Por José Mendes Pereira
Amigo Alan Jones, leia este meu texto, que na época deste ocorrido, eu acredito que você nem era nascido, então, é preciso que tome conhecimento deste fato, já que você é cantor.
O primeiro sequestro que aconteceu com bens materiais pertencentes à pessoas de
Mossoró, aconteceu entre os primeiros anos da década de 70, nas terras de Apodi, no Rio
Grande do Norte; e todos os sequestradores eram mossoroenses, sequestro que
deixou o nosso município assombrado, já que ainda não havia acontecido tal coisa no Oeste Potiguar, e foi
muito badalado em toda região adjacente a esta cidade.
Nesse período, o José (nome criado para preservar...), o sequestrador dos instrumentos, era aluno do Ginásio
Municipal de Mossoró, na mesma classe em que eu estudava, e além de estudante,
era organizador de um grupo musical, que já marchava para a fama, sendo ele,
dono de todos os instrumentos que compunham o conjunto.
Querendo mudar
os seus instrumentos, isto é, com novos equipamentos, guitarra, bateria, baixo
e outros mais, José resolveu colocá-los à venda. E não demorou muito para que
aparecesse o comprador, um dos seus antigos componentes.
O negócio foi feito da seguinte maneira: O João (nome criado para preservar...), o comprador dos seus
instrumentos, teria 60 dias para fazer o pagamento dos mesmos. Mas, assim que
venceu o prazo, o João não honrou o acordo feito com o José, alegando ele que
não havia feito mais shows.
Agora as coisas iriam piorar, porque o José já havia comprado os seus desejados
instrumentos musicais novos, e ficara devendo uma certa parte ao comércio, e
não teria condições de pagá-la, vez que o negócio feito garantia o pagamento do
que ele comprara ao lojista, e isso só seria resolvido, se o João cumprisse com
o seu dever de devedor.
Como o João não lhe pagara e nem devolvia os seus instrumentos musicais usados o José
organizou uma espécie de sequestro, só assim ele recuperaria os seus
instrumentos. E se caso a loja tomasse-lhe os que ele havia comprado,
recuperando os seus instrumentos usados, poderia continuar fazendo contratos de
shows em Mossoró e na região.
Sabendo que em uma determinada data o João estaria viajando para a cidade de Apodi, no Rio Grande do Norte, para fazer um show, e como o plano do sequestro aos instrumentos já estava prontinho, José e mais os seus comparsas abalaram-se de Mossoró e foram tentar recuperar os seus instrumentos.
Já bem próximo
à cidade de Apodi, os sequestradores esconderam a Kombi, a qual, transportava
os armamentos, e logo fizeram o mesmo, procuraram lugares para se ocultarem das
vistas do grupo de João, que não tardaria passar em direção à cidade de Apodi.
Passados 30 minutos, em alta velocidade, apontou um automóvel na estrada de barro. Era a Kombi do João, que transportava os instrumentos musicais para o local do show em Apodi, que ainda continuavam sendo de propriedades do José, já que ele não recebera nenhuma quantia como forma de pagamento.
E antes que a kombi passasse do local em que eles estavam, os sequestradores saíram de dentro do mato, e cada um com a sua arma engatilhada, apontando em direção ao transporte. E lentamente, o condutor do automóvel foi parando, parando, até que o levou ao acostamento da estrada.
O José, nervoso, mas mesmo assim, disse-lhes:
- Descem! Descem! Se não se renderam, serão todos crivados de balas! - Disse ele, que naquele momento, estava com o ódio e o cão na pele.
O João que estava totalmente errado, mas mesmo assim, insistia para que o José liberasse os instrumentos para ele realizar o seu show, logo mais à noite, na cidade apodiense, já que tinha feito contrato, e do contrário, iria arcar com uma grande despesa, cobrada pelos organizadores da festa, pois isso rezava no contrato musical, caso ele desistisse de promover o show. Mas o José não abriu mão, obrigando-os a colocarem todos os equipamentos musicais dentro da sua Kombi.
Transferido os instrumentos de uma kombi para a outra José deu ré e retornou para Mossoró, ciente que tinha feito um bom sequestro dos seus instrumentos.
Agora o José estava feliz, mas tinha alguém que não estava gostando nada disso, que eram as autoridades. Apesar de estar defendendo o que lhe pertencia, mesmo assim, o José teve que prestar contas com a polícia e com a justiça.
Como eu escrevo histórias fictícias e não fictícias diferencie as minhas histórias verídicas das fictícias. Esta é real.
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