Por Marcelane Araujo e Juciana Miguel
O
assunto pras sextilhas é:
O que não posso esquecer
Marcelane Araujo e Juciana Miguel
O que não posso esquecer
Marcelane Araujo e Juciana Miguel
Marcelane:
Não quero me esquecer
De ajudar o meu irmão
E quando amanhecer o dia
Pedir a Deus proteção
Ser gentil com as pessoas
Ter paz no meu coração
De ajudar o meu irmão
E quando amanhecer o dia
Pedir a Deus proteção
Ser gentil com as pessoas
Ter paz no meu coração
Juciana:
Essa tal corrupção
Ta me deixando esganada
Político com boa vida
Dinheiro carro e morada
E eu aqui no nordeste
Sem um emprego sem nada
Ta me deixando esganada
Político com boa vida
Dinheiro carro e morada
E eu aqui no nordeste
Sem um emprego sem nada
Marcelane:
Vivo tão aperriada
Precisando de dinheiro
Vida de pobre é dificil
Pra o rico tudo é ligeiro
Compra carro e mansão
Manda em fazenda e vaqueiro
Precisando de dinheiro
Vida de pobre é dificil
Pra o rico tudo é ligeiro
Compra carro e mansão
Manda em fazenda e vaqueiro
Juciana
Miguel:
O meu tempo corriqueiro
Eu nao posso esquecer
Acordo de madrugada
E só falto enlouquecer
Por 700 reais
Eu trabalho até morrer
Eu nao posso esquecer
Acordo de madrugada
E só falto enlouquecer
Por 700 reais
Eu trabalho até morrer
Marcelane:
Tenho que reconhecer
Que a vida do agricultor
É um rojão tao pesado
Ele trabalha com amor
E ainda tem pessoa
Que a ele não da valor
Que a vida do agricultor
É um rojão tao pesado
Ele trabalha com amor
E ainda tem pessoa
Que a ele não da valor
Juciana:
Me lembro de um cantador
Que tinha muita ousadia
Cantava a noite toda
Em bar feira e moradia
Para levar lá pra casa
Nosso pão de cada dia
Que tinha muita ousadia
Cantava a noite toda
Em bar feira e moradia
Para levar lá pra casa
Nosso pão de cada dia
Marcelane:
Nessa minha poesia
Eu falo do professor
Tem o trabalho dobrado
Merecia ter mais valor
Ensina nossas crianças
Com paciência e amor
Eu falo do professor
Tem o trabalho dobrado
Merecia ter mais valor
Ensina nossas crianças
Com paciência e amor
Juciana:
Eu não esqueço o sabor
Do café que mãe fazia
Eu deitada numa rede
Ela o café me trazia
Enquanto eu me balançava
Pai fazia poesia
Eu não esqueço o sabor
Do café que mãe fazia
Eu deitada numa rede
Ela o café me trazia
Enquanto eu me balançava
Pai fazia poesia
Marcelane:
Me lembro da moradia
Comia arroz com feijão
A casinha tão humilde
Cheia de amor e união
A recordação me invade
E entra no meu coração
Me lembro da moradia
Comia arroz com feijão
A casinha tão humilde
Cheia de amor e união
A recordação me invade
E entra no meu coração
Juciana:
Eu tenho recordação
Do primeiro namorado
Lá detrais de uma mangueira
Naquele tempo passado
Eu doida pra nomorar
Mas com Eloisa do lado
Eu tenho recordação
Do primeiro namorado
Lá detrais de uma mangueira
Naquele tempo passado
Eu doida pra nomorar
Mas com Eloisa do lado
Marcelane:
Lembro meu sertão amado
Cheio de paz e alegria
Das noites enluaradas
Tinha muita canturia
Recordo o meu passado
E transformo em poesia
Lembro meu sertão amado
Cheio de paz e alegria
Das noites enluaradas
Tinha muita canturia
Recordo o meu passado
E transformo em poesia
Juciana:
Me lembro com alegria
Nossos banhos de açude
A água era tão barrenta
Mas nós tínhamos saúde
O tempo que o respeito
Era a mais grande virtude
Me lembro com alegria
Nossos banhos de açude
A água era tão barrenta
Mas nós tínhamos saúde
O tempo que o respeito
Era a mais grande virtude
Marcelane:
Meu tempo de juventude
Eu lembro com emoção
Não posso voltar no tempo
Mais tenho a recordação
Quando a gente envelhece
Doi pé,joelho e a mão
Meu tempo de juventude
Eu lembro com emoção
Não posso voltar no tempo
Mais tenho a recordação
Quando a gente envelhece
Doi pé,joelho e a mão
Juciana:
Não esqueço meu sertão
Onde eu fui tão feliz
Lá eu não tinha riqueza
Ter dinheiro nunca quis
Apenas felicidade
Vivia e pedia bis
Não esqueço meu sertão
Onde eu fui tão feliz
Lá eu não tinha riqueza
Ter dinheiro nunca quis
Apenas felicidade
Vivia e pedia bis
Marcelane:
Meu berço e minha raiz
Jamais eu vou esquecer
Os meus pais que me criaram
Lutando pra eu aprender
Me zelando com carinho
Observando eu crescer
Meu berço e minha raiz
Jamais eu vou esquecer
Os meus pais que me criaram
Lutando pra eu aprender
Me zelando com carinho
Observando eu crescer
Juciana:
Eu não posso esquecer
O meu pai desgovernado
"Com o temer no puder
Filha ta tudo acabado
Até o meu aposento
Por ele vai ser cortado"
Eu não posso esquecer
O meu pai desgovernado
"Com o temer no puder
Filha ta tudo acabado
Até o meu aposento
Por ele vai ser cortado"
Marcelane:
Coitado do aposentado
Sem aposentadoria
Que uma pessoa idosa
É mais pouca a energia
Não pode mais trabalhar
Eu digo com garantia
Coitado do aposentado
Sem aposentadoria
Que uma pessoa idosa
É mais pouca a energia
Não pode mais trabalhar
Eu digo com garantia
Juciana:
Eu não esqueço que um dia
A nação tinha vergonha
Hoje em se ter respeito
A população nem sonha
E o Brasil afundando
Nesse craque e na maconha
Eu não esqueço que um dia
A nação tinha vergonha
Hoje em se ter respeito
A população nem sonha
E o Brasil afundando
Nesse craque e na maconha
Marcelane:
É uma tristeza medonha
Nossos jovens se acabando
Com cachaça e bebedeira
E a familia chorando
Cresce o numero de acidentes
Todos ficam lamentando
É uma tristeza medonha
Nossos jovens se acabando
Com cachaça e bebedeira
E a familia chorando
Cresce o numero de acidentes
Todos ficam lamentando
Juciana:
Eu vou morrer me lembrando
Da minha mamãe tão bela
Sou pedaço da sua carne
Parte do coração dela
Ela faz tudo por mim
E eu faço tudo por ela
Eu vou morrer me lembrando
Da minha mamãe tão bela
Sou pedaço da sua carne
Parte do coração dela
Ela faz tudo por mim
E eu faço tudo por ela
Marcelane:
Nossa casa era amarela
Mamãe é a minha flor
Cuida de mim com carinho
Me zela e me da valor
Mamãe sei que eu nunca pago
Esse seu imenso amor
Nossa casa era amarela
Mamãe é a minha flor
Cuida de mim com carinho
Me zela e me da valor
Mamãe sei que eu nunca pago
Esse seu imenso amor
Juciana:
Lembro pai conquistador
Se passando por singelo
Alisava minha mãe
De um jeitinho tao belo
E com um tempo depois
Va vinha outro bruquelo
Lembro pai conquistador
Se passando por singelo
Alisava minha mãe
De um jeitinho tao belo
E com um tempo depois
Va vinha outro bruquelo
Marcelane:
Nosso lar era um castelo
Mamãe a nossa rainha
O papai era o rei
A caçula a princesinha
Era grande a união
Na nossa bela casinha
Nosso lar era um castelo
Mamãe a nossa rainha
O papai era o rei
A caçula a princesinha
Era grande a união
Na nossa bela casinha
Juciana:
Lembro mamãe na conzinha
Preparando um feijao
Com pé de porco tocinho
Para da sustentação
E um taco de rapadura
Era a sobremesa então
Lembro mamãe na conzinha
Preparando um feijao
Com pé de porco tocinho
Para da sustentação
E um taco de rapadura
Era a sobremesa então
Marcelane:
Eu tenho a recordação
Papai ia trabalhar
Chegava muito cansado
Na roça vivia a penar
Esse era o seu trabalho
Pra poder nos sustentar.
Eu tenho a recordação
Papai ia trabalhar
Chegava muito cansado
Na roça vivia a penar
Esse era o seu trabalho
Pra poder nos sustentar.
Juciana:
Eu gosto de me lembrar
As cantigas do terreiro
A quadrilha a novena
O poeta violeiro
Bumba meu boi e baião
E o aboio do vaqueiro
Eu gosto de me lembrar
As cantigas do terreiro
A quadrilha a novena
O poeta violeiro
Bumba meu boi e baião
E o aboio do vaqueiro
Marcelane:
Me lembrei do tabuleiro
Do inverno no sertão
Das cantigas de viola
Das msicas de Gonzagão
Meus parentes nordestinos
Estão no meu coração
Me lembrei do tabuleiro
Do inverno no sertão
Das cantigas de viola
Das msicas de Gonzagão
Meus parentes nordestinos
Estão no meu coração
Juciana:
Guardei no meu coração
Oque não posso esquecer
A minha infância feliz
Os meus pais meu bem querer
So assim com essa lembrança
Sou feliz até morrer
Guardei no meu coração
Oque não posso esquecer
A minha infância feliz
Os meus pais meu bem querer
So assim com essa lembrança
Sou feliz até morrer
Enviado
pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de
Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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