Por: José Mendes Pereira
Encontraram-se
dentro do cabaré da Dona Creuza Cadillac. Diante daqueles dois gigantes animais
humanos, a proprietária estava arrependida, por ser a verdadeira dona. O
Teotonho partiu para cima do Lobão e com a faca afiadíssima, tentou esfaqueá-lo
de uma só vez. O Lobão que tinha coragem de sobra, enfrentou-o com uma longa e
pontiaguda faca.
A briga foi causada porque os dois valentes homens disputavam o amor da Gigliola
Plasma, uma linda e perfeita mulher que vivia das suas apresentações nas casas
de meretrizes.
O salão do cabaré
ficou todo destruído. As cadeiras e as mesas voaram pelo ar, que ao caírem
sobre o chão, desmanchavam-se em pedaços. As garrafas de bebidas foram todas
quebradas pelos valentes. Os fregueses da dona Creuza Cadillac estavam
encurralados e sob ordens, e até proibidos de saírem do cabaré. E de
imediato, o Lobão fechou a porta da saída e gritou: "- Ninguém sairá daqui
vivo! Irão morrer todos, suas pestes!".
A Creuza Cadilac, implorava, invocando todos os santos, que os
dois valentes parassem com aquela briga. "- Calma! Calma, pelo amor de
Deus!".
A Gigliola Plasma escondia-se por trás de tudo que ainda restava em pé. Nenhum
grito, apenas ela procurava manter a calma dos homens enciumados, dizendo-lhes:
"- Calma! O meu amor será dos dois".
Para não verem aquela terrível cena as luzes apagaram-se logo no início da
briga, e somente vez por outra, surgia um fraco clarão, saindo das facas quando
se encontravam, movimentadas pelas mãos dos dois leões humanos.
No vilarejo a correria era assustadora. Todos os moradores queriam saber o que
estava acontecendo lá dentro do cabaré. E alguns deles até já diziam: " -
Lá dentro já morreram quase todos".
Assim que a confusão começou dentro do cabaré a polícia foi acionada, mas ao chegar, e ao ouvir o tinir de facas, desistiu de entrar, saindo em disparada carreira dizendo: "
- Eu, hein! Deus me livre! Dona Creuza Cadillac que é a dona do ambiente, que se vire e dê o seu jeito!" - Dizia a policia.
Um bêbado que costumeiramente frequentava aquele cabaré apenas para ingerir bebidas, assim que viu o quebra-quebra no salão, e querendo ser corajoso disse: "- Mas para que tanta ignorância, moços!".
E ao ouvir
esta frase dita pelo pobre bêbado, o Lobão aplicou-lhe um pescoção, fazendo-o
cair desacordado.
O mais interessante, foi que quando a luz retornou, a Gigliola Plasma
aproximou-se dos enciumados e aconselhou-os dizendo que parassem, pois tinha
novidades para eles, e com certeza iriam gostar. Acalmados, a Gigliola Plasma
deu início a uma espécie de striptease:
Logo deu às
costas para os dois valentes e pôs-se a se despir. Primeiro a blusinha, depois
a saia, e em seguida tirou a calcinha. E assim que ficou totalmente nua, tirou
a peruca, virou-se e ficou frente a frente com eles.
E foi nesse momento que os dois valentes desistiram de continuar a briga.
Assustados, fizeram carreira aos gritos dizendo: "- Deus me livre! Nossa!
Meu Deus do céu, me acuda!".
Só aí foi que os valentes perceberam que estavam brigando pelo amor de um
travesti.
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