentou ao anfitrião todos os seus asseclas, nomeando-os um a um. Ao final da refeição o líder cangaceiro ainda pediu uma quantia em dinheiro para as necessidades e manutenção do bando, sendo atendido e recebendo do coronel um determinado valor. Após, da mesma forma pacífica como chegaram, se despediram com um aperto de mãos, seguindo o bando seu indefinido caminho e ficando o coronel e seus funcionários sem nenhum mal sofrido. Todo este acontecimento transcorreu sob o testemunho ocular de uma criança de seis anos, o neto do Coronel, que esteve presente à todo o momento deste encontro e à tudo assistiu, presenciando tudo sem ser percebido com importância. Após trinta anos, em 1938, aquele menino era um famoso escritor, tendo escrito romances como O Menino do Engenho em 1932 e visitou Antônio Silvino, após este cumprir 23 anos de prisão, por ocasião de sua visita ao Rio de Janeiro, onde morava. Em 1953, inspiradamente, escreveu outro romance intitulado Cangaceiros, sendo dele também as obras literárias, como Fogo Morto, Riacho Doce dentre outras, se tornando membro da Academia Brasileira de Letras em 1955, seu nome era José Lins do Rego. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 20/11/2020.

Assista o filme deste Conto - https://youtu.be/HXqyfkxPjIw

https://www.facebook.com/groups/508711929732768

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário