Na fotografia estão o Sírio-Libanês Benjamin Abrahão Botto e o Padre Cicero do Juazeiro.
Sem dinheiro e
desrespeitado, Benjamin Abrahão partiu para uma nova aventura.
Com a chancela
de ter sido braço direito de padre Cícero, foi em busca do temido Virgulino
Ferreira, o Lampião. Devoto conhecido do “Padim”, o cangaceiro estava em seu
auge, controlando vários bandos pelo Nordeste, quando Abrahão lhe propôs ser
seu documentarista oficial. Os dois já haviam se encontrado quando o cangaceiro
foi convencido por padre Cícero a lutar ao lado do governo contra a Coluna
Prestes, que passou pelo Nordeste por volta de 1925.
Abrahão já
tinha tudo preparado. Conseguiu apoio da agência alemã Aba Filmes para filmar o
cangaceiro procurado pela Justiça com uma câmera sem som de alta tecnologia
para a época. Lampião, fascinado com a modernidade dos apetrechos, aceitou a
proposta. Antes, porém, testou o equipamento para garantir que não se tratava
de uma arma disfarçada.
Ademar B. Albuqurque - proprietário da Abafilm
“Benjamim conseguiu convencer Lampião por causa do efeito mágico do cinema”,
diz Pernambucano. “Naquela época, Lampião mobilizava grossos capitais. Travava
com coronéis da região que financiavam seus roubos e recebiam parte do lucro.
Seu bando era a imagem do sucesso da organização fora da lei. Ele viu na
proposta de filmagem a oportunidade de ingressar na história pela forma mais
moderna que havia então.”
A aventura
cinematográfica de Benjamim Abrahão ganhou as páginas dos principais jornais do
país. Em fevereiro de 1937, ele publicou uma série de reportagens no Diário de
Pernambuco exibindo a intimidade do cangaço.
Havia fotos
impensáveis de Lampião costurando, Maria bonita penteando-lhe os cabelos,
cangaceiros tocando gaita e comendo. O sírio-libanês anunciava para a imprensa
que em breve lançaria um documentário sobre Lampião e seu bando.
Maria Bonita penteando os cabelos de Lampião
A ideia dele
era exibir o filme no Brasil e vender cópias para o exterior, onde Lampião
também era manchete. Mas seu sonho foi destruído pela então recém-instalada
ditadura do Estado Novo, que mandou confiscar as filmagens e proibiu a exibição
e comercialização das películas.
“As fotos e
filmes de Benjamim eram um atestado da incompetência das forças policiais e uma
afronta ao Palácio do Catete”, comenta o historiador, que traduziu a caderneta
em que o forasteiro sírio registrou denúncias sobre as forças policiais que
matavam civis e colocavam a culpa nos cangaceiros.
Nessa época,
sequências inteiras dos filmes foram destruídas. O que restou foi recuperado na
década de 1950 pela Fundação Getúlio Vargas. Entre os
filmes remanescentes, um chama atenção. Mostra o rei do cangaço fazendo
comercial de Cafiaspirina, remédio para dor de cabeça da empresa alemã Bayer. O
cangaceiro aparece distribuindo o remédio para seu bando em frente a um cartaz
que diz: “Se é Bayer, é bom”.
Nessa época,
sequências inteiras dos filmes foram destruídas. O que restou foi recuperado na
década de 1950 pela Fundação Getúlio Vargas.
Entre os
filmes remanescentes, um chama atenção. Mostra o rei do cangaço fazendo
comercial de Cafiaspirina, remédio para dor de cabeça da empresa alemã Bayer. O
cangaceiro aparece distribuindo o remédio para seu bando em frente a um cartaz
que diz: “Se é Bayer, é bom”.
Fonte principal: BLOG
CIÊNCIA HOJE
2ª fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior - O cangaço
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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