Por Junior
Almeida
No episódio
histórico que ficou conhecido como “A revolta de Princesa”, estopim da
revolução de 1930, conta-se de que Zé Américo, comandante da Força na capital
paraibana arranjou um avião para bombardear a terra do Coronel Zé Pereira,
potentado chefe revoltoso. Porém, ao invés de bombas, como todo mundo esperava,
o teco-teco do Governo vinha carregado de panfletos que foram jogados sobre
Princesa Izabel, conclamando o povo à rendição.
Os cabras de
Zé Pereira, entrincheirados pra guerra, correram pro meio da rua disparando
suas armas tentando atingir a aeronave. Major Feliciano, homem, alvo, de grande
estatura e aparentado com o chefe político de Princesa, foi um dos homens que
atiraram contra o avião e, por coincidência no exato momento em que os papéis
começaram a voar sobre a cidade. Como avião naquela área e naquele tempo era
novidade, Feliciano, em tom de gabolice disparou:
- Não matei, mas
tirei as penas!
Como poeta é
definido como sendo “aquele que tira onde não tem e bota onde não cabe”, que do
nada faz uma poesia, até mesmo o momento delicado da guerra de Princesa, foi
inspiração para um artista, e um mestre de reisado criou uma peça alusiva ao
episódio. O capoeirense Lula de Santo, grande poeta popular, me contou que os
versos diziam assim:
Foi de manhã
quando o avião passou
Nos ares ele pousou
Fazendo a separação
Jogou no chão um bocado de “papé”
Ninguém sabe pra que é
Mas assustou o Sertão
Jogou no chão
um bocado de “papé”
Ninguém sabe pra que é
Mas assustou o Sertão...
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1676602985784867&set=gm.2044289709216863&type=3&theater&ifg=1
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário