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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O ASSUNTO PRAS SEXTILHAS É: O QUE NÃO POSSO ESQUECER

Por Marcelane Araujo e Juciana Miguel
 
O assunto pras sextilhas é:
O que não posso esquecer
Marcelane Araujo e Juciana Miguel

Marcelane: 
Não quero me esquecer
De ajudar o meu irmão
E quando amanhecer o dia
Pedir a Deus proteção
Ser gentil com as pessoas
Ter paz no meu coração

Juciana: 
Essa tal corrupção
Ta me deixando esganada
Político com boa vida
Dinheiro carro e morada
E eu aqui no nordeste
Sem um emprego sem nada

Marcelane: 
Vivo tão aperriada
Precisando de dinheiro
Vida de pobre é dificil
Pra o rico tudo é ligeiro
Compra carro e mansão
Manda em fazenda e vaqueiro

Juciana Miguel: 
O meu tempo corriqueiro
Eu nao posso esquecer
Acordo de madrugada
E só falto enlouquecer
Por 700 reais
Eu trabalho até morrer

Marcelane: 
Tenho que reconhecer
Que a vida do agricultor
É um rojão tao pesado
Ele trabalha com amor
E ainda tem pessoa
Que a ele não da valor

Juciana: 
Me lembro de um cantador
Que tinha muita ousadia
Cantava a noite toda
Em bar feira e moradia
Para levar lá pra casa
Nosso pão de cada dia

Marcelane: 
Nessa minha poesia
Eu falo do professor
Tem o trabalho dobrado
Merecia ter mais valor
Ensina nossas crianças
Com paciência e amor

Juciana:
Eu não esqueço o sabor
Do café que mãe fazia
Eu deitada numa rede
Ela o café me trazia
Enquanto eu me balançava
Pai fazia poesia

Marcelane:
Me lembro da moradia
Comia arroz com feijão
A casinha tão humilde
Cheia de amor e união
A recordação me invade
E entra no meu coração

Juciana:
Eu tenho recordação
Do primeiro namorado
Lá detrais de uma mangueira
Naquele tempo passado
Eu doida pra nomorar
Mas com Eloisa do lado

Marcelane:
Lembro meu sertão amado
Cheio de paz e alegria
Das noites enluaradas
Tinha muita canturia
Recordo o meu passado
E transformo em poesia

Juciana:
Me lembro com alegria
Nossos banhos de açude
A água era tão barrenta
Mas nós tínhamos saúde
O tempo que o respeito
Era a mais grande virtude

Marcelane:
Meu tempo de juventude
Eu lembro com emoção
Não posso voltar no tempo
Mais tenho a recordação
Quando a gente envelhece
Doi pé,joelho e a mão

Juciana:
Não esqueço meu sertão
Onde eu fui tão feliz
Lá eu não tinha riqueza
Ter dinheiro nunca quis
Apenas felicidade
Vivia e pedia bis

Marcelane:
Meu berço e minha raiz
Jamais eu vou esquecer
Os meus pais que me criaram
Lutando pra eu aprender
Me zelando com carinho
Observando eu crescer

Juciana:
Eu não posso esquecer
O meu pai desgovernado
"Com o temer no puder
Filha ta tudo acabado
Até o meu aposento
Por ele vai ser cortado"

Marcelane:
Coitado do aposentado
Sem aposentadoria
Que uma pessoa idosa
É mais pouca a energia
Não pode mais trabalhar
Eu digo com garantia

Juciana:
Eu não esqueço que um dia
A nação tinha vergonha
Hoje em se ter respeito
A população nem sonha
E o Brasil afundando
Nesse craque e na maconha

Marcelane:
É uma tristeza medonha
Nossos jovens se acabando
Com cachaça e bebedeira
E a familia chorando
Cresce o numero de acidentes
Todos ficam lamentando

Juciana:
Eu vou morrer me lembrando
Da minha mamãe tão bela
Sou pedaço da sua carne
Parte do coração dela
Ela faz tudo por mim
E eu faço tudo por ela

Marcelane:
Nossa casa era amarela
Mamãe é a minha flor
Cuida de mim com carinho
Me zela e me da valor
Mamãe sei que eu nunca pago
Esse seu imenso amor

Juciana:
Lembro pai conquistador
Se passando por singelo
Alisava minha mãe
De um jeitinho tao belo
E com um tempo depois
Va vinha outro bruquelo

Marcelane:
Nosso lar era um castelo
Mamãe a nossa rainha
O papai era o rei
A caçula a princesinha
Era grande a união
Na nossa bela casinha

Juciana:
Lembro mamãe na conzinha
Preparando um feijao
Com pé de porco tocinho
Para da sustentação
E um taco de rapadura
Era a sobremesa então

Marcelane:
Eu tenho a recordação
Papai ia trabalhar
Chegava muito cansado
Na roça vivia a penar
Esse era o seu trabalho
Pra poder nos sustentar.

Juciana:
Eu gosto de me lembrar
As cantigas do terreiro
A quadrilha a novena
O poeta violeiro
Bumba meu boi e baião
E o aboio do vaqueiro

Marcelane:
Me lembrei do tabuleiro
Do inverno no sertão
Das cantigas de viola
Das msicas de Gonzagão
Meus parentes nordestinos
Estão no meu coração

Juciana:
Guardei no meu coração
Oque não posso esquecer
A minha infância feliz
Os meus pais meu bem querer
So assim com essa lembrança
Sou feliz até morrer

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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