Por: José Mendes Pereira
No dia 13 de Junho de 1927, Lampião tentou tirar proveitos da cidade de Mossoró, mas por má sorte, não teve sucesso na sua invasão, saindo daqui às carreiras rumo ao Estado do Ceará.
Como era do seu costume mandar cartas para suas vítimas, em Mossoró não foi diferente, enviou um bilhete ao então prefeito, Rodolfo Fernandes, exigindo quatrocentos contos de réis para não atacar a cidade.
Como era do seu costume mandar cartas para suas vítimas, em Mossoró não foi diferente, enviou um bilhete ao então prefeito, Rodolfo Fernandes, exigindo quatrocentos contos de réis para não atacar a cidade.
Carta de Lampião ao prefeito
Mas o prefeito zeloso e amante de sua cidade e administração, recusou a proposta do rei do cangaço, mandando-lhe a resposta também através de bilhete.
“Cel. Rodolpho,
Estando eu aqui pretendo é drº (dinheiro). Já foi um a viso, ai pª (para) o Senhores, si por acauso rezolver mi a mandar, será a importança que aqui nos pedi. Eu envito de Entrada ahi porem não vindo esta Emportança eu entrarei, ate ahi penço qui adeus querer eu entro e vai aver muito estrago, por isto si vir o drº (dinheiro) eu não entro ahi, mas nos resposte logo.
Capm. Lampião.
Resposta do Prefeito a Lampião
“Virgulino Lampião:
Recebi o seu bilhete e respondo que não tenho a importância que pede; o comércio também não tem. O banco está fechado, pois os seus funcionários se retiraram daqui. Estamos dispostos a suportar tudo que o senhor quiser fazer contra nós. A cidade confia na defesa que organizou.
Rodolfo Fernandes, prefeito.”
O ataque
Como Lampião já estava próximo à cidade, e que este ataque teria sido planejado pelo cangaceiro Massilon Leite Benevides, conhecedor da região, não desistiu da sua ideia, entrando no dia 13 de Junho de 1927, e saindo daqui decepcionado, não levando nenhum tostão e nem tão pouco bens.
Depois de tantas invasões, poderio, amado por uns, odiado por outros, finalmente Lampião foi morto por um grupamento da Polícia Militar alagoana, comandado pelo tenente João Bezerra, na madrugada de 28 de Julho de 1938, na Grota de Angico, no município de Poço Redondo, no Estado de Sergipe.
Com ele morreram: sua mulher, Maria Bonita, Luís Pedro, Mergulhão, Elétrico, Quinta-Feira, Alecrim, Enedina, Moeda, Colchete e Macela.
Na madrugada do ataque, estavam acampados na Grota de Angico, 34 cangaceiros, sendo que onze foram mortos, e os 23 que escaparam do massacre, posteiormente se entregaram à polícia.
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