Por: Adélia Azevêdo - da redação - Anna Jailma
Nas décadas de
50 e 60, as noites mossoroenses eram embaladas pela voz marcante do seresteiro
Cocota, que pelas ruas de Mossoró interpretava músicas românticas, satisfazendo
os boêmios da noite e pessoas que, mesmo em casa, ouviam com prazer seu canto.
Com talento
nato para a música, Cocota era frequentador do Bar Pinguim e com voz e violão
abrilhantava as noites da Mossoró de outrora, por ser amante das músicas
românticas, sobretudo das canções de Lupicínio Rodrigues como “Nervos de Aço” e
“Esses Moços”, famosas na década de 40 e gravadas nos anos 50 por cantores como
Emilinha Borba, Ângela Maria e Cauby Peixoto.
Segundo
informações de José Messias Lopes, irmão de Cocota, fornecidas ao pesquisador
Raimundo Soares de Brito, em 1979, Cocota é definido como “pessoa bastante
relacionada nos meios boêmios como afamado seresteiro”. “Ele nunca gravou
discos, era funcionário da Petrobras e cantava pelo prazer de cantar”, definiu
o pesquisador Raimundo Soares de Brito, que tem preservada em acervo a história
do povo desta terra de Santa Luzia.
Um fato
marcante ocorrido na história de Cocota foi durante a visita do cantor Vicente
Celestino, famoso nos anos 50.
Na ocasião o
cantor refugiou-se no Grande Hotel, recusando o assédio dos fãs, mas não
resistiu ao canto de Cocota e curvou-se na janela, contemplando a expressão do
seresteiro mossoroense.
Em 12 de
fevereiro de 1961, Cocota foi assassinado a tesouradas, aos 26 anos de idade,
em Mossoró, por motivos até hoje mal definidos.
Como forma de
preservar na memória do povo mossoroense a personalidade marcante do
seresteiro, familiares de Cocota, unidos a amigos e populares, tiveram a
iniciativa de homenageá-lo com a criação da Praça dos Seresteiros, às margens
do Rio Mossoró.
O irmão Oseas
Lopes, do Trio Mossoró, homenageou Cocota na composição Praça dos Seresteiros,
destacando:
“Mossoró ainda chora / Com saudade do seu
cantador / Quantas noites de seresta, quantas festas ele animou /Sua voz, que
beleza! / Era como bem-te-vi / cantava para todos nós / Dava gosto a gente ouvir...”
Hoje, 40 anos depois, Cocota está eternizado na memória do povo de Mossoró,
como seresteiro de timbre inesquecível, mas a Praça dos Seresteiros ainda deixa
muito a desejar.
Até hoje,
início do novo milênio, infelizmente não foi edificado estátua de Cocota, como
forma de eternizar essa personalidade marcante da década de 50 em Mossoró.
Fica nesta
reportagem a indignação pelo descaso à memória de Cocota e à Praça dos
Seresteiros.
http://www2.uol.com.br/omossoroense/2101/cultura.htm
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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