Por
Angélica Bulhões
Compartilho as fotos do Padre Aristides Ferreira da Cruz, que foi trucidado pela Coluna Prestes em 09 de Fevereiro de 1926 (Piancó - PB), sua esposa Maria José, seu filho Aristides Ferreira e sua filha Juanita Ferreira.
ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Biografia
Filho de Jorge
Ferreira da Cruz e D. Joana Ferreira da Cruz, padre Aristides foi uma figura
marcante da história política dos legalistas da Paraíba, no semi-árido Vale do Piancó. Sua
marca registrada na história é fruto não só de sua carreira política mas também
de sua trágica morte, sendo ele trucidado por integrantes da Coluna
Prestes em um barreiro.
Esse artigo
tem base em pesquisa, livros e Literatura de cordel, seus fatos na narração,
feita na mesma semana na imprensa Estadual, pelo senhor Sebastião Dantas,
testemunha ocular.
Deu início ao
primário no Colégio de Antônio Gomes Barbosa. Segundo Padre Otaviano, não era
um bom aluno, pois não demonstrava interesse pelo Português e Latin. Sendo ele
um pouco abstrato, tinha um vocabulário exíguo, soltando por várias vezes,
verdadeiros disparates, durante a conversação. Nunca havia lido uma poesia, e
não lhe agradava a literatura.
Recebeu, no
dia 1 de Novembro de 1901, das mãos de Adauto Aurélio de Miranda Henriques,
Bispo da Diocese da Paraíba, a coroa de Sacerdote.
Em 25 de
Agosto de 1902 passou a ocupar a função de novo vigário da Freguesia na Vila de
Piancó, onde entrou triunfantemente.
Em Julho de
1912 foi afastado do comando da Igreja, por não obedecer ordens emanadas da
Diocese da Capital.
Apesar de
afastado, não manifestava sentimentos de rebeldia contra a igreja. Amargamente,
queixava-se da falsidade de outras figuras políticas de Piancó. Dizia que homem
sem liberdade não era homem.
Assim fincando
raízes não só em suas coerentes posições, mas também na cidade.
Em 1915, foi
eleito Deputado. Agora as rédeas da política piancoense, anteriormente
comandada pela Família Leite, estava em suas mãos. Foi reeleito por mais duas
legislaturas consecutivas.
Foi homem que
comandou os legalistas de Piancó contra os comandados de Luís Carlos Prestes.
O conflito Editar
Região situada
no Oeste do estado brasileiro da Paraíba, o Vale do Piancó foi um dos locais
por onde a Coluna Prestesesteve em sua incursão. Para muitos
seriam os "Cavaleiros da Esperança", mas para outros, essa corrente
de cunho militar, liderada por Prestes e com idéias comunistas, era
mais um grupo que abalaria a região com suas idéias mas, quando com o poder em
suas mãos, não faria nada para ajudar realmente a população pobre da região [carece de fontes].
É provável que
uma certa "rivalidade", que pode ser notada no Brasil, entre
Nordestinos e Sulistas tenha também alimentado esse foco de resistência na
cidade de Piancó, aos pés da Serra de Santo Antônio [carece de fontes].
Contudo não pode ser explicado a real motivação dos "heróis do
Piancó", mas essa batalha esta listada como uma das grandes resistências a
Coluna [carece de fontes].
Como supor que
essa incursão de revoltosos no território paraibano teria como epílogo uma
tragédia na Vila de Piancó[carece de fontes].
Claro na
Wikipédia devemos nos conter apenas a imparcialidade, porém a mesma não é
observada em vários livros de história, onde a defesa da atitude do grupo de
Prestes é diretamente ligada as idéias do escritor e nem de longe contestadas[carece de fontes].
Por esse motivo não está clara a idéia que levou a um padre do interior
nordestino, ligado a política local, e identificado por sua população como um
grande líder, a organizar um grupo armado, e muito menos os ideais que levaram
alguns civis a se juntarem nesta causa [carece de fontes].
De evidente,
temos apenas o fato de não discutirmos - pois não há dúvidas - o trucidamento
frio e requintado do Padre, chefe da política local, e de mais 16 pessoas,
entre as quais estão o Prefeito Municipal, funcionários públicos e pessoas
humildes[carece de fontes].
Sendo assim,
esta lógica nos leva a crer que nem tudo que lemos sobre Prestes é verdade, e
que o fato de sua passagem pelo sertão agrediu a população, pois para muitos
nordestinos o nome Coluna Prestes é clara referência a má conduta militar e um
tempo de medo e crueldades que por muitas vezes, como é o caso de Piancó,
faziam uma cidade inteira fugir, aguardar e retornar para suas casas e lojas,
agora saqueadas pelos rebeldes [carece de fontes].
Início dos
fatosEditar
A notícia da
ocupação de Coremas, que fica a 28 km de Piancó, foi divulgada na tarde de
segunda-feira dia 8 de fevereiro de 1926, e durante a noite iniciou a retirada
das famílias que, pelo vexame em que saiam, abandonaram residências, muitas
roupas e utensílios, ficando a Vila quase despovoada. Permaneceram
exclusivamente as famílias de Manoel Cândido, Ten. Antônio Benício e seu
destacamento policial composto por 15 praças, o alfaiate Isidoro, Padre
Aristides e amigos, civis armados armados do Sr. João Galdino, e outras pessoas
que se ofereceram.
9 de fevereiro
de 1926Editar
Às 06:30 da
manhã chegara a Piancó o Ten. Manuel Marinho, vindo de Patos em um
caminhão, conduzindo armas, munição e cinco praças, somando assim um total de
20 soldados.
Quando Sargento
Arruda fazia a distribuição do armamento e munição, e Ten. Benício
organizava os quatro piquetes a Coluna penetrava na vila pela rua do Conselho
Municipal.
Segundo Sr.
Dantas os primeiros disparos foram da Coluna, já Pe. Otaviano, em seu livro
"Os mártires de Piancó", afirma que o primeiro tiro fora dos
piancoenses. Histórias populares dizem que o primeiro oficial vinha montado,
vestindo culotes, paletó azul-marinho e portando uma bandeira branca.
Mas não há
certeza.
Sargento
Arruda e outros resistiram na casa do Juiz Dr. Abdon Assis em frente ao
Conselho. A Coluna recuou, retornando vinte minutos depois procurando envolver
a Vila pelo nascente e poente. Do lado Sul havia dois piquetes, um comandado
pelo alfaiate Isidoro e Francisco Lima, e outro por amigos de Pe.
Aristides na casa do Sr. Mario Leite.
Foi possível
manter resistência até às 14:00 horas, sendo feita uma retirada dos
piancoenses, uma vez verificada a impossibilidade material de prolongar a luta.
Entretanto, o pessoal do Padre continuou resistindo ainda por meia hora quando,
para facilitar o ataque, os rebeldes jogaram uma granada numa das janelas e
tomaram as salas da frente, havendo ainda alguma resistência brevemente
cessada, com recuo dos sitiados para o interior da casa onde estava o Padre. Em
fuga foram atingidos José Lourenço e João Monteiro. Esse último, embora ferido,
conseguiu escapar.
Também
escaparam uma criada e duas crianças que se evadiram às 13:00 horas.
Sangue no
BarreiroEditar
Havia poucos
vestígios de sangue na casa. O padre e seus amigos foram conduzidos ainda com
vida para o barreiro. É com comoção que pessoas mais antigas da cidade
contam que o barreiro estava completamente tinto de vermelho. Veja agora as
palavras de um dos rebeldes, em Santana dos Garrotes, que ajudaram a trucidar
o Padre.
"Perdemos
um oficial, que todo o Piancó queimado não pagaria, mas, também o chefe, Padre
Aristides, foi para a sepultura,num barreiro, com seus próprios pés"
14 de
fevereiro 1926Editar
Integrantes do
Jornal O Combate, editado em Cajazeiras adentraram
na cidade nesse dia e localizaram a mulher que fugiu por ordem do Padre. A
mesma narrou o fato: o Padre sentindo-se cercado mandou ao muro Rufino, seu
guarda de confiança, a ver o que era possível fazer. Rufino, deparando-se com o
ataque, voltou e disse ao Padre que, se saíssem morreriam e se ficassem dentro
de casa haviam de morrer. Nesse momento dos enormes estampidos se fizeram
ouvir: eram granadas e bombas de gás. O pessoal que brigava sentiu forte dor de
cabeça, não havendo remédio o Padre aconselhou o uso de açúcar. Sendo a casa
invadida o pessoal resistia no corredor.
Pediu o padre
para todos garantia de vida, solicitação que teve o consentimento dos rebeldes
sob a condição de deporem armas. Pegado o Padre em às mãos, para logo começarem
os ultrajes.
Texto AnexoEditar
Carta de
Suspensão do Pe. Aristides
"Ao Remº
Padre Aristides Ferreira da Cruz.
Tendo chegado
ao nosso conhecimento a falta de obediência as nossas paternas admoestações,
feitas pessoalmente a Vosso irmão, para fatos que desabona inteiramente a
dignidade sacerdotal e até mesmo do homem de bem, o que infelizmente vemos
comprovado e ao domínio de todos, com pesar retiramos de Vosso irmão, o
exercício de todas as sagradas ordens, até que tenhamos a obediência que sempre
temos recebido do nosso clero.
Prezo ao Sagrado
oração de Jesus que o irmão, bem se compenetre da gravíssima responsabilidade
que tem diante de Deus, servindo de escândalo a Igreja de Nosso Senhor Jesus
Cristo."
Paço Episcopal
da Paraíba. Em 16 de Julho de 1912. Adauto, Bispo Diocesano.
Fonte: facebook
Página: Angélica Bulhões
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aristides_Ferreira_da_Cruz
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário