Acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho
Foto do Jornal ilustrativa da matéria.
Trago, nesta
página do ESTADÃO, de 14/06/2002, a reportagem abaixo, como homenagem a ANTÔNIO
AMAURY CORRÊA DE ARAÚJO, sem dúvida nenhuma, um dos mais destacados pesquisadores
do banditismo nordestino dos tempos de Lampião, em todos os tempos, e aquele
que mais interagiu com ex-cangaceiros e pessoas outras diretamente ligadas ao
referido fenômeno.
PESQUISADOR
TRILHA CAMINHOS DOS BANDOLEIROS
Araújo já fez
41 viagens ao Nordeste para tentar recompor a história de Lampião e de seu bando
O interesse do
adolescente, que não encontrou explicação suficiente para sua curiosidade, se
tornou obsessão. Nos últimos 53 anos, Antônio Amaury Corrêa de Araújo fez 41
viagens ao Nordeste brasileiro. A última foi no mês passado, quando ficou mais
de 30 dias revisitando locais por onde o bando de Lampião passou. As próximas
paradas estão agendadas para julho e outubro.
Apesar dos muitos anos de pesquisa, Araújo nunca teve a pretensão de se tornar
um especialista. “Sempre gostei muito de história e procurei entender mais
sobre o cangaço por satisfação pessoal. Só percebi o tamanho do meu
conhecimento quando as pessoas começaram a me procurar para falar sobre o
assunto.”
Em 1959, no início da carreira de dentista, trabalhou no Sindicato de Construção Civil. O fim do cangaço havia trazido muitos nordestinos e foi entre os pacientes que Amaury conheceu mais de sete cangaceiros. “Havia 20 anos que Lampião havia morrido, que o cangaço e o ganha-pão deste povo havia acabado. Por isso, muitos vieram para São Paulo”, explica.
O primeiro encontro marcante, no entanto, ocorreu em 1968 quando foi ao Nordeste para conhecer Sérgia Gomes da Silva, a Dadá. Queria que ela me acompanhasse em uma viagem e acabei trazendo-a para são Paulo. A personagem transformou-se em grande amiga e morou mais de um ano na casa de Araújo. Foi ele também que conseguiu uma prótese para Dadá, que perdeu a perna direita em sua última batalha, em 1940, quando o companheiro Corisco morreu.
União – Em
1969, o irmão de Lampião, João Ferreira, também veio para a cidade passar
alguns meses na casa de Araújo. “Foi uma felicidade imensa poder hospedar
pessoas tão importantes. Uma oportunidade que a maioria dos pesquisadores não
teve”, diz. Os laços com Mocinha e os dois filhos continuam estreitos. “Eles me
têm como da família.”
Recentemente, ele fundou a União Nacional de Estudos Históricos e Sociais, que
conta com 60 associados. Na maioria, há interessados na história nacional.
Muitos acompanham o pesquisador em viagens pelo interior do País. Muitas vezes,
Araújo também promove reuniões em casa. “Trocamos ideias, e às vezes, convido
alguns cangaceiros para participar.” (R.G.)
Fonte: facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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