Por: Clerisvaldo B. Chagas - Crônica Nº. 835
O entusiasmo
dos brasileiros pelas Olimpíadas, nem tem razão de ser. A verdade é
que não temos a tradição de jogos amadores contra os países que trabalham para
isso, desde antes
mesmo da II Grande Guerra.
Nem
Marta salvou à Patria. (Fonte: smn).
O Brasil nunca
levou a sério o esporte amador e nem a Educação, como quer bons resultados
milagrosos? Ficamos apenas em cima da exacerbada paixão pelo futebol
profissional e que até hoje continua como antes. Caso o futebol masculino traga
a medalha de ouro e todas as outras modalidades nada tragam, consideramos uma
grande vitória dessa nação brasileira. Acontecendo o contrário, todas com o
ouro menos o futebol, perdemos tudo. É assim que funciona por aqui essa
monocultura cafeeira. O entusiasmo tem início com a chegada da delegação
brasileira ao destino, depois a tristeza, seguida de mais quatro anos de
desprezo ou de apatia do governo e das empresas particulares pelo esporte
amador, que parece não existir. Como combater no Front com as inúmeras
modalidades sem pai e mãe? Está aí, mesmo o futebol feminino que vai ficando
vovó, sem renovação. Até a Marta já cansou e não tem substituta, enquanto o
futebol feminino cresce no mundo com outros países.
Os frutos de
um trabalho árduo aparecem em longo prazo. Nunca sai um diagnóstico oficial e
confiável do que está acontecendo no amadorismo brasileiro. Quando se aproximam
as olimpíadas, se junta o que tem se empurra a tropa misturada para a guerra e
espera-se um misericordioso “seja o que Deus quiser”, ainda na ilusão tremenda
de que o Pai é brasileiro. Caso continue assim, ninguém aguarde melhora
nenhuma nem mesmo em terras cabralinas. Eles virão banhar-se em nossas belas
praias, degustar nossos petiscos, apreciar as nossas cores e levar os discos de
ouro como sempre os levaram. Estamos vendo pela televisão a tristeza dos nossos
atletas, sem patrocínios, que vão se encobrindo como podem com vergonha das
derrotas diante de milhares de pessoas. Se quisermos parar com esse drama que
bate forte no peito do Brasil, temos que mudar essa política no esporte amador
para começar a colher os seus frutos na próxima década, de 20. Sem saber
como agir no momento, parece que só existe uma solução que é juntar os cacos
das derrotas, colocá-los no saco do desânimo e voltar ao Brasil, enxugando as
lágrimas.
O desenrolar das
Olimpíadas vai deixando eufóricas nações como Estados Unidos, China e França
que plantaram cedo e apenas colhem com dignidade os frutos merecidos. Fazer o
quê, se somente trouxermos na bagagem OS OSSOS DE LONDRES!.
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2012/08/os-ossos-de-londres.html
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