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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O SERTÃO AGRADECE

Por Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2016 - Crônica Nº 1.505

Após quatro anos de seca, a alegria do alagoano voltou para os que vivem da Agricultura e da Pecuária numa região pouco favorável. É certo que as trovoadas sempre são esperadas entre novembro e fevereiro, principalmente para o mês de janeiro.  É ditado dos mais velhos que “as trovoadas de janeiro tardam mais não faltam”. Mas são trovoadas fortes e passageiras para juntar água para o gado e anunciar o bom inverno.

Depois de vários janeiros secos e de temperaturas arrasadoras, surgiu um mês completamente diferente na capital. Um janeiro completo de chuvas quase todos os dias e mais com aspectos de tempo invernoso. Não me lembro de ter visto coisa semelhante em outras épocas.

O Sertão, como sempre, pega carona nas precipitações do Litoral e vai desenhando um quadro novo após os quatro anos de seca. Avisa que o ano será de bom inverno, deixando o homem do campo alvoroçado. Muitos se adiantam para o plantio do feijão-de-corda enquanto não chega o mês de março e sua época de semeadura. Rio Ipanema botou água, mandacaru florou, choveu no dia de São José, acabou a seca meu amigo!

Ontem à noite no Sertão o relâmpago cortou os ares sob o regougo dos trovões ameaçadores. Os mais velhos espiam o céu e sabem perfeitamente os lugares que estão recebendo chuva; um senso de orientação incrível. Vistos de Santana do Ipanema, os clarões dos ares pareciam indicar chuva na parte sul, imediações do município de Senador Rui Palmeira. Outros clarões apontavam para o Leste, bandas de Cacimbinhas ou Minador do Negrão. O certo é que em Santana chegou apenas a rebarba do grosso deixado por aí.

Mesmo assim, o Sertão permanece verde, ou mais pálido ou mais escuro, mas verde para alegrar até mesmo o badalo do sino.

Em tempos de cortesia, é praxe, ao bondoso São Pedro o Sertão agradece.


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