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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

POETA DO ABSURDO

 Por José Cícero da Silva


Juro que eu vi agora mesmo.

Zé Limeira - o poeta do absurdo

com uma cabaça d'água sobre os ombros

Para lá e para cá.

E entre os seus dentes um calango e dentro do bolso levava um preá.

Ensinava um surdo mudo

a soletrar: Cascudo,

no meio da rima de um repente

junto a um burrego,

um pinto desmamado

uma rachanã e um carcará

correndo

sobre o braseiro do mato

com um balde de gelo, além de um tiú sem rabo,

num carvoeira de fogo,

um macaco recitando versos de Bilac

e um louro cantando chuá chuá.


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