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terça-feira, 6 de setembro de 2011

INGAZEIRAS: Oco do Mundo de Aldemir a Ednardo...

Como nasceu a música "Ingazeiras", de Ednardo.



No início dos anos setenta, o falecido jornalista Júlio Lerner (foto), lançou um programa, na TV Cultura, que desafiava a criatividade tempestiva dos compositores. O programa, inicialmente, teria a participação do MPB4 que, ao conhecer o roteiro desafiador do programa, não aceitou o convite. O respeitado jornalista procurou, então, o compositor Belchior, que convidou o “Pessoal do Ceará”, como era denominado um grupo de cearenses que viria a fazer história na MPB, dentre eles Ednardo, Rodger Rogério e Jorge Melo - Fagner estava gravando um disco e não participou.


O programa, denominado “Propostas”, em síntese, tinha como base uma conversa prévia dos compositores com uma personalidade brasileira ilustre. No dia seguinte, o convidado era entrevistado pelo jornalista e, de acordo com as respostas, o apresentador desafiava os músicos a comporem uma música relacionada às declarações do entrevistado. Um detalhe: os compositores tinham de dois a quatro dias para concluírem o trabalho. Dessa forma, nasceram algumas músicas do “Pessoal do Ceará”. Uma delas foi “Ingazeiras” de Ednardo. O compositor cearense declarou, no ótimo livro “No Tom da Canção Cearense – Do rádio e tv, dos lares e bares na era dos festivais (1963 - 1979), do pesquisador Wagner Castro, que a música foi inspirada em uma resposta do Aldemir Martins. O artista plástico (foto à direita), cearense do Cariri, teria declarado “eu nasci lá nas ingazeiras (...) eu sou uma pessoa muito atirada, fui criada na verdade no oco do mundo”. O mote caiu como uma luva para Ednardo, então em busca do sucesso no difícil mercado do sul do país.

Talvez a própria identificação do compositor cearense com o tema o tenha inspirado a compor, em tão pouco tempo, uma das suas mais belas obras.Ouça a música.

 
Letra:

INGAZEIRAS : Ednardo

Nasci pela Ingazeiras
Criado no ôco do mundo
Meus sonhos descendo ladeiras
Varando cancelas
Abrindo porteiras
Sem ter o espanto da morte
Nem do ronco do trovão
O sul, a sorte, a estrada me seduz
É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz
É ouro em pó, é ouro em pó
É ouro em pó que reluz
O sul, a sorte, a estrada me seduz.

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