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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

NEGRO GERALDO: UM HOMEM VALENTE E TEMIDO NO SERTÃO POTIGUAR

 Por Nordeste Fantástico

https://www.youtube.com/watch?v=b6C3pCBzsmk

Conheça a história de Negro Geraldo, um vaqueiro lendário do sertão do Rio Grande do Norte. Com sua coragem e valentia, ele enfrentou os desafios das caatingas, protegendo seu gado e enfrentando seus desafetos em pelejas históricas. Prepare-se para uma jornada emocionante pelas terras áridas do Nordeste, onde a bravura de um homem se torna uma lenda. #NegroGeraldo #Valente #SantaCruzRN #Sertão #Vaqueiro O canal trás para os inscritos, histórias de um passado cheio de batalhas no sertão nordestino e casos e causos de personalidades nordestinas que marcaram o imaginário popular. 👍🏜 - Conteúdo histórico Nordestino - Conteúdo educativo para aulas de História - Conteúdo pode ser usado no Enem - Conteúdo pode ser usado no Encceja
- Material com conteúdo de resgate da história do Nordeste - Conteúdo de Literatura Nordestina

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O DIA EM QUE ZÉ RUFINO MATOU O CANGACEIRO [Mariano Laurindo Granja]

 Por Sertão Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=pmdMWvX5AR0

A volante do Tenente Zé Rufino era sediada na serra Negra, na divisa da Bahia com Sergipe. Quando não estavam nos matos caçando cangaceiros os soldados matavam o tempo perambulando pelo o povoado, jogando baralho e sinuca, fumando e bebendo.

No dia 25 de Outubro de (1936) Zé Rufino encontrava-se na Serra Negra quando foi informado de que a cidade sergipana de Porto da Folha estava prestes a ser invadida por cangaceiros de Lampião.
#ocangaço #lampião #históriasdocangaço #cangaceiros Fonte do Texto: livro lampião a raposa das Caatingas, do escritor José Bezerra Lima Irmão.

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A HISTÓRIA TRISTE DE UM VELHO QUE PEDIU ESMOLA A LAMPIÃO HOMEM OU SANTO.

 Por Histórias da Vida Real

https://www.youtube.com/watch?v=HAVd9aiMOeo&t=363s

Essa é uma história diferente, A História Triste de um Velho que pediu Esmola a Lampião, seria um Homem ou Santo? o fato é que Lampião e a sua cabrueira ficaram cismados e assustados com um ancião que apareceu do nada na beira do rio. O velho dizia ser rico, porem não possuía nada, e pediu esmolas ao rei do cangaço, que lhe deu a esmola. Mas quis saber detalhes.... SEJA MEMBRO, AJUDE O CANAL: APENAS 5 REAIS POR MÊS:    / @historiasdavidareal   #historiasdavidareal #historiasdelampião Contato: artehoraciomoura@gmail.com

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O CHARQUE E O TEMPO

 Clerisvaldo B. Chagas, 16 de setembro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.108

Você gosta de uma boa feijoada nordestina? Sem charque não presta. O que é charque?  É a carne de boi, curtida no sal abundante durante vários dias. Dizem que o método de transformar carne fresca em charque foi ensinado pelos indígenas quíchuas da América do Sul. Já em 1780 o Rio Grande do Sul fazia seu primeiro lote de charque. Isso permitia uma exportação sem arruinar o produto que seria perecível. Até a metade do segundo quarto do Século XX, o charque – chamado em outros lugares de carne seca e jabá – era comida de pobre e trabalhador de roça do alugado. Inclusive, em um dos nossos romances do ciclo do cangaço, FAZENDA LAJEADO, retirantes da seca trabalhando na Fazenda Lajeado, alimentavam-se de feijão com charque. Retrato histórico da época.

Em Santana do Ipanema, comprávamos charque de primeira qualidade e bacalhau – que também era comida de pobre – no armazém de Seu Marinho, o maior da cidade. O charque dos tempos dos trabalhadores braçais da zona rural, continua resistindo ao tempo, sofisticou-se no preço e passou a ser alcançado somente pelo rico. O balcão do armazém de Seu Marinho que ficava no “prédio do meio da rua”, defronte à Casa Ideal, sapataria de luxo de Seu Marinheiro Amaral, era lotado de charque e bacalhau. O freguês, hoje cliente, mesmo indo comprar outra coisa, beliscava no charque ou o no bacalhau arrancando filepas e degustando. Valia à pena. E o sistema de se fazer feijoada era com feijão normal, com muitos ingredientes, porém, a cereja do bolo era o charque.

Esse negócio de feijão preto, não era coisa da nossa região. Havia pessoas especializadas contratadas unicamente para elaborar uma feijoada para muita gente. Não se colocava tanta coisa para não tornar a comida mais pesadona do que um porco. Tudo na medida certa, como os profissionais faziam, homens ou mulheres. E quando havia festa com feijoada, quase sempre esse tipo de almoço era servido em pratos de barro, comprados na feira livre às paneleiras do povoado Alto do Tamanduá – Poço das Trincheiras – ou do sítio vizinho e santanense, Baixa do Tamanduá. Conhecemos o comerciante Pedro, como o último de Santana a vender charque de primeira qualidade. Nem sabemos se ainda existe isso em Santana para se comprar.

Viva a feijoada, patrimônio sertanejo nordestino!

Mas... Com bastante charque.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2024/09/o-charque-e-o-tempo-clerisvaldo-b.html

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NO GINÁSIO SANTANA

 Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.107

Em Santana do Ipanema, o prefeito Joaquim Ferreira, construiu com o governo estadual o Grupo Escolar Padre Francisco Correia e também a estrutura física para um hospital. Usou bastante mão-de-obra- indígena dos Carnijós de Águas Belas. Entretanto, o enorme prédio para hospital, ficou ocioso por falta de pessoal e equipamento. Mais tarde o prédio ocioso foi ocupado por um batalhão de polícia formado para combater o cangaceirismo no Nordeste. Quando o batalhão foi embora o prédio ficou novamente ocioso. Então, passou a ser usado para abrigar uma unidade escolar da Rede Cenecista em Alagoas. Foi, então, fundado o Ginásio Santana que foi inaugurado em 1950. Com seus idealizadores à frente: Padre Bulhões, coronel Lucena, padre Teófanes e outros mais o estabelecimento de Ensino passou a funcionar da quinta a oitava série.

O Ginásio Santana funcionava devido pagamento e, seus professores eram pessoas que se destacavam na sociedade pelo seu saber, gratuitamente ou com pequenas gratificações. Era um bancário, um contador, um padre, um comerciante, um médico e assim por diante, tudo a título de colaboração. Das décadas de 60-70, lembramos como alunos de algumas características de alguns professores: O professor de História Conrado Lima, nunca deixava de falar em Rocha Pombo; o professor de História e Matemática, Ernande Brandão, era “E assim sucessivamente... “, “a ordem dos fatores não altera o produto”; a professora de Desenho dona Déa, quando se dizia que não estava entendendo: “Tenho tanta pena do senhor...”: José Pinto Araújo, professor de Geografia: “A Ponta Seixas, no cabo Branco na Paraíba”; Genival Copinho, professor de Matemática: “O crivo de Erastóstenes”; A professora de Francês, Maria Eunice: “biquinho: oui, Mademoiselle”; padre Luiz Cirilo, professor de Latim: “Puela, puela, puela...;  Neco professor de Matemática: Cai fora, deputado!;  Doutor Jório, professor de Ciência: “Quantos corações nós temos? – Dois, doutor Jório, um meu outro do senhor; Alberto Agra, professor de Geografia: “O sujeito só quer seus direitos, compreendeu? Esquece dos seus deveres”; Branco, professor de Inglês: “Nos Estados Unidos é assim, na Inglaterra é assim”.

O silêncio medroso acontecia nas aulas de Dr. Jório, dona Isinha, Seu Alberto.

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domingo, 15 de setembro de 2024

UM DOS PROJETOS MAIS AMBICIOSOS DE MINHA CURTA VIDA.

 Por Robério Santos

Sempre sonhei em fazer um quadrinho sobre o cangaço. Cresci lendo TEX e imaginava: e se, em vez de um Cowboy, fosse um volante ou cangaceiro?

Desde 2018 tivemos algumas tentativas, mas nenhuma deu frutos. Consegui um cartunista incrível, direto de Fortaleza: @rodriguez ilustras. 

Certo dia, ele apareceu com alguns rascunhos sobre o cangaço e me pediu permissão para adaptar o meu livro “Zé Baiano” para uma HQ. Topei, comecei a coordenar, passar referências, e decidimos que era o momento certo. 

Já lançamos a obra depois de dois anos de estudos, e o link está na bio. Se não quiser clicar e quiser ler, peça nos comentários “eu quero” que te envio no direct. Valeu, @serigy.comics, por ter apoiado tudo. Valorizem nossa cultura, amigos.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=10161638629742840&set=pcb.10161638629802840

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LIVRO

 Por Robério Santos

Nosso livro O CONSELHEIRO virá com um cartão postal de presente, com um texto escrito pelo próprio Conselheiro atrás. Gostaram? As duas imagens aí são meramente ilustrativas, claro que eu não iria estragar a surpresa. Abraço!

https://www.facebook.com/roberio.santos

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MAPA DA GROTA DO ANGICO

 Por Robério Santos

Robério Barreto Santos, Nascido em 20 de fevereiro de 1981 na cidade de Itabaiana. Professor, jornalista, cineasta, fotografo, romancista, pesquisador e criador do canal no YouTube O CANGAÇO NA LITERATURA.
@ocangaconaliteratura


Mapa da Grota do Angico em Porto da Folha, atualmente localizada nas terras da cidade de Poço Redondo no Estado de Sergipe.


https://www.facebook.com/roberio.santos

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INÍCIO DAS POSTAGENS DAS FOTOGRAFIAS FEITAS DIA 5 DE AGOSTO DE 1938 DA GROTA DO ANGICO.

 Por Robério Santos


Assim temos uma visão melhor do local dias depois dos acontecimentos de 28 de julho. O grupo maior está no local da morte de Lampião. O menor ao fundo, onde ele foi enterrado com Maria três dias antes. Temos fotos de Melchiades da Rocha olhando o corpo no chão. Conheciam esta foto? Querem ver todas? Para conhecer mais o canal, veja o link na bio. 

Lampião e Maria foram enterrados dia 2 de agosto, exumados para fotos dia 5 do mesmo mês e reenterrados com outros 4 corpos e dia 9 todos os 11 foram enterrados pelo grupo da CACL que estava o pai de @alceuvalenca 

Acervo: @ocangaconaliteratura

https://www.facebook.com/photo/?fbid=10161658850572840&set=a.486697157839

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𝑭𝑨𝑹𝑫𝑨𝑴𝑬𝑵𝑻𝑶

Acervo do Jaozin Jaaozinn

Três registros fotográficos de volantes pertencentes à força de Pernambuco, nos anos de 1927/1928.

Era comum ver duras críticas e certas dúvidas do porquê a força militar que combatia o cangaceirismo ter seus componentes trajando quase a mesma "farda" que a dos seus inimigos. Até mesmo, relatando que a culpa seja dos governos locais, por utilizar o sertanejo "comum" no campo de batalha em vez do soldado treinado na capital. E realmente a estética do volante para a estética do cangaceiro é bastante parecida, motivo esse por ser o único vestuário que se adequava no ambiente da caatinga.

Vale lembrar da participação dos nazarenos, de Nazaré do Pico/PE, contra os bandoleiros de Virgolino. Pode-se dizer que foram eles os percursores desse fardamento da força volante como um todo, já que era essa a estética que resistia a vegetação local.

O uniforme de muitos dos praças que combatia os grupos no Nordeste eram feitas de tecidos que não duravam por muito tempo na mata fechada, além de não trazer um melhor conforto para o soldado; consequentemente, a melhor forma era adaptá-la. Utilizavam agora roupas mais resistentes, apetrechos de couro que muito lembravam os apetrechos do vaqueiro (como luvas, perneiras, algumas vezes a calça de couro), os embornais, cobertas de deitar e cobrir, a utilização do punhal... Com o alistamento do sertanejo na volante, essa vestimenta era cada vez mais comum de ser vista nas regiões nordestinas, acabando por confundir muitos moradores, não sabendo se eram soldados ou bandoleiros; citavam alguns jornais "eram brigas de cangaceiro contra cangaceiro", claramente pela semelhança da roupa.

As tropas da Bahia, Pernambuco e Paraíba eram as que mais chegavam perto da roupa dos cangaceiros. Bahia por causa da forte influência das forças pernambucanas em seu estado; igualmente a Bahia, Paraíba teve suas influências da dos pernambucanos, mas também pela presença de alguns ex-cangaceiros que viraram militares e perseguiram seus ex-companheiros (como Clementino Quelé e Luiz do Triângulo), utilizando quase que o mesmo padrão quando pertenciam ao banditismo, somando ainda com a Revolução de 1930, acarretando na Guerra de Princesa/PB, aparecendo jagunços, coronéis e moradores da cidade do Coronel José Pereira com uma estética "cangaceirística".

De qualquer forma, dos anos 1920 até 1940, esse foi o principal fardamento das tropas volantes que combatiam o banditismo no Nordeste brasileiro, por motivos da participação do sertanejo nas campanhas e por ser essa a veste que mais resistia aos espinhos, o sol e a vegetação de troncos grossos, galhos tortuosos, arbustos ramificados e de árvores baixas que compreendem os 9 estados.

No último registro, uma comparação do traje do cangaceiro Calais (à esquerda) com o traje de um soldado da polícia pernambucana (à direita).

𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸: 𝐷𝑖𝑎́𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑛𝒉𝑎̃/𝑃𝐸 - 1928.

https://www.facebook.com/groups/179428208932798

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PREFEITO ENTREGA MEDALHA RODOLFO FERNANDES À IRMÃ ELLEN.

 

Foto: Célio Duarte

Na quinta-feira (13), o Prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, entregou a “Medalha Prefeito Rodolfo Fernandes 2024” à Irmã Liselotte Elfriede Maria Scherzinger, mais conhecida como Irmã Ellen.

A “Medalha Prefeito Rodolfo Fernandes” é a maior honraria do município, concedida em reconhecimento a personalidades que prestam serviços relevantes à sociedade mossoroense.

Irmã Ellen, missionária e educadora, é a responsável pelo Lar da Criança Pobre de Mossoró, fundado em 1979. O abrigo ajuda crianças e famílias carentes de toda a região, além de acolher animais abandonados em situação de risco. Seu trabalho é amplamente reconhecido e admirado pela população de Mossoró.

“É muito gratificante para nós, enquanto gestão, entregar a maior honraria do nosso município a uma pessoa que realiza um trabalho tão importante e significativo. Este é o nosso reconhecimento a tudo que Irmã Ellen fez e continua fazendo pela população de Mossoró. Fica aqui nossa homenagem e reconhecimento em vida para ela”, afirmou o prefeito Allyson Bezerra.

A medalha foi instituída em 2022, em Projeto de Lei n° 3.151, enviado pelo Executivo à Câmara Municipal, e depois sancionado pelo prefeito Allyson Bezerra, instituindo a homenagem.

O nome da medalha é uma homenagem ao prefeito de Mossoró na época do combate ao bando de Lampião, sendo Rodolfo Fernandes considerado o maior herói da resistência mossoroense, e é concedida anualmente, sempre em 13 de junho, durante o Mossoró Cidade Junina.

A solenidade de entrega aconteceu no próprio Lar da Criança Pobre de Mossoró.

TagsAllyson BezerraIrmã EllenLar da Criança Pobre de MossoróMedalha Prefeito Rodolfo Fernandes

https://blogdobarreto.com.br/tag/medalha-prefeito-rodolfo-fernandes/

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MATÉRIAS / BRASIL TERROR EM MOSSORÓ: HÁ 93 ANOS, LAMPIÃO ERA SURPREENDIDO EM UM DE SEUS TERRÍVEIS ATAQUES.

 Por Xico Sá

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Em 13 de junho de 1927, o rei do sertão não imaginava o que o esperava no pequeno município, em Rio Grande do Norte

Uma festa de arromba promovida pelo Humaytá Futebol Clube fazia ferver a sociedade de Mossoró naquela noite do 12 de junho de 1927, véspera do dia de Santo Antônio. Foi quando começou a correr a notícia de que Virgulino Ferreira, o temido cangaceiro Lampião, se aproximava da cidade.

Horas antes, ele e seu bando tinham atacado a vizinha vila de São Sebastião (atual município de Governador Dix-Sept Rosado). Em poucos momentos, todo o rigor daquele baile – que exigia branco para os cavalheiros e azul e branco para as damas – amarfanhou-se e perdeu graça, abalando o momento de glamour ostentado pela elite do sertão.

Mossoró era uma das mais prósperas cidades do Rio Grande do Norte. O coronel Rodolfo Fernandes, o prefeito, já havia alertado, nos últimos dias, sobre o perigo do ataque do rei do cangaço ao município. A maioria dos habitantes, no entanto, parecia não acreditar. Tudo estava tão tranquilo que, no mesmo 12 de junho, Mossoró parecia mais preocupada com o clássico entre os times de futebol do Ipiranga e Humaytá do que com a possível chegada de Lampião às suas cercanias.

A partida de futebol transcorreu dentro da mais absoluta rotina. Já o baile, por mais que alguns participantes e os diretores do clube tentassem abafar as notícias vindas da vila de São Sebastião, foi tomado pelo alvoroço e pelo medo. O apito da locomotiva da rede ferroviária suplantava o pânico dos mossoroenses, narra o jornalista Lauro da Escóssia, testemunha do acontecimento, no livro Memórias de um Jornalista de Província.

Os trens começavam a se movimentar, conduzindo famílias e quantos quisessem fugir de Mossoró. Segundo ele, durante toda a noite e na manhã seguinte, a ferrovia permaneceu ininterruptamente agitada.

Na vila de São Sebastião, conforme as notícias que desmancharam o baile do clube Humaitá, Lampião havia incendiado um vagão de trem cheio de algodão e depredado a estação ferroviária. Havia também arrasado a sede do telégrafo, uma modernidade sempre combatida pelo chamado rei do cangaço, na tentativa de impedir que o seu paradeiro fosse sendo informado e ajudasse a polícia a persegui-lo.

Crédito: Wikimedia Commons

Até as primeiras horas da manhã do dia 13, muita gente havia deixado suas casas em Mossoró, que à época tinha cerca de 20 mil habitantes. O temor ao famoso cangaceiro não era brincadeira. Duas mulheres em pleno serviço de parto, conta Escóssia, foram retiradas em macas para a cidade de Areia Branca, a quilômetros dali.

Mas o esvaziamento não era só fruto do pânico. A estratégia da prefeitura – que havia conseguido ajuda oficial em armas e munição, mas não em combatentes – era manter na cidade apenas os habitantes que estivessem armados. Quanto mais vazio o lugar, na avaliação do coronel Rodolfo Fernandes, maior a chance de repelir o bando de cangaceiros.

A estratégia

Fazia tempo que Lampião planejava encarar o desafio de invadir Mossoró. Seria a maior tentativa de rapinagem do bando, como conta o historiador Frederico Pernambucano de Mello no seu livro Guerreiros do Sol, no qual defende a tese de que o cangaço era um meio de vida. Pouco antes de chegar à cidade, Lampião enviou um bilhete chantageando a prefeitura.

Nele, pedia a quantia de 400 contos de réis para não atacar o município, um valor pelo menos dez vezes superior ao que costumava exigir em ocasiões semelhantes. Na tarde de 13 de junho, feriado de Santo Antônio, ele e o bando já se encontravam nos arredores do município potiguar.

Sem resposta ao primeiro comunicado, Lampião, já impaciente, bufando de raiva, manda um segundo aviso. Os termos do bilhete, que consta nos arquivos do jornal O Mossoroense (um dos mais antigos do país), eram muito diretos e recheados de erros de português: Cel. Rodopho, estando eu aqui pretendo é drº (dinheiro). Já foi um a viso, ai pª (para) o Sinhoris, si por acauso rezolver mi a mandar, será a importança que aqui nos pedi. Eu envito (evito) de Entrada ahi porem não vindo esta Emportança eu entrarei, ate ahi penço qui adeus querer eu entro e vai aver muito estrago, por isto si vir o drº (dinheiro) eu não entro ahi, mas nos resposte logo. Ele assinava Cap. Lampião.

O coronel Rodolfo Fernandes e seus homens disseram não a Virgulino, para surpresa do mais temido cangaceiro de todos os tempos. A cidade tinha o dinheiro, informou o prefeito. Mas Lampião teria que entrar para apanhá-lo. Às 16 horas daquele dia 13, caía uma chuvinha fina e havia uma neblina de nada sobre Mossoró. Foi quando os primeiros estampidos de bala ecoaram.

Sangue e areia

Lampião tinha 53 cangaceiros no seu bando. Não imaginava, porém, que iria enfrentar pelo menos 150 homens armados na defesa da cidade. O repórter Lauro da Escóssia estava lá, vendo tudo de perto. Durante toda a noite, a detonação de armas em profusão. Parecia uma noite de São João bem festejada, escreveu em O Mossoroense. Mas as mulheres rezavam para outro santo junino, o Antônio festejado naquele dia.

Resistência ao bando de Lampião / Crédito: Wikimedia Commons

No ataque, Lampião perdeu importantes cabras de seu bando. Colchete teve parte do crânio esfacelado por balas. E Jararaca, depois de capturado, foi praticamente enterrado vivo. Em menos de uma hora após o início da luta, o capitão do sertão – outra das alcunhas dadas ao célebre cangaceiro – sentiu que dominar a cidade seria praticamente impossível.

Ordenou então a retirada da tropa, para evitar a perda de mais homens e não manchar ainda mais sua reputação. A partir desse momento a estrela do bando lentamente passaria a brilhar cada vez menos, escreveu o historiador Pernambucano de Mello.

O mito do Lampião invencível caíra por terra, o que reanimou a força policial, que passou a enfrentar o rei do cangaço com menos temor. Era o começo do declínio da carreira de Virgulino. Por causa do desastre no Rio Grande do Norte, as deserções no grupo foram consideráveis.

Mossoró, cidade conhecida por marcas pioneiras (como quando foi o primeiro município brasileiro a admitir o voto feminino, em 1934), passaria também à história por esse acontecimento que assombrou todo o Nordeste. Até hoje, os filhos daquela terra se orgulham do feito de braveza ao contar que seus antepassados botaram Lampião para correr. Os inimigos do cangaceiro, entretanto, ainda teriam que esperar mais 11 anos pela morte do capitão, assassinado somente em 1938, na chacina da gruta de Angicos, em Sergipe.

+Saiba mais sobre o Cangaço através das obras abaixo: 

Apagando o Lampião: Vida e Morte do rei do Cangaço, Frederico Pernambucano de Mello - https://amzn.to/2RUsU7d

Lampião, Senhor do Sertão. Vidas e Mortes de Um Cangaceiro, de Élise Grunspan Jasmin (2006) - https://amzn.to/2RWQq3r

Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil, de Frederico Pernambucano de Mello (2011) - https://amzn.to/2YQNZ3Y

Os cangaceiros: Ensaio de interpretação histórica, de Luiz Bernardo Pericás - https://amzn.to/2YROsms

 https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/historia-cangaceiro-lampiao-terror-em-mossoro.phtml

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RODOLFO FERNANDES: UM HERÓI DA HISTÓRIA MOSSOROENSE.

 Por Eriberto Monteiro

A cidade de Mossoró é conhecida pelos bravos acontecimentos na sua história. Numa delas, o portalegrense Rodolfo Fernandes de Oliveira ganhou destaque ao defender a cidade da invasão do bando de cangaceiros comandado pelo temível Lampião.

Rodolfo Fernandes, por mais que fosse um forasteiro, é considerado um herói mossoroense na história do cangaceirismo.

No dia 13 de junho de 1927, aconteceu a citada invasão à cidade de Mossoró. Primeiro, os cangaceiros ameaçaram invadir Mossoró enviando duas cartas. Uma escrita pelo coronel Gurgel do Amaral e outra de próprio punho, por Lampião, Mas, Rodolfo Fernandes, com coragem, respondeu “Estamos dispostos a recebê-los na altura em que eles desejarem. Nossa situação oferece absoluta confiança e inteira segurança”. E a invasão realmente aconteceu.

Segundo o historiador Geraldo Maia do Nascimento, “Rodolfo Fernandes era um homem doente, mas, foi forte e bravo na defesa da cidade”.

Rodolfo não teve muito tempo para comemorar o feito da expulsão dos cangaceiros. Ele morreu no dia 11 de outubro de 1927, no Rio de Janeiro, para onde tinha sido levado por causa do agravamento de sua doença.

Hoje está fazendo exatamente 148 anos do seu nascimento. Uma data para ser lembrada pela geração da vida de um dos heróis da história mossoroense.

As páginas da Coleção Mossoroense traz inúmeras obras sobre o tema da resistência na qual acentua o heroísmo de Rodolfo. A mais emblemática é “A Marcha de Lampião“, escrita pelo seu filho, Raul Fernandes.

Rodolfo também é lembrado com homenagem a praça local, no centro de Mossoró e ao dá nome ao povoado de São José dos Gatos que, pela Lei Estadual nº 2763, emancipou-se, desligando-se do município de Portalegre, com o nome de Rodolfo Fernandes.

Parabéns ao ex-prefeito de Mossoró. Herói que jamais será esquecido pelos feitos heroicos e pela vida pública em prol desta cidade que ele adotou.

E viva a Rodolfo Fernandes.

 https://colecaomossoroense.org.br/site/2020/05/24/rodolfo-fernandes-um-heroi-da-historia-mossoroense/

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TÚMULO DO PREFEITO DE MOSSORÓ RODOLFO FERNANDES MARTINS DE OLIVEIRA

 Por Geraldo Júnior


TÚMULO DO “PORTALEGRENSE” RODOLFO FERNANDES INTENDENTE (PREFEITO) DE MOSSORÓ/RN QUE COMANDOU A RESISTÊNCIA LOCAL CONTRA O ATAQUE DE LAMPIÃO E SEUS COMANDADOS À CIDADE EM 13 DE JUNHO DE 1927.

Um homem que não se intimidou diante das exigências feitas pelo célebre cangaceiro que exigia na ocasião a quantia de 400:000$000 (Quatrocentos Contos de Réis) para que o ataque não fosse concretizado.


Rodolfo Fernandes organizou a defesa da cidade e obteve êxito em seu planejamento, fazendo com quê Lampião, além de perder dois importantes homens de seu bando (Jararaca e Colchete), levasse na bagagem uma das maiores derrotas de todo o seu currículo cangaceiro.

Este é o professor Francisco Borges de Araújo da cidade de Jardim de Piranhas no Estado do 
Rio Grande do Norte

Nesse mesmo ano Rodolfo Fernandes veio a falecer (16/10/1927). Seu corpo está enterrado no Cemitério São Sebastião na cidade de Mossoró/RN, conforme podemos observar na fotografia do Jazigo logo abaixo.


Vou utilizar uma frase “batida” e conhecida, mas propícia para o complemento do texto...

... “SAIU DA VIDA... PARA ENTRAR NA HISTÓRIA”.
LÁ EM MOSSORÓ NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.
Foto: George Valery (Mossoró/RN)

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaço)

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sábado, 14 de setembro de 2024

EM POÇO REDONDO, SERTÃO SERGIPANO, O MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA E A CASA DE PEDRA.

Por Rangel Alves da Costa

Duas lutas solitárias que eu, filho de Alcino, vou levando. Desde 2013 que o Memorial funciona sem ajuda alguma (do poder público, do empresariado nem da gestão municipal). Agora estou tentando terminar a Casa de Pedra, que será obra fundamental para a História, a Cultura e a Memória sertaneja, mas tudo difícil demais. Não estou conseguindo nem um saco de cimento nem uma barra de ferro. Espero que alguém, mesmo nas distância nordestinas ou sulistas, possa ajuda. Acaso eu consiga alguma ajuda, já na próxima semana toda a estrutura da Casa de Pedra estará terminada. E todos poderão visitar e usufruir desta beleza sertaneja.

Ajudem a Casa de Pedra.
PIX 256.242.105-15 (Rangel)

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?multi_permalinks=2847722165391881%2C2847046335459464%2C2845047865659311%2C2844028099094621%2C2842944212536343&notif_id=1725823493856670&notif_t=group_activity&ref=notif

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A MORTE DO IRMÃO DE LAMPIÃO

 Por João de Sousa Lima

https://youtu.be/zxP0eGtuZVQ?si=ccm6lL-av1aUnrYA

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AQUI FOI SEPULTADO O CORONEL SANTANA - CANAL CANGAÇO EM FOCO

 Por Cangaço em Foco

https://www.youtube.com/watch?v=2ybiEIHc1AI

Visitamos o Cemitério Público de Barbalha/CE. Junto com o neto do coronel santana, fomos ao local onde o mesmo foi enterrado.

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