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domingo, 19 de outubro de 2014

O Barão de Ibiapaba - 12 de Outubro de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento

Em 13 de outubro de 1907 falecia, no Rio de Janeiro, Joaquim da Cunha Freire, Barão de Ibiapaba, que foi um dos grandes comerciantes de Mossoró do Século XIX, tendo aqui instalado a firma exportadora “Mossoró & Cia.” 


Joaquim da Cunha Freire nasceu na cidade de Caucaia/CE, aos 18 de outubro de 1827. Era filho de Felisberto Correia da Cunha, que faleceu no Piauí em 1832 e de dona Custódia Ribeiro da Cunha, natural de Portugal. Foi casado com Maria Eugenia dos Santos e irmão de Severiano Ribeiro da Cunha, o Visconde de Cauipe.
               
Dedicou-se a carreira comercial e soube acumular avultada fortuna, tendo contribuído para o melhoramento material de Fortaleza/CE, onde residia e tinha suas casas comerciais.
               
Foi presidente da província do Ceará por sete vezes, de 24 de abril a 26 de julho de 1869, de 13 de dezembro de 1870 a 20 de janeiro de 1871, de 26 de abril a 27 de junho de 1871, de 8 de janeiro a 12 de janeiro de 1872, em 30 de outubro de 1872, de 12 de setembro a 13 de novembro de 1873, e de 21 de março a 23 de outubro de 1874. Foi chefe político de grande influência e Coronel da Guarda Nacional. Foi Presidente da Câmara Comercial de Fortaleza, da Junta Comercial, da Caixa Econômica e Monte de Socorro da Província. Era Comendador da Ordem da Rosa. Foi primeiro e único Barão de Ibiapaba, por Decreto de 17 de janeiro de 1874.
               
Em 16 de novembro de 1868 era instalada em Mossoró a Casa Mossoró & Companhia, de propriedade de Joaquim da Cunha Freire, o Barão de Ibiapaba. Foi seu primeiro gerente João Cordeiro, “que aqui se distinguiu pelos conhecimentos comerciais e cavalheirismo, deixando grandes recordações do seu trato”, no conceito do escritor Raimundo Nonato.
               
A Casa Mossoró & Cia. se destacou pelo grande volume de suas vendas. “Sua presença em Mossoró determinou um desenvolvimento de alta significação financeira, melhoria da circulação local, tornando a praça mais conhecida e valorizado no comércio do sul do Império”, segundo as palavras do historiador Luís da Câmara Cascudo”.
               
Os anos compreendidos entre 1868 a 1877 foram de grande desenvolvimento para Mossoró. Transforma-se, nesse período, num empório comercial. É a cidade da exportação, fornecedora de todo o Oeste e mesmo grande parte do Centro e do Agreste. Sua projeção avançava pelo interior de três províncias nordestinas.
               
O volume de sua transação podia ser medido pelo número de firmas. E mesmo na fase da grande seca dos dois setes (1877), suas casas de vendas alcançaram os seguintes números: em 1877 eram em número de 70; em 1878, 53; e em 1879 eram 68 casas. E depois de passada a crise, avolumaram-se as fortunas pessoais. Mossoró recebia curiosidades de terras longínquas, bebidas, louças, ferragens, fazendas, joias trazidas pelos comerciantes que estabeleciam intercâmbio. Era a fase decisiva para o desenvolvimento econômico do Município. E para esse crescimento muito concorreu a Casa Mossoró & Cia., do Barão de Ibiapaba, que realizou negócios nessa cidade até aproximadamente 1881.
               
Após a sua morte ocorrida em 1907, Mossoró o homenageou emprestando seu nome a praça que fica em frente aos Correios, hoje Praça Rafael Fernandes. Com a mudança do nome da Praça, nada mais restou na cidade que lembrasse o Barão de Ibiapaba e do grande desenvolvimento que ele trouxe para Mossoró. Dos seus feitos, a poeira do tempo apagou.
               
Para saber mais sobre a História de Mossoró visite o blog: www.blogdogemaia.com.

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