Por Prof. Stélio Torquato
Prof.
Stélio Torquato e o filho Davi
O Asno de Ouro
é o segundo folheto de cordel da caixa Volume 02 que compõe a coleção Obras
Primas em Cordel. A adaptação é de Stélio Torquato Lima e a ilustração de capa
é de Cayman Moreira. O cordel O Asno de Ouro escrito por Stélio Torquato com
170 estrofes de sete versos sete-silábicos.
A Cordelaria
Flor da Serra, tendo como missão, resgatar e difundir a poesia popular de
qualidade, leva ao público mais uma obra prima da literatura universal adaptada
aos versos da nossa genuína poesia popular nordestina.
O Asno de Ouro
foi escrito por Lucius Apuleius, no século II d.C. O tom moralista da obra
deixa claro o sentido fabular e didático que o autor quis imprimir ao seu
texto. Assim, as desventuras do homem transformado em burro se torna um meio de
aprendizagem dos leitores. Autores como Boccaccio, Cervantes e Fielding fizeram
adaptações livres da obra.
Lucius
Apuleius nasceu em Madaura, colônia romana na África, em 125 d.C., e faleceu em
Cartago, em 170 d.C. Estudou em Cartago, Atenas e Roma, aprendendo latim e
grego e dedicando-se aos estudos de Retórica e Jurisprudência. Estudou ainda
Geometria, Música e Filosofia, e se interessou bastante pelos ritos esotéricos.
Casou-se com uma viúva rica, sendo acusado pelos parentes da mulher de ter
recorrido à feitiçaria para conquistá-la. Obras: O Asno de Ouro, Floridas
(fragmentos de discursos) e De Deo Socratis.
Leia os versos
iniciais do cordel de Stélio Torquato e para ler o desfecho da história compre
o folheto pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085)
999569091.
Lúcio
Apuleio registra
Um caso bastante estranho
Numa obra literária
Vinda dos tempos de antanho.
Chama-se O asno de ouro,
O literário tesouro
Que tem valor sem tamanho.
Um caso bastante estranho
Numa obra literária
Vinda dos tempos de antanho.
Chama-se O asno de ouro,
O literário tesouro
Que tem valor sem tamanho.
Como
o autor, também é Lúcio
O herói da história citada.
Por uma ação da magia,
Passaria o camarada
Um extremado aperreio,
Como nos conta Apuleio
De forma muito engraçada.
O herói da história citada.
Por uma ação da magia,
Passaria o camarada
Um extremado aperreio,
Como nos conta Apuleio
De forma muito engraçada.
Toda
a saga tem início
Quando o tal Lúcio empreende
Viagem para Tessália,
Lá na Grécia, onde pretende
Grandes negócios fazer,
Como sói acontecer
Com aquele que compra e vende.
Quando o tal Lúcio empreende
Viagem para Tessália,
Lá na Grécia, onde pretende
Grandes negócios fazer,
Como sói acontecer
Com aquele que compra e vende.
Em
seu caminho, ele encontra
Dois amigos, com os quais
Passa a falar sobre um tema
Do qual gostava demais:
Os poderes da magia,
Obras de feitiçaria
E dons sobrenaturais.
Dois amigos, com os quais
Passa a falar sobre um tema
Do qual gostava demais:
Os poderes da magia,
Obras de feitiçaria
E dons sobrenaturais.
Com
isso tudo na mente,
A Hipata ele chegou.
A uma velha da cidade
Ele logo perguntou
Pela casa de Milón,
A idosa, em alto e bom som,
Prontamente lhe informou:
A Hipata ele chegou.
A uma velha da cidade
Ele logo perguntou
Pela casa de Milón,
A idosa, em alto e bom som,
Prontamente lhe informou:
“Pense
em um camarada
Avarento até a medula!
Esse cabra, pra dinheiro,
Tem insaciável gula.
Ele está cheio da nota,
Porque, como um agiota,
Muitos lucros acumula.”
Avarento até a medula!
Esse cabra, pra dinheiro,
Tem insaciável gula.
Ele está cheio da nota,
Porque, como um agiota,
Muitos lucros acumula.”
“Mas
pra que tanto dinheiro,
Se vive como um mendigo?
As roupas são um trapo só,
E o seu lar, meu bom amigo,
De móveis é bem escasso.
Afaste dele o seu passo.
Escute bem o que digo.”
Se vive como um mendigo?
As roupas são um trapo só,
E o seu lar, meu bom amigo,
De móveis é bem escasso.
Afaste dele o seu passo.
Escute bem o que digo.”
Sem
ligar para os conselhos
Daquela idosa senhora,
Pediu Lúcio o endereço,
Cavalgando, sem demora,
Para a casa do avarento,
Não perdendo um só momento,
Pois ia já alta a hora.
Daquela idosa senhora,
Pediu Lúcio o endereço,
Cavalgando, sem demora,
Para a casa do avarento,
Não perdendo um só momento,
Pois ia já alta a hora.
“O
que queres, camarada?”
– Disse a criada ao portão.
“Trago cartas de Demeas,
Amigo de seu patrão.”
O agiota, avisado,
Ordenou que em seu sobrado
Adentrasse o cidadão.
– Disse a criada ao portão.
“Trago cartas de Demeas,
Amigo de seu patrão.”
O agiota, avisado,
Ordenou que em seu sobrado
Adentrasse o cidadão.
Ao
entrar, Lúcio notou
De forma bem repentina
Que a informação da anciã
Era mesmo genuína:
Pra economizar despesa,
Bem pouca comida à mesa
Havia posto o sovina.
De forma bem repentina
Que a informação da anciã
Era mesmo genuína:
Pra economizar despesa,
Bem pouca comida à mesa
Havia posto o sovina.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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