Por Geraldo Maia do Nascimento
Historicamente
estão relacionadas com as festas pagãs do solstício de verão, que eram
celebradas no dia 24 de junho, segundo o calendário juliano (pré-gregoriano) e
cristianizada na Idade Média como \\\"festa de São João\\\" ou festa
“Joanina”. O nome joanina teve origem, segundo alguns historiadores, nos países
europeus católicos no século IV. Quando chegou ao Brasil foi modificado para junina.
Na
Europa antiga, durante o solstício de verão - dia mais curto com noite mais
longa do ano - era comemorado o início da colheita. Nessas festas eram
oferecidas comidas, bebidas e animais ao deus Juno, da fertilidade, além da
fogueira, para espantar os maus espíritos e as danças características da época.
O costume vinha de datas imemoráveis e servia para celebrar o ponto alto do
verão, até a festa ter ganhado caráter religioso. Então a igreja escolheu
exatamente o dia 24 de junho em memória de São João Batista, para banir os
velhos costumes pagãos praticados na mesma data. As primeiras referências às
festas de São João no Brasil datam de 1603. As festas de Santo Antônio e de São
Pedro só vieram mais tarde, mas como aconteciam no mesmo mês, foram incluídas
nas chamadas festas juninas.
Essa
tradição chegou ao Brasil através dos jesuítas portugueses. Mas antes, os
índios já realizavam rituais também relacionados à agricultura, que aconteciam
no mesmo período, para que a colheita fosse boa. Dessa mistura das comemorações
dos índios com a dos jesuítas portugueses, as festas juninas foram ganhando
forma e incorporando o famoso jeitinho brasileiro. E esse jeitinho pode ser
percebido principalmente na alimentação, quando foram introduzidas as comidas
de milho, o jenipapo, o leite de coco e também nos costumes como no forró e no
bumba-meu-boi. A quadrilha, que era a dança da nobreza européia, foi adaptada
aos festejos juninos. Já os fogos de artifício, que tanto embelezam a festa,
foram trazidos pelos chineses. Os fogos eram utilizados na celebração para
despertar São João e chamá-lo para a comemoração do seu aniversário. Outra
finalidade dos fogos era que o barulho de bombas e rojões podia espantar os
maus espíritos. O costume de soltar balões surgiu da idéia de que eles levariam
os pedidos dos devotos aos céus e a São João. Essa prática foi proibida devido
ao alto risco de os balões provocarem incêndios. A cerimônia de levantamento de
mastro de São João é chamada de “puxada do mastro”. Além da bandeira de São
João, o mastro pode ter a de Santo Antônio e São Pedro.
Para
os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem
suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria
sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto,
Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte.
No Nordeste, em épocas passadas, existia uma tradição que mandava que os
festeiros visitassem em grupos todas as casas da comunidade, levando alegria.
Os donos das casas, em contrapartida, mantinham sempre uma mesa farta de
bebidas e comidas típicas para servir os grupos. Os festeiros acreditavam que o
costume era uma maneira de integrar as pessoas da cidade. Essa tradição tem
sido substituída por uma grande festa que reúne toda a comunidade em volta dos
palcos onde prevalecem os estilos tradicionais e mecânicos do forró.
O
Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental
importância conhecê-lo, para que possamos compor a identidade de nosso povo. É
através destas manifestações folclóricas, que mantêm vivas as tradições e
costumes de um povo, preservando deste modo, sua identidade para futuras
gerações.
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Geraldo
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